DELINEANDO A INVESTIGAÇÃO

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

[...] A tevê não pára nunca de produzir informações e o público não pára nunca de ver. Do outro lado da telinha, sentado na sala de casa ou na poltrona de um avião ou ônibus, está o telespectador. Você pode chamá-lo de cidadão, ou de consumidor. Normalmente ele é as duas coisas ao mesmo tempo. Nestas condições, ele cada vez mais opina, influi e decide sobre o que gosta e o que julga importante para sua vida. (BARBEIRO, 2002, p. 18).

A proposta de estudar as relações entre o currículo escolar em ação e o vídeo, advém da necessidade de pesquisar aproximações e distanciamentos que possam ajudar a compreender as práticas pedagógicas na sala de aula quando o vídeo está presente e que marcas ele deixa no tocante a aprendizagem dos alunos.

O currículo escolar, como é visto nesta pesquisa, se desenvolve processualmente de maneira que possa cristalizar, alguns de seus momentos que marcam o que é regulamentado, o que é planejado, o que é organizado, o que é feito e o que é avaliado. Nesta pesquisa interessa particularmente o que é efetivado na realidade em sala de aula, que faz parte do currículo na ação (o que é real ou feito na prática pedagógica), que congrega o conjunto de interações e atividades realizadas pelos docentes e discentes no seu cotidiano escolar, destacando-se, neste caso, sua relação com o vídeo. Há interdependência de todas as etapas, e torna-se muito difícil fazer uma separação entre decisões políticas, práticas de planejamento, práticas organizativas, práticas avaliativas e práticas pedagógicas, pois elas se concretizam no currículo em ação, tendo em vista sua relação de poder e não poder, o que é verdadeiro e o que é falso. Configura-se assim o ambiente da escola voltado ao ensino-aprendizagem, visando responder a necessidades apontadas pelo dia-a-dia e pelas circunstâncias de caráter sócio-políticas, evidenciando-se no Projeto Político Pedagógico da escola, construído através de etapas devidamente planejadas e fundamentadas.

Com relação ao vídeo, para efeito de estudo, é possível apontar três formas de inserção na sala de aula, a saber: 1º) Como recurso didático auxiliar ao ensino-aprendizagem, o que

Ferres (1996b) chama de uma forma domesticada de tratar o vídeo; 2º) Como linguagem inovadora da comunicação pedagógica que supõe uma visão integrada dos diversos meios, fundamentada num processo de comunicação pedagógica que une o emocional ao racional possibilitando uma visão integrada; 3º) Como um ambiente oriundo dos meios de comunicação que interfere nas práticas pedagógicas.

Considerando os objetivos deste estudo: “Analisar práticas pedagógicas produzidas a partir da possibilidade de utilização do vídeo, no âmbito da instituição escolar, no espaço da sala de aula e suas relações com o currículo escolar”, o foco referencial da presente pesquisa foi o COFRAG – Colégio Dr. Francisco Aguiar, fundado em 05 de janeiro de 1964, localizado no Município de Santa Rita/Paraíba, tendo em vista que utiliza o vídeo em suas práticas curriculares em sala de aula desde a década de 1980. Definida a coleta de dados junto as quintas, sextas e sétimas séries do Ensino Fundamental, por se tratar de um grupo que já tem um razoável tempo de experiência de aula e não está comprometido com o término de uma etapa de ensino, que em geral, compromete a turma, docentes e discentes, como é o caso da oitava série.

Foram visitadas e observadas todas as turmas da Educação Básica, envolvendo o Ensino Fundamental e o Ensino Médio do COFRAG, em outubro e novembro de 2006, levando-se em consideração o uso tecnologia do vídeo em sala de aula. Após avaliar as diversas modalidades de utilização do vídeo foram selecionadas: as quintas, sextas e sétimas séries do Ensino Fundamental, tendo em vista que apresentavam a maior variedade de modalidades.

No mês de outubro de 2006 foram também realizadas as entrevistas com os docentes das turmas observadas, que livremente se dispuseram em serem entrevistados. Foi entrevista uma pessoa ligada à direção, visando conhecer os critérios da direção em relação ao vídeo, sendo também entrevistado o secretário escolar com relação ao uso do vídeo.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 18/03/2013
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