VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

Passada as homenagens pelo dia da mulher, é hora de voltar à realidade. Muitos talvez, dirão que sou um pessimista exagerado. Não se trata de ser pessimista ou otimista. Claro que muitas coisas já mudaram na sociedade. Nas últimas décadas, as mulheres alcançaram novos status.

Principalmente em países de primeiro mundo. O que não é o nosso caso. Também, não devemos nos deixar enganar pela mídia. Ali os rostinhos bonitos parecem perfeitos. Nem pelos grandes centros urbanos. Nas grandes cidades do Brasil, logicamente com exceções, o modo de enxergar as mulheres já mudou muito.

Mesmo numa sociedade supostamente igualitária, a mulher é obrigada a lutar todos os dias pelos seus direitos. Elas estão. Se fosse feita uma pesquisa, saberíamos o quanto essa luta tem sido difícil. E não importa se a mulher é rica ou pobre. Ou se vive no mundo da fama. Elas ainda são olhadas de maneira diferente.

E serem olhadas nem é o xis do problema. A grande questão é a maneira como as mulheres são tratadas pelos homens. O tratamento entre as quatro paredes ainda é a grande incógnita. É ali que o espírito masculino de posse aflora. Ali, muitas vezes, a mulher se transforma num simples objeto de uso pessoal.

Esse sentimento de posse, de ser o dono exclusivo, acaba desaguando na violência. Geralmente todo tipo de violência, é uma válvula de escape dos fracassados. Daqueles que desacorrentam seus diabinhos interiores e ficam todo o tempo a mercê deles. E depois, é muito mais fácil bater na mulher, do que no brutamonte da esquina né.

O julgamento do ex-goleiro Bruno. E agora do advogado Mizael, deixaram que a mídia estampasse toda a essência dessa violência. Com um, porém perigoso. No caso de Bruno, quando toda a sociedade deveria discutir a violência, o assunto principal foi o tempo da pena.

Com Mizael deverá acontecer o mesmo. De repente, por causa de um colchão, a namorada morta foi chamada de prostituta. Quando nos convém, somos especialistas em desvirtuar para levar alguma vantagem lá adiante. Os irmãos Cravinhos irão cumprir pena no regime semiaberto. Então fica a pergunta. E se Suzane Von Richthofen fosse homem?

Não adianta homenagem num dia, e achar que sua parte está feita. Existem sinais de socorro ecoando todos os dias. E quem grita não está pedindo flores vermelhas. Na sociedade brasileira, infelizmente o machismo ainda dá as cartas. Então, vai demorar muito, até que o cordão umbilical da violência contra as mulheres seja cortado. Espero que um dia seja.