ENTREVISTAS CÔMICAS

Adoro ouvir entrevistas de políticos. Em cidades pequenas, e em rádios pequenas elas ficam ainda mais saborosas. É o caso de Rio Negrinho. E como ouço quando estou almoçando, o único cuidado que devo ter, é não soltar uma boa gargalhada e encher o chão da minha cozinha de arroz e feijão.

Na semana passada, o entrevistado foi o prefeito Alcides. Quando a ficha finalmente cai, a primeira descoberta é que a administração anterior, e pior oposição, deixou a prefeitura endividada. Nos primeiros três meses os novos administradores e vereadores, se apegaram a esse cabo de guerra.

Como se Rio Negrinho fosse uma exceção. A cidade apenas acompanhou a regra de milhares de cidades brasileiras. Sejam elas metrópoles ou não. Um mal sem cura. Há quatro anos, outro prefeito estava falando da mesma coisa. E quem estava de saída era o PMDB. Enquanto políticos não forem presos por más administrações, a ladainha de começo de mandato não vai mudar. Bom que serve de desculpa.

Durante a campanha da boca do candidato Alcides, ouviu-se soluções infalíveis para a saúde de Rio Negrinho. Agora perto de completar 100 dias de governo Alcides, já fala da saúde como um problema nacional. Uau! Pelo menos isso o prefeito já descobriu.

Estamos enxugando a máquina. O prefeito repetiu isso três vezes. Eu contei. E depois disse que contratou uma assessoria, paga com certeza, para dizer onde estão os gargalhos do nosso hospital. Vale lembrar que não é a primeira vez que governos do PMDB usam essa solução.

Então é preciso perguntar. Qual o objetivo de uma assessoria, quando todos com as faculdades mentais em dia, sabem que hospitais com o SUS como única fonte de receita, nunca serão capazes de caminhar com as próprias pernas. Ninguém engana a matemática. Embora, os políticos tentem sempre enganar os eleitores com números que nunca fecham.

Claro que a entrevista não poderia terminar sem uma pitadinha da estrada da Volta Grande. O entrevistador levantou a bola, o prefeito matou no peito, e aproveitou para criticar. Alcides, por um minuto sofreu de amnésia. Pelo menos diante do microfone.

Esqueceu que o seu PMDB, foi governo do estado durante muitos anos, prometeu a mesma obra e não fez. O atual deputado federal Mauro Mariani, foi Secretário da Infraestrutura, também prometeu e não fez. No fim, nem se trata de fazer ou não. Obras assim acontecem rápidas, em municípios com força política e econômica. Nesses quesitos, infelizmente em termos estaduais, a nossa força é um zero a esquerda.