Enigma Linguístico (China)
No governo JIANGYONG (província de HUNAN, na China) existe uma única língua que é compreendida somente pelas mulheres do lugar, mas não pelos homens. Essa estranha língua é chamada de "Língua para Mulheres", ou, simplesmente "Lingua Feminina", como diríamos.
Somente há uns cinquenta anos foi descoberta, por acaso, por pessoas muito observadoras. As palavras são monossilábicas. A própria língua é formada de, pelo menos, 1000 palavras, que frequentemente tem vários significados e acha-se,também, em forma de escrita antiga como as que eram usadas pelos oráculos, sobre ossos. Conforme a formação das palavras, ela tem um certo parentesco com a língua HAN.
Porém, há muitos enigmas sobre ela. "Como apareceu?". "Há quantos anos?", "Ela é totalmente uma língua primitiva ou mais moderna?", "È algum ramo da língua HAN?" ou "é um idioma independente de algum outro grupo?". Até agora, não se soube as respostas. Em qual cultura social ou em que circunstâncias ela nasceu? -- Também isso não se sabe.
O governo está situado nas proximidades de Guangxi. A maior parte desses habitantes são de origem "han",enquanto um pequeno grupo é de nacionalidade "jao". A região é de difícil acesso, porque as pessoas estão isoladas entre montanhas. Poucos homens desse lugar tem a capacidade de ler e escrever a língua chinesa oficial e até mesmo, poucas mulheres.
Há alguns anos,as mulheres não frequentavam as escolas e desse modo não podiam aprender a língua "han", então essa linguagem familiar se tornou para elas uma necessidade.
As escritas,embora desenhadas,aparecem,principalmente, sobre papel, toalhas, leques pequenos, que representam a vida feliz que elas aspiravam. Alguns escritos representam a história diária dessas mulheres.Outros parecem cartas,que exprimem votos recíprocos. O terceiro tipo sugere uma conversa fúnebre. O quarto, provavelmente, são orações, preces. O quinto tipo prescreve grandes eventos desses tempos. Todavia, a maioria fala de infelicidades das mulheres e das injustiças contra elas...A língua conservou-se pela iniciação das jovens pelas mais velhas, isto é, de mães para filhas. Hoje, as mulheres aprendem passivamente a ler os escritos antigos, mas, algumas, ainda têm a capacidade de escrever poemas nessa língua. Os poemas, em geral, são longos, com frases setessilábicas.
Antes de 1957, a língua era muito conhecida em JIANGYONG. Mas, depois que as mulheres começaram a frequentar as escolas, a língua foi, pouco a pouco, perdendo a condição para sua existência. Atualmente, só algumas senhoras idosas ainda a usam, realmente, enquanto as jovens não querem e nem devem estudá-la.
(Tradução de artigo da Revista Monato, editada em Esperanto,
que publiquei em jornal local do bairro)