Tamerlão e a violência dos dias atuais.
O desrespeito a vida humana assola nossos dias, furtos, roubos, assassinatos ainda trazem intranqüilidade e um sentimento de impotência a todos, porém, não obstante a isso, nós estamos evoluindo, caro leitor. Sim, é verdade, o ser humano vem dando largos passos rumo ao progresso, questão de tempo, algumas décadas e crimes bárbaros já não mais existirão.
O amigo leitor poderá dizer que estou ficando maluco, afinal, estamos enjaulados a mercê da violência que se prolifera a olhos vistos.
Porém, se olharmos a história da humanidade veremos que minha afirmação não é destituída de lógica; para sermos diretos e objetivos em nosso enfoque, faço referência a Tamerlão (1336 – 1405), o último conquistador de origem Mongol.
De personalidade intrigante, seus historiadores o relatam de diversas formas: nobre, educado, violento, aculturado, amantes das artes, líder militar refinado...
Certa vez, para impor respeito, Tamerlão assassinou um grupo de crianças e quase toda a população da cidade de Isfahan, cruelmente empilhando seus crânios ao lado de fora da entrada da cidade. Noutra vez, para conter uma rebelião, cimentou 2.000 pessoas na parede de uma torre. Pasmem, caro leitor, 2.000 pessoas!
Falamos apenas de Tarmelão, todavia, os absurdos cometidos pela humanidade não se detém no líder Mongol, infelizmente foram milênios de intransigência, violência, subjugação...
Por isso, afirmo que hoje estamos melhores, sem dúvida estamos melhores, longes ainda do ideal, é verdade, mas melhores, mais conscientes, com certeza.
O que ocorre, caro leitor, é que a revolução tecnológica, imposta pela própria evolução humana nos amplia a visão dos fatos. O que acontece do outro lado do mundo ficamos sabendo aqui, em tempo real.
Outro ponto é que mídia colabora para que as notícias sensacionalistas se espalhem, adoram divulgar tragédias, crimes, assassinatos, há programas especializados em procurar desastres, lamentavelmente fazem minuciosa investigação para ressaltar o lado negativo do mundo, mostrando apenas uma face da moeda. Isso ilude muitas pessoas, desencorajando-as de acreditar no ser humano, promovendo desastroso resultado social.
O medo ganha espaço em detrimento a solidariedade. As pessoas começam inclusive a mudar seus hábitos sociais, não saem de casa, não se relacionam, não trocam experiências. Até prova em contrário, todos são culpados, pode estar ali, na próxima esquina nosso algoz...
Notícias ruins tem o poder de nos atirar em uma atmosfera de constante desconfiança, consultórios médicos ganham pacientes estressados com a síndrome do medo dos dias atuais. Violência, violência, violência...
Punição aos criminosos, pena de morte, é o mundo como uma bomba, prestes a explodir, balas perdidas, sangue, tristeza...
Meu Deus! Será que estamos regredindo?
Claro que não, caro leitor. O mundo segue seu ritmo, avançamos mais rápido intelectualmente, é verdade, mas não deixamos de evoluir, mesmo que timidamente moralmente.
Alô imprensa, vamos rever o papel que devemos desempenhar na sociedade?
Nada de censura, a imprensa deve mesmo divulgar as notícias, mas venhamos e convenhamos, será que é só de desgraça que se faz o mundo? Creio que não, há muita coisa boa acontecendo, há muita gente comprometida com o Bem.
Então fica a pergunta:
Por que não abrir espaço na imprensa para quem faz o bem? Por que não deixar que essas inúmeras pessoas compromissadas com obras sociais falem sobre os benefícios que já levaram até as comunidades?
Este espaço, concedido em bases democráticas poderá fazer uma revolução em nossa sociedade, porque sabemos que a propaganda é uma das almas do negócio bem sucedido, e lembrando ainda uma frase de marketing: “Quem não é visto, não é lembrado”.
Por isso, compete-nos abrir espaço ao Bem, O Bem precisa ver visto para ser lembrado, necessitamos fazer um marketing agressivo em torno das boas iniciativas, conclamando as pessoas a abraçarem nobres ideais. A natureza humana é boa, caro leitor, fomos criados para o Bem.
Utopia? Creio que não, porque será privilegiando as boas idéias, voltadas à construção de uma coletividade melhor que iremos afastar a violência que tanto nos encarcera nos muros de nossa casa. Basta divulgar o Bem, e sobretudo, praticá-lo.
Pensemos nisso.