*SONIA NOGUEIRA
Sonia Nogueira
A poetisa sonhadora - Nas Entrelinhas
É fácil falar da professora Sonia Nogueira, que dedicou metade de sua vida ao alunado de Escolas Públicas Municipais de Fortaleza e ainda dirigiu uma Escola Infantil de sua propriedade por alguns anos. Com ela dividi tarefas na escola, juntas experimentamos o dia-a-dia do árduo trabalho educacional; em nenhum momento Sonia demonstrava interesse maior pela literatura, apenas pela leitura. Portanto falar de sua obra poética para mim, que não sou crítica, nem historiadora da literatura; sou apenas uma aprendiz de ser, é tarefa por demais laboriosa. Não me atrevo a esta responsabilidade; apenas farei um breve comentário para estabelecer uma comunicação externa que venha preencher o vazio da poetisa que tem fome e sede de poesia.
Sonia Maria Nogueira nascida às margens do rio Jaguaribe, no século XX, Giqui, vive nos nossos dias com suas fantasias, emocionando com suas histórias e poesias.
No apogeu de sua infância perdeu sua mãe. Para substituir, sua perda foi estudar fora do domicílio familiar, uma porta de saída, pois, seu pai logo se casou sua tia, e esta a adotou como filha, com todas as regalias.
Sua tia madrasta por ser uma mulher decidida e determinada, não permitia que seu consorte lhe fizesse imposições, estava à frente do seu tempo; com sua força de mulher sertaneja soube como educar sua sobrinha. Cedo, encaminhou-a na vida. Sonia teve o privilégio de ocupar bancos escolares em instituições de ensino tradicionais, como o Instituto Valdemar Falcão, das irmãs Salesianas em regime de semi-internato em Aracati. Conviveu com as exigências e cumprimento de normas e compromisso com a leitura. Sob a orientação das irmãs religiosas. Aprendeu os ofícios domésticos como, bordar, costurar e outras atividades comuns para enfrentar a sociedade com suas parentas em Aracati.
Tentando sublimar a perca da mãe, Sonia canalizou essa ausência em busca de uma profissão considerada materna, que foi ser professora primária; escolhida por opção.
Formou-se professora pelo Instituto de Educação do Ceará e graduou-se em História pela Universidade Estadual do Ceará. E duas pós-graduações
A Escola para Sonia foi sempre seu espaço de amor, sua ocupação maior por não dizer total. Com isso ocultou seu talento de poetisa enquanto dedicou seu tempo inteiramente as atividades de professora. Só vindo florescer esse dom que estava latente após sua aposentadoria. Para assim elaborar seus pensamentos e dedicar-se a literatura.
Anteriormente, com o desenvolvimento da internet, Sonia preparou-se com cursos de informática e integrou-se nas redes sociais e sítios de literatura e transportou-se para o mundo. Ela é uma internauta afiada. Na verdade ela libertou-se do giz e do teleensino e transportou-se para as páginas dos sítios literários da internet. É recorde em textos postados no Recanto das Letras. Possui diversos blogs e sites próprios como articuladora da internet integra a Rede de Escritoras Brasileiras-REBRA e outras entidades virtuais e participa também de diversas entidades literárias em Fortaleza. No seu livro de estreia “Eu Poesia, Contos e Crônicas” – 2008, ela ensaia com seus primeiros versos metrificados com tendência a corrente parnasiana e suas crônicas e contos sobre o cotidiano.
Do livro acima citado no seu poema intitulado “Quem Sou Eu?” Observa-se a contradição entre o mundo ideal e o real, ela revela sutilmente seu desalento.
Sou uma miragem
Que rompeu as trevas
Uma luz buscando frestas
Uma rocha abrindo passagem
Devastando terras férteis
Pousando em área deserta.
(...)
Na literatura como na vida, Sonia procura evadir-se em sonhos proporciona um certo bálsamo de refrigério interior. Mergulha no mundo imaginário da arte e foge um pouco da realidade, da sua vida, esquece por alguns instantes, como uma forma de apagar por pequenos momentos algo que incomoda, e não consegue aceitar.
Sonia está sempre buscando algo inusitado para preencher sua vida e seus espaços que se esvaziaram com a separação prematura de sua mãe, bem como o afastamento de suas atividades educacionais, a qual era tão dedicada, e a meu ver também por um amor que não floresceu. Podemos constatar no seu livro “Nas Entrelinhas Sonetos Meus,” através dos rodapés, onde ela faz questão de demonstrar que está rodeada de amigos; no entanto, muitos são virtuais. Sonia precisa do leitor virtual e presencial, de agremiações para referendar seu talento poético, e também pertencer ao mundo presencial. Não há intimismo que não seja comum, pois nenhuma alma é uma ilha.
Observei também no seu livro acima citado, que há labirintos e enigmas indecifráveis; é povoado de mistérios, no entanto ela expõe sua autoestima elevada, canta o efêmero da felicidade. Porém, deixa-se perceber nas entrelinhas, uma mulher frágil revestida de uma carapaça de uma fortaleza disfarçada, fugindo do seu retiro.
Ela expressa sutilmente uma característica intimista, no poema “Livre para amar”, página 54, uma demonstração de fuga da realidade, fugindo do amor; sentimentos do corpo, buscando sua liberdade. No entanto sabemos que, todo poeta é um fingidor, como diz Fernando Pessoa.
Não me acorrente em teu amor, te peço,
Asas podadas, passos vigiados,
Morro aos poucos e fujo do excesso
Para subir e alcançar meus espaços.
(...)
No último verso: Não me acorrente em teu amor, te peço.
Em outro poema: “Lua Perfumada,” página 147, ela expressa seu lirismo subjetivo, sua sensibilidade e sutilmente aflora as reminiscências da infância; apesar de não ressaltar suas raízes com mais entusiasmo como poeta e historiadora. Sonia nega sua própria história. Recusa-se cantar em seus poemas a beleza do rio da sua infância, “o Jaguaribe”.
“Quando te vejo distante e suave;
nas noites passadas do meu sertão;
o pensamento deita na saudade
das horas sós que nunca mais virão.”
(...)
Em apenas oito anos dedicado à literatura, Sonia hoje é, detentora de vários prêmios e troféus. Participa com seus poemas em diversas antologias poéticas e recentemente publicou seu quinto livro. No entanto sua tendência ainda não está claramente configurada.
Rosa Firmo Beserra Gomes, escritora, poetisa artista plástica, educadora.
Agradeço a Rosa Firmo pela descrição fiel a mim.
É preciso conhecer-me para descrição tão detalhada.
Abraços.
Sonia Nogueira
A poetisa sonhadora - Nas Entrelinhas
É fácil falar da professora Sonia Nogueira, que dedicou metade de sua vida ao alunado de Escolas Públicas Municipais de Fortaleza e ainda dirigiu uma Escola Infantil de sua propriedade por alguns anos. Com ela dividi tarefas na escola, juntas experimentamos o dia-a-dia do árduo trabalho educacional; em nenhum momento Sonia demonstrava interesse maior pela literatura, apenas pela leitura. Portanto falar de sua obra poética para mim, que não sou crítica, nem historiadora da literatura; sou apenas uma aprendiz de ser, é tarefa por demais laboriosa. Não me atrevo a esta responsabilidade; apenas farei um breve comentário para estabelecer uma comunicação externa que venha preencher o vazio da poetisa que tem fome e sede de poesia.
Sonia Maria Nogueira nascida às margens do rio Jaguaribe, no século XX, Giqui, vive nos nossos dias com suas fantasias, emocionando com suas histórias e poesias.
No apogeu de sua infância perdeu sua mãe. Para substituir, sua perda foi estudar fora do domicílio familiar, uma porta de saída, pois, seu pai logo se casou sua tia, e esta a adotou como filha, com todas as regalias.
Sua tia madrasta por ser uma mulher decidida e determinada, não permitia que seu consorte lhe fizesse imposições, estava à frente do seu tempo; com sua força de mulher sertaneja soube como educar sua sobrinha. Cedo, encaminhou-a na vida. Sonia teve o privilégio de ocupar bancos escolares em instituições de ensino tradicionais, como o Instituto Valdemar Falcão, das irmãs Salesianas em regime de semi-internato em Aracati. Conviveu com as exigências e cumprimento de normas e compromisso com a leitura. Sob a orientação das irmãs religiosas. Aprendeu os ofícios domésticos como, bordar, costurar e outras atividades comuns para enfrentar a sociedade com suas parentas em Aracati.
Tentando sublimar a perca da mãe, Sonia canalizou essa ausência em busca de uma profissão considerada materna, que foi ser professora primária; escolhida por opção.
Formou-se professora pelo Instituto de Educação do Ceará e graduou-se em História pela Universidade Estadual do Ceará. E duas pós-graduações
A Escola para Sonia foi sempre seu espaço de amor, sua ocupação maior por não dizer total. Com isso ocultou seu talento de poetisa enquanto dedicou seu tempo inteiramente as atividades de professora. Só vindo florescer esse dom que estava latente após sua aposentadoria. Para assim elaborar seus pensamentos e dedicar-se a literatura.
Anteriormente, com o desenvolvimento da internet, Sonia preparou-se com cursos de informática e integrou-se nas redes sociais e sítios de literatura e transportou-se para o mundo. Ela é uma internauta afiada. Na verdade ela libertou-se do giz e do teleensino e transportou-se para as páginas dos sítios literários da internet. É recorde em textos postados no Recanto das Letras. Possui diversos blogs e sites próprios como articuladora da internet integra a Rede de Escritoras Brasileiras-REBRA e outras entidades virtuais e participa também de diversas entidades literárias em Fortaleza. No seu livro de estreia “Eu Poesia, Contos e Crônicas” – 2008, ela ensaia com seus primeiros versos metrificados com tendência a corrente parnasiana e suas crônicas e contos sobre o cotidiano.
Do livro acima citado no seu poema intitulado “Quem Sou Eu?” Observa-se a contradição entre o mundo ideal e o real, ela revela sutilmente seu desalento.
Sou uma miragem
Que rompeu as trevas
Uma luz buscando frestas
Uma rocha abrindo passagem
Devastando terras férteis
Pousando em área deserta.
(...)
Na literatura como na vida, Sonia procura evadir-se em sonhos proporciona um certo bálsamo de refrigério interior. Mergulha no mundo imaginário da arte e foge um pouco da realidade, da sua vida, esquece por alguns instantes, como uma forma de apagar por pequenos momentos algo que incomoda, e não consegue aceitar.
Sonia está sempre buscando algo inusitado para preencher sua vida e seus espaços que se esvaziaram com a separação prematura de sua mãe, bem como o afastamento de suas atividades educacionais, a qual era tão dedicada, e a meu ver também por um amor que não floresceu. Podemos constatar no seu livro “Nas Entrelinhas Sonetos Meus,” através dos rodapés, onde ela faz questão de demonstrar que está rodeada de amigos; no entanto, muitos são virtuais. Sonia precisa do leitor virtual e presencial, de agremiações para referendar seu talento poético, e também pertencer ao mundo presencial. Não há intimismo que não seja comum, pois nenhuma alma é uma ilha.
Observei também no seu livro acima citado, que há labirintos e enigmas indecifráveis; é povoado de mistérios, no entanto ela expõe sua autoestima elevada, canta o efêmero da felicidade. Porém, deixa-se perceber nas entrelinhas, uma mulher frágil revestida de uma carapaça de uma fortaleza disfarçada, fugindo do seu retiro.
Ela expressa sutilmente uma característica intimista, no poema “Livre para amar”, página 54, uma demonstração de fuga da realidade, fugindo do amor; sentimentos do corpo, buscando sua liberdade. No entanto sabemos que, todo poeta é um fingidor, como diz Fernando Pessoa.
Não me acorrente em teu amor, te peço,
Asas podadas, passos vigiados,
Morro aos poucos e fujo do excesso
Para subir e alcançar meus espaços.
(...)
No último verso: Não me acorrente em teu amor, te peço.
Em outro poema: “Lua Perfumada,” página 147, ela expressa seu lirismo subjetivo, sua sensibilidade e sutilmente aflora as reminiscências da infância; apesar de não ressaltar suas raízes com mais entusiasmo como poeta e historiadora. Sonia nega sua própria história. Recusa-se cantar em seus poemas a beleza do rio da sua infância, “o Jaguaribe”.
“Quando te vejo distante e suave;
nas noites passadas do meu sertão;
o pensamento deita na saudade
das horas sós que nunca mais virão.”
(...)
Em apenas oito anos dedicado à literatura, Sonia hoje é, detentora de vários prêmios e troféus. Participa com seus poemas em diversas antologias poéticas e recentemente publicou seu quinto livro. No entanto sua tendência ainda não está claramente configurada.
Rosa Firmo Beserra Gomes, escritora, poetisa artista plástica, educadora.
Agradeço a Rosa Firmo pela descrição fiel a mim.
É preciso conhecer-me para descrição tão detalhada.
Abraços.