PARA QUEM VIVE COMO SE NUNCA FOSSE MORRER

Na segunda, a gente se acorda, se levanta, toma café, pega o ônibus, chega ao trabalho, trabalha quatro horas, pega mais uma vez o ônibus, faz o percurso de volta para casa, almoça, pega o ônibus, vai para o trabalho...retorna a casa à noite, jantar, televisão ou NET...

Na terça, a gente se acorda, se levanta, toma café...Na terça, gente se acorda, se levanta...

Na quarta, a gente...

Na quinta....Na sexta....

No sábado, trabalha até meio-dia, domingo, descanso....

Na segunda, ... Tais atos indefinidamente repetidos, rotineiros, lembram a subida e a descida de Sísifo (castigo de Zeus!) empurrando sua pedra pesada colina acima, que antes de alcançar o cume do monte, despencava, tendo Sísifo que descê-lo para empurrar a pedra no outro dia mais uma vez, e assim eternamente....

Enfim, uma tarefa absurda, inútil, sem sentido, sem finalidade, a não ser a de cumprir a pena imposta por Zeus.

Por que a gente conduz rotineiramente essa pedra, se a gente sabe que um dia fica extenuado e tem de parar e esperar a morte, que é a única certeza que se tem nessa vida, ela que exatamente representa a derrota da vida?

Albert Camus disse que simplesmente a gente vive como se nunca fosse morrer.

Essa seria a única explicação não religiosa para que se reduza a vida a dois ponteiros de relógio. E, não fosse assim, a vida se tornaria um tédio ou um desespero que acabaria em suicídio.

Que têm a dizer os amigos sobre essa realidade existencialista? Vale a pena pensar nela ou é melhor que se volte a mente total...mente para outras questões, inclusive religiosas? E para quem é ou se diz ateu?

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 18/03/2013
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