Publicidade e mídia
Por meios de competentes agências e suas criativas campanhas, divulga a variedade e a qualidade do que é produzido pelo mercado. Desse modo, o consumidor toma conhecimento dos produtos e pode fazer escolhas. No entanto, como vivemos na era do consumismo, as pessoas são levadas a comprar muito mais do que necessitam, pressionadas por desejos artificialmente estimulados.
A publicidade não vende apenas produtos, mas também ideias. Com o produto são veiculados valores que influenciam a vida no trabalho e nas relações afetivas.
Nas eleições, o perfil de candidatos a cargos públicos é feito pela divulgação de suas qualidades e projetos. Sem dúvida é importante que o eleitor os conheça para melhor fazer sua escolha. O risco é o marketing político, de modo convincente, criar uma imagem falsa do candidato para conseguir adesões.
Outro espaço possível de ação ideológica são meios de comunicação de massa, como jornais, revistas, rádio, televisão e internet.
Diante do fato, certos aspectos são ressaltados e outros são descartados como menos importantes. Trata-se de um procedimento necessário, se considerarmos o volume de notícias disponíveis. Às vezes, porém, fatos que deveriam ser divulgados são intencionalmente ocultados dos cidadãos. Por exemplo, no tempo da ditadura no Brasil, sobretudo no governo do presidente Médici, prevalecia a censura e não eram noticiadas greves e manifestações contra o governo, muito menos as prisões arbitrárias e ações de tortura.
Lembro uma vez que teve manifestações de estudantes da UFES para conseguir transporte gratuito, eles paralisaram o trânsito em alguns dias da semana para conseguir o passe-livre. Logo depois o governo anunciou que eles eram vândalos e estavam “destruindo” a rotina da região. É verdade que eles não deveriam atrapalhar o trânsito, mas não podiam ser vetados de protestar, foram impedidos por policiais. Me pergunto, se tem policial para impedir manifestantes, onde estão esses na rua para defender a população? O governo faz uma propaganda contra manifestante, por que não faz uma campanha contra a violência?
Teve uma greve de professores ou de operários: não se noticia isso, as manchetes são como “Milhares de crianças sem aula” ou “Milhões de reais de prejuízo”.
Eles induzem a população reprovar greves e manifestações, sem a pessoa examinar e as reivindicações são justas ou não.
É bem verdade que nenhum relato é totalmente neutro. Não se trata de distorção voluntária por má-fé, mas da inevitável interpretação que sempre fazemos de qualquer evento. Nesse sentido, a imprensa é formadora de opinião, o que representa algo positivo, desde que, numa sociedade plural e democrática, tenhamos acesso a diversos veículos de informação, que nos permita comparar a diversidade de posicionamentos e construir uma opinião crítica.
Para termos uma opinião sólida temos que saber uma notícia por mais de um meio de comunicação. Por exemplo: Aconteceu uma tragédia, desabou uma ponte, na mídia A disse que o prejuízo foi de 9 milhões e morreu 7 pessoas, na mídia B disse que o prejuízo foi de 10 milhões e morreu por volta de 5 pessoas.
Como neste exemplo, muitos casos de notícia acontecem isto. O fato aconteceu, todos sabem disso “A ponte desabou”, mas temos que ter cuidados com dados que são ditos, porque nem sempre são exatos.
Faça o teste: selecione um fato em evidência na mídia e leia sobre ele pelo menos em quatro noticiosos: em diferentes jornais, revistas, televisão e internet.
A diferença entre a informação ideológica e não ideológica é que a primeira veicula interesses de grupos restritos, transforma-se em instrumento de poder e impede o pluralismo. Já a informação não ideológica é aberta à discussão e oferece espaços para debates e opiniões divergentes.