Proselitismo Ateu: Eis que surge uma Nova Igreja.
Uma coisa tem chamado a minha atenção nas redes sociais: São postagens de militância ateia, uma espécie de campanha de desevangelização, na qual existem até reuniões. Vez ou outra vejo um evento de alguma associação de ateus e fico a me perguntar: Eles estão formando uma igreja? Pois de fato, há uma semelhança com as atividades religiosas. Acho muito engraçado esses caras, que tentando aniquilar a religião, acabam tomando os moldes da mesma.
Igreja, no grego, ekklesia, foi o termo usado na Septuaginta (tradução da Bíblia Hebraica para o Grego) para definir a assembleia geral do povo do deserto, sob a liderança de Moisés. A mesma palavra começa a ser usada pelos cristãos, que se reunião em casas para orar, salmodiar, testemunhar sua fé em Cristo e receberem a doutrina dos apóstolos. Essas reuniões, de pessoas vinculadas ao mesmo proposito, é a Igreja. Lá eles comungam da mesma crença, tal como fazem os ateus do século XXI.
Seria bom se todos tivessem a noção de que o “não crer” já se constitui em uma outra forma crença. Por que digo isso? Ora, a fé é um instrumento que faz as pessoas acreditarem em algo que não pode ser provado. Empiricamente, não se pode afirmar a existência de Deus, da mesma forma, não podemos negá-lo a partir do método científico. A partir do momento que nego a divindade, sem provar por A+B, isso caracteriza-se como fé. Passo então a crer que “Deus não existe.”
A ATEA (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) em seu site, diz que sua finalidade é “desenvolver atividades no campo da ordem social que busquem promover o ateísmo, o agnosticismo e a laicidade do Estado.” E o seu estatuto trás como objetivo, “congregar ateus e agnósticos em todo o território nacional.” Interessante também é ver seu material de campanha, como por exemplo uma imagem que mostra Chaplin e Hitler, e mencionando que o primeiro não cria em Deus, diferente do ditador nazista, que cria. E em todas as imagens há a logomarca da ATEA seguido da frase: Diga não ao preconceito contra os ateus.
Engraçado foi ver que os mesmos organizam uma marcha intitulada: “Marcha em favor da Bíblia e Suas Contradições.” Que levará alguns militantes a caminharem pela Avenida Paulista-SP com cartazes ridicularizando passagens bíblicas. Então é assim que eles querem acabar com o preconceito? Na verdade, muitos só fazem respaldá-lo, pois desconhecem a Escritura e tentam achar contradições em textos isolados e precipitadamente interpretados. Muitos sequer leram a Bíblia por completo. Como falar de uma obra sem conhecê-la? Equivocados, marcharão fazendo exatamente aquilo que dizem rechaçar. O que fazem é semelhante ao discurso: “minha religião é melhor que a sua.” Pois bem, esperemos que os mesmos lancem o seu catecismo. Só era o que faltava...