PESSOAS E ANIMAIS

Não há como estabelecer um limite entre os sentimentos das pessoas e dos animais. Precisamos perder a mania que temos de nos considerar o que há de melhor e mais importante na Terra. Já somos suficientemente ridículos por pretendermos ser os únicos seres inteligentes do universo - o que acho é que somos por demais daninhos, maléficos e belicosos para que alienígenas se interessem por terráqueos - talvez vejam em nós os únicos seres, que no universo, mata seus semelhantes!

Sabendo-se a insignificância do planeta que habitamos pertencente a um insignificante sistema centrado pelo sol, que por sua vez é uma insignificante estrela-anã e pertencente a uma insignificante galáxia, cuja sabedoria das premissas é a realidade de Einstein a Hawking.

A quem interessar - outra agravante - o lixo terrestre dá temor que contaminemos o espaço. Se o universo é grande os oceanos também o são e já estão poluídos. O que logo começará: os USA querem colonizar a lua! Tudo é uma questão de tempo. A existência humana e sua história é um pulo de pulga no tempo e no espaço.

Achar que somos significantemente superiores aos demais animais, ou seres vivos da Terra é reproduzir o egocentrismo ridículo que já dissemos. Por certo que nós humanos temos características que nos diferenciam dos outros animais, dos vegetais e dos minerais. Mas, ao que consta a ciência, o objetivo das massas biológicas é a vida, dita como existência. Os átomos giram não à-toa. Se o objetivo é a vida, os animais não humanos também objetivam a vida e a preservação das espécies. E são felizes ao seu modo. Existem para serem também felizes para eles. Com isso, a raça humana se auto-atribuir a superioridade a tudo o mais existente com vida, sem conhecer profundamente nem o mundo em que vive é algo longa e fartamente discutível, além de presunçoso.

Não somos só os humanos a ser equipados com uma consciência, que por sua vez se insere em círculo psíquico-mental bem mais abrangente de uma "consciência" que se propala a estudos continuados. Ocorre que os estudos quando não humanos, não são levados tão a sério. Muitos parecem virar lendas em se tratando dessa "consciência”, por exemplo: da morte. Se há o instinto de preservação desde uma lagartixa ou minhoca até aos elefantes, frente ao perigo, há que haver em algum recôndito de suas massas constitutivas o senso da morte, que no caso dos elefantes citados, são os "cemitérios dos elefantes", localizados nos sítios onde nasceram, ao que reza a prosa, voltarem para morrer onde nasceram. Por que razão ocorre isto se lhes é presumido que estão para morrer? E o mugir dos bovinos quando passam por um local onde foi sacrificado um seu semelhante? Chamado pelos gaúchos de “Lamento do Gado” e registrado em seus anais literários. E a piracema de variedades de peixes voltando à origem de seu nascedouro, os quais não retornarão vivos? E os salmões? E tantos fatos que checam a inteligência dos homens?

Que “inteligência” é essa que leva o ser humano a se matar drogando-se, bebendo e fumando, pervertendo-se, aplicando-se overdose, correndo motorizado a altas velocidades embriagados e drogados? Os assassinatos são de todos os gêneros, todos os dias, todas as horas em toda parte. O ser humano se suicida. Um cão ou outro animal nunca foi registrado cometendo essas faltas. Nunca se ouviu dizer que um animal se drogou e sob esse estado, cometeu delitos e se suicidou.

Repito, essa "consciência" é muito mais abrangente, e se insere na qualidade da mente que abarca qualificações como a subjetividade, auto-consciência, sapiência, e a capacidade de orbitar o mundo da relação entre o “eu” e o ambiente que o cerca.

Este é um assunto de pesquisa da filosofia da mente, da psicologia, neurologia e da ciência cognitiva.

Muito bem, mas podemos nos perguntar juntos, sobre toda essa parafernália de termos, pesquisas, livros e doutoramentos nas áreas citadas, quando o filho de um psiquiatra, casado com uma psicóloga, rapaz de dezenove anos, no primeiro ano de medicina, é assassinato na porta de sua casa por uma dupla que lhe dá um tiro na cabeça, sem que o moço tenha reagido ao assalto? Que pensarão da mente humana e da consciência, os pais da vítima, sendo especialistas na área psicológica e psiquiátrica? E que pensamos nós, e por onde começar o combate e a busca das soluções para tanta falta de consciência e respeito à vida? Por algum lugar temos que começar.

Dá para pensarmos juntos, ou vamos “deixar isso para lá” dizendo: “O que eu não consigo entender eu pulo!”

Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 12/04/2013
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