Estrutura Contemporânea da Poesia.
Abbagno, NICOLG, 190, Dicionário de filosofia, 1 edição brasileira -São Paulo- Martins Fontes, 2000.
Poesia é uma forma definida de expressão lingüística que tem como condição essencial o ritmo. Para Platão a concepção de poesia emocional foi demonstrada pela a primeira vez quando afirma que “A parte da alma que em nossa desgraça pessoais tentamos refrear, que tem sede de lagrimas e gostaria de suspirar e lamentar-se a vontade, pois é essa a sua natureza é justamente a parte a que os poetas dão satisfação e prazer “ (pag,767) . Platão adverte que o fato da poesia ser de teor emocional não é menor o valor por assim dizer tratar-se de emoções alheias, por que “necessariamente as emoções alheias passam a ser nossa”
O sublime trabalho da poesia é dar sentido e paixão a coisa insensata, dentro desse conceito observa-se que a poesia tem varias vertente. Para Baumgarten, a poesia é particularmente um discurso sensível perfeito, de tal maneira que seus vários elementos, representações, nexos, palavras ou sinais que expressam , tendem ao conhecimento das representações sensíveis. (pag.768) A qualificação sensível esclarece o caráter da poesia.
Destarte analisarmos de onde vem à sabedoria poética em que primórdios foram descrito, ela teve que começar com alguma metafísica, não a metafísica arrazoada e abstrata erudito de agora, mas sensitiva e imaginativa tal como deve ter sido a de tais primeiro homens, pois eles eram de nenhum raciocínio mas de sentido robustos e vigorosíssimas fantasias (Sc.nuova,174, II Della sapienza poética ) Entretanto Hegel foi quem melhor expressou afirmando que a poesia é mais antiga que a linguagem prosaica artisticamente formada.
A poesia não se limita a exprimir através da imagem um conteúdo que já é conhecido por si em sua universalidade, mas ao contrario de acordo com seu conceito imediato, ela permanece na unidade substancial, onde ainda não ocorreu tal separação. E ao contrario do sentimento a expressão poética é um teorese, um conhecer, e por isso mesmo, enquanto sentimento adere ao particular e, por mais elevado e nobre que seja em sua origem, move-se necessariamente na unilateralidade da paixão, na antinomia do bem e do mal e na ansiedade do prazer e dor.
Este cunho de universalidade e de totalidade é também um caráter da poesia. Portanto segundo o próprio Hegel, o valor da poesia é que sua manifestação é filosófica e se manifesta na imagem, e não na universalidade do seu conceito.
Para Heidegger, a poesia é a nominação fundadora do ser e da essência de todas as coisas, não é um simples dizer qualquer, mas é um dizer pelo o qual é revelado inicialmente tudo o que nós debatemos e tratamos depois na linguagem de todos os dias, é a linguagem primitiva de um povo, e a essência da linguagem deve ser compreendida a partir da essência da poesia. É a própria verdade, isto é a manifestação ou revelação do ser (ibid, Holzwege,1950,pp.252 ss.)
Entretanto Flaubert diz; ‘ compor versos simplesmente, escrever um romance, cinzelar mármore, eram coisas boas nos tempos em que não existia a missão social do poeta. Agora qualquer obra deve ter significados moral, ensinamentos bem dosados. Pois um artista que corre atrás de um objetivo que não seja a beleza, não é artista. A beleza é o único fim da poesia, mas precisamente a beleza formal que independente dos conteúdos que lhe são oferecidos pela emoção ou pelo o intelecto.
Nota-se que a função da literatura ‘ Não é a coerção ou persuasão por vias emocionais, sua função tem a ver com a clareza e o vigor de qualquer pensamento ou opinião. ( apud Elza Pound,771).
Desse ponto de vista a estética contemporânea da poesia tem pontos culminante que são descrita de três maneiras ou espécies ou seja ; Poesia Melopéia, em que as palavras, além do seu significado comum, comportam algumas qualidades musical que condiciona o alcance e a direção desse significado; a Poesia Fanopéia que é a projeção de imagem sobre a fantasia visual, e a Poesia Logopeia na qual as palavras são usadas não só em seu significados direto, mas também em sua vista de usos e costumes, do contexto, das concomitância habituais, das acepções conhecidas e da ironia (pag,772 )
Palavras chaves - Poesia, caráter, contemporaneidade.