SEGURO VIAGEM: VERDADES E MITOS!
Quem já viajou bastante sabe bem, mas para os marinheiros de primeira viagem, é sempre bom saber de mais um evento importante na hora de viajar e sair do Brasil. E desta vez o tema é: SEGURO VIAGEM!
Não é incomum quando o portal Crônicas do Imperador recebe dezenas de perguntas relativas a vistos, roteiros, dicas e até questões diplomáticas todos os meses, mas ultimamente, pessoas escrevem para saber sobre o Seguro Viagem; tão exigido para o brasileiros que entram na Europa e Estados Unidos. Ele que é uma espécie de garantia recíproca em momentos de desespero; e também muito questionado, pois embora seja relativamente barato, muitos são os que desconfiam de que ele não sirva pra nada...
Com base em minha experiência profissional e por ter saído do Brasil algumas dezenas de vezes; também por ter contratado algumas apólices de seguro para esta finalidade, resolvi fazer um artigo para tentar explicar o que é e como funciona o SEGURO VIAGEM!
Os mais baratinhos custam R$ 15,00, mas são raros e suspeitos. Os mais em conta não oferecem muitas garantias e já são réus em vários processos judiciais. Alguns destes seguros oferecidos como a solução para seus problemas não tem nem sede no Brasil; e isso dificulta ainda mais na hora de questioná-los e cobrá-los por meio judicial.
Em geral eles servem para viagens internacionais e para as nacionais também. Cobrem, ou deveriam cobrir, imprevistos relacionados a saúde, perda de voo, extravio de documentos, extravio de bagagem, perda de cartões de crédito, despesas com advogados, dentre outros fatores que compõem um cenário preocupante do viajante.
Alguns países da Europa e Estados Unidos, exigem que seu visitante esteja coberto por uma apólice de seguro; e isso ocorre, porque em geral, costumamos a fazer bobagens e não somos obrigados a pagar a conta, como aqui no Brasil. O sujeito aluga um carro, bebe todas e quando está dirigindo, bate num poste, causando danos a rede elétrica e ao patrimônio público. Em seguida ele precisa ser atendido por uma ambulância e é levado a um hospital.
Por mais que este sujeito dê pouco prejuízo, uma operação destas custará a alguém nada menos que R$ 10.000,00; e ao final, a companhia elétrica assume a sua parte, a secretaria de saúde a outra; e o Governo assume tudo. O povo brasileiro é quem de fato pagou a conta do bêbado irresponsável. Se ele for brasileiro, ainda se pode imaginar que em tese, ele próprio ajudou a pagar a conta; mas e se ele for paraguaio; mandamos a conta para o Paraguai? Óbvio que não e se ele não estiver coberto com uma apólice de seguro, amargaremos mais esta perda...!
Em países sérios, cujas leis são respeitadas, vale muito a pena contratar o seguro viagem. Muito embora seja uma questão de foro íntimo, fazê-lo ou não, dependerá de seu discernimento sobre as questões de risco que envolvem sua viagem. Para dentro do Brasil e para nós brasileiros, as leis vigentes nos protegem de alguns modos, mas quando saímos do Brasil, além de não conhecemos a legislação local, você estará à mercê da sorte, sobretudo que sua viagem for solitária, sem a companhia de outra pessoa.
Quando você aluga um carro no exterior já há a opção de contratação de uma apólice. Os motivos para contratá-la são inúmeros e importantes. Colidir um carro e gerar dano apenas ao carro é uma possibilidade, mas imagine que em decorrência deste acidente haja vítima e este paciente necessite de uma prótese? O preço será muito alto! É por isso que devemos ter também a garantia de proteção a terceiros.
Encontrar um destes seguros de viagem é muito fácil. A internet está cheia de ofertas. Centenas de páginas oferecem diretamente a possibilidade de você contratar imediatamente; ou até mesmo na hora da compra de um bilhete aéreo, fantasmas virtuais rondam os valores para embuti-lo um pouco mais de despesa. O preço médio de uma apólice séria para uma viagem à América do Sul, custa R$ 100,00; já para a Europa e Estados Unidos, algo em torno de R$ 150,00 por pessoa e para um período de 30 dias.
Uma das principais empresas que vendem estas apólices é a Assist-Card; eu já utilizei e não aconselho a ninguém fazê-lo por ela. A Assist-Card não respeita a vontade do cliente quando envia milhares de spams; o atendimento telefônico serve somente para vender; quem atende pertence sempre a ume empresa contratada e não resolve nada. Tive um dano na Europa e só consegui receber da Assist-Card dois anos após e por meio judicial.
Muitos viajantes já tem direito a este seguro e não sabem. Quem utiliza cartões de crédito mais personalizados, como Platinum, Visa Infiniti, Mastercard Black ou American Express (algumas modalidades), já pagam por este serviço. No American Express The Platinum Card (clube fechado), há uma apólice embutida que cobre até U$ 1 milhão. Muitas aduanas reconhecem as apólices destes cartões, mas para facilitar, peça pro seu cartão emitir documento probatório; e isso é uma obrigação deles.
Há muitas outras empresas que exploram esta ramo lucrativo. O que você precisa saber é se o destino desejado para a vista exige a contratação destes seguros; depois se é uma necessidade tê-lo, uma vez que não houver exigência; e em seguida, pesquisar bem a empresa que contrata, porque seguro é assim: na hora de vender você é o rei; na hora que o Rei precisa usá-lo, automaticamente vira plebeu; e se o plebeu precisar de apoio judicial, pode inclusive, saber que a empresa contratada sequer existe de fato ou é sediada no Brasil.
Uma experiência que levarei comigo pro resto da vida ocorreu em Lima – Peru; quando da contratação de um veículo na Localiza o atendente me deu duas alternativas: ou eu alugava de forma normal, com seguro e autorizava U$ 1.700,00 no bloqueio do seguro no meu cartão de crédito; ou pagava mais U$ 10,00 por diária e o bloqueio do seguro baixava para U$ 600,00. Isso traduz automaticamente que o seguro é uma das partes mais lucrativas de quem ganha com o turismo e as viagens internacionais. Obviamente que não quis a contratação de qualquer seguro, uma vez que meu cartão de crédito pede em contrato que eu não contrate este serviço, porque eles pagam qualquer prejuízo alçados em até U$ 1 milhão!
Comprar passagens e pacotes internacionais diretamente de agência de viagem anda meio em baixa, mas o melhor a fazer é ter sempre contato com um agente de viagem. É este profissional que irá orientá-lo sobre a melhor maneira de viajar com segurança; inclusive, sendo-lhe solidário, juridicamente falando, em questões menos esperadas.
Tenham uma boa viagem e com bastante segurança!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires