Os supermercados e a sexta-feira santa...
Os supermercados e a sexta-feira santa...
Existe uma passagem bíblica no novo testamento que é tão importante, que foi citada pelos quatro apóstolos de Jesus, Mateus, Marcos, Lucas e João.
Essa passagem relata a indignação de Jesus ao chegar no templo e encontrar vendedores ocupando a casa de Deus, usando o espaço que era de oração, para obterem lucro. Jesus tomado pela ira, expulsou a todos, virou mesas, talvez num dos episódios mais marcantes de sua breve passagem pela terra e acreditem, isso aconteceu às vésperas da Páscoa.
Mas o que isso tem a ver com os nossos dias? Tudo... Acreditem ou não, caros leitores, mas os proprietários de supermercados de Cascavel querem abrir as suas portas na sexta-feira santa. Na data mais significativa para nós cristãos, dia em que Jesus sofreu, dia em que Jesus foi torturado e morto, dia em que Jesus morreu na cruz por nós e nossos empresários estão pensando em ganhar dinheiro.
Já não basta que os supermercados fiquem abertos por mais de oitenta horas na semana, quando a jornada prevista pela CLT seja de quarenta e quatro horas? Já não basta estarem abrindo aos domingos, sem qualquer remuneração aos seus colaboradores? Já não basta o problema social que esse ato está causando nas famílias cascavelenses? Sim porque com a abertura dos supermercados aos domingos, além da rotatividade do setor mais que dobrar, além do numero de ações trabalhistas também aumentarem significativamente, ainda isso tem causado muitos problemas familiares.
A desagregação das famílias dos trabalhadores em supermercados é um mal irreversível na nossa sociedade, justamente numa época em que se prega a união familiar como arma fortíssima para se combater o consumo de drogas, a violência e a prostituição que ronda nossos jovens.
E se Jesus resolvesse voltar à terra, chegasse à nossa querida Cascavel na sexta-feira santa e encontrasse as lojas de Supermercados abertas, qual seria a sua reação? Cabe a nós caros consumidores tomarmos consciência da gravidade dos fatos e deixarmos de fazer nossas compras aos domingos e mais que isso, muito mais que isso, não passarmos nem perto desses estabelecimentos que estiverem abertos nessa data cheia de simbolismos para todos os cristãos, que é a sexta-feira santa.
Talvez assim esses empresários comecem a entender a importância vital entre o ter e o ser, entre o existir para servir e o estar de portas abertas para explorar, entre a prestação de serviço com lucro limpo e a total falta de sensibilidade com pessoas, com datas ou com entidades.
Que Jesus na sua infinita bondade possa os perdoar por esse ato grotesco e não faça como no templo, expulsando a todos e os classificando como salteadores do povo de Deus.
Pensem nisso...
Adilson R. Peppes.