Não contrarie a natureza
Este assunto já foi exposto em outras colunas, sob o título “A vingança do silicone! Depois da veiculação recebi muitas manifestações, através de cartas, ligações telefônicas e e-mails, todas referindo-se favorável ou desfavoravelmente à matéria publicada.
Uma leitora, por sinal dona de uma extrema lucidez sociopolítica, afirmou que “deve haver um excesso de silicone no Primeiro Mundo, a ponto de eles exportarem para cá sua produção, de forma maciça...”. Outra pessoa, provavelmente alguém da área médica, que preferiu não se identificar, referindo-se ao silicone, revela os malefícios que aquele produto pode acarretar ao organismo humano, desde o simples deslize da prótese injetada, problemas de intoxicação e até o surgimento de câncer.
Um travesti, em São Paulo, aplicou o produto, e a massa que formava o seio desceu, por efeito da gravidade e virou uma terceira banda de bunda. Deve ter sido um produto inferior, inadequado ao uso. O fato é que a mulherada está desesperada para fazer um up grade, mudar de fachada, dar um tcham, buscar um new look.
Um filósofo contemporâneo afirma que as mulheres estão injetando silicone para aumentar os seios, não para tanto para agradar seus parceiros (afinal, o seio de silicone só é bonito, mas incômodo ao toque), mas para fazer morrer de inveja suas amigas. O negócio não é para o marido tocar, mas para os outros desejarem. Dentro do desvio de algumas narcisistas, cujo maior prazer é serem comidas com os olhos (apenas com os olhos), até pode.
Outra coisa, no que se refere às tentativas de algumas se fazerem bonitas e mais jovens, está na cirurgia plástica. Em geral, junto com o desejo de rejuvenescer, há um certo masoquismo. Diz uma amiga, especialista em ciências do comportamento, que a primeira coisa que a mulher carente faz, é uma plástica.
Primeiro para tentar “ir à luta”. Depois, para mostrar ao marido fujão, “o que ele está perdendo” e, por último, uma automutilação às vezes ajuda a punir eventuais sentimentos de culpa. Coisa complicada, né? O grande problema é que a natureza, por sábia, tem suas leis. Contrariá-las é pedir “chumbo grosso”.
O ideal é a pessoa tomar consciência de suas carências, de sua idade e de sua condição física, viver sua vida gostando de si, aceitando-se tal como é, e não como idealizou. O ato de buscar transformações contrárias à natureza, nem sempre é adequadamente acompanhado pela cabeça. Isso sem considerarmos a vingança da natureza agredida.