A FILOSOFIA DO SENTIMENTO

Muitas flores nascem em terra estranha, assim é

minha filosofia do sentimento. Portal para um novo

olhar, estrela que com sua cor desenha traços de

esperança em olhos lacrimejantes. É a busca do amor dos

sábios, perfume divino que se perdeu nos confins do

racionalismo. O yin de toda a filosofia anterior, sem o

qual não é nada. A emoção é mais importante ou tanto

quanto a razão. Isso foi ignorado pela sociedade, pela

cultura, pelo Estado e assim por diante. O ser humano é

movido pela emoção, ele se comunica pelo que sente.

Descobertas de neurobiologia mostram que boas emoções

colaboram a superar o estresse da vida diária, ajudam a

raciocinar e fazem com que se viva mais. Experiências

com freiras demonstraram que as bem humoradas

chegam a viver até dez anos mais. Toda a linguagem se

fundamenta em emoção, uma vez que se pode dizer de

vários modos a mesma frase com sentidos diferentes, de

acordo com o tom em que se fala, com a face que se

demonstra, a postura e tudo mais. A união do sistema

límbico ao córtex, um diálogo de nossas fases evolutivas

neuronais, noogênese. O sentimento fundamenta a união

social, faz a perpetuação da espécie, encaminha a ética

humana, ao amor. Não somos nada sem amor, então a

filosofia tem de perceber isso e colocar diretrizes ao

pensamento para que superemos antigos erros,

sentimentos negativos. Combater sentimentos ruins

talvez teria evitado muitas mortes na humanidade, talvez

teria acabado com a fome mundial. A filosofia tem de

perceber que a linguagem do mundo é o que se sente pelo

mundo, não é apenas palavra vazia e discurso retórico.

Desta feita, não há amor que já não existiu, pois

somos todos filhos do amor. O amor pertence a meu eu

verdadeiro, não ao meu ego ilusório. Amor que não

precisa de experiência, que é sentir amor, amor puro,

amor a priori. Assim sendo, o coração pulsa antes de

nascer e troca energia com a mãe carinhosa e com a sacra

natureza. Na água flutuamos feito Moisés no seu cesto,

quando foi encontrado pelo mistério da fertilidade.

Milhares de anos se passaram e a humanidade continua

cega em relação ao seu sentimento de amor.

(De livro do autor: Reflexões sobre o amor, a venda em https://www.clubedeautores.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&what=mariano+soltys&sort=&commit=BUSCA)