ORDEM OU CAOS – DEUS OU ACASO:
Num tempo sem data tudo começara, no principio a escuridão se fez luz, o pequeno lar Cósmico fora o escolhido.
Por obra do acaso ou pela vontade de um poder maior as condições de vida se tornaram propicias em todas as suas manifestações e diversidades.
Em milênios as transformações foram se dando, a natureza explodia em todas as formas, criaturas surgiam, transformavam-se, adaptavam-se as condições do novo lar como num,
Caldeirão em ebulição constante, comandado por um hipotético Alquimista em suas experiências cientificas.
Assim nos era apresentado o mundo em sua criação.
A luta pela sobrevivência se da em todas as categorias dos seres vivos, desde o mundo vegetal ao mundo animal e também de alguma forma no mundo mineral, pois mesmos os elementos mais primários se modificam e se sobrepõem aos outros elementos através das transformações que ocorrem no interior do planeta que após milênios continua em constante ebulição.
Mas sem entrar em uma área que é mais afeita a grandes cientistas e pesquisadores da profundidade das alterações químicas e físicas do planeta, gostaria de me ater no fator humano que passou a ser o acelerador de grandes transformações no planeta, por sua capacidade de desenvolvimento cientifico e tecnológico, principalmente nos dois últimos séculos.
De alguns séculos para cá, ou sendo mais preciso desde o século dezenove, quando começou a revolução industrial o homem em sua ânsia de progresso não se preocupou com mais nada a não ser o lucro a qualquer preço. Não importando o que era destruído a sua volta desde que avançasse sempre em novas conquistas .
Tanto no Oriente como no Ocidente, nações se empenhavam em descobertas que pudessem servir de arcabouço para um desenvolvimento que as levassem a hegemonia em suas respectivas regiões e assim puderem exercer o domínio politico e em muitos casos territoriais sobre as outras nações.
No meio de todas estas conquistas cientificas e tecnológicas, a que mais se desenvolveu foi a tecnologia militar. Desde os tempos dos grandes impérios e civilizações, tais como a Egípcia, grega e Romana, o homem teve uma capacidade criativa muito grande em produzir armas letais e sofisticadas, tanto para sua defesa ou para subjugar outros povos e culturas diferentes das suas.
A guerra então se tornou o mote operante de quase todas as civilizações. A lei do mais forte imperou em todas as latitudes e entre todos os povos conhecidos. Aquilo que começara como defesa do território ou para manter os clãs unidos e protegidos dos predadores naturais ou de grupos rivais que por ventura lhes fossem hostis, transformou-se em lutas por conquistas por mais territórios e poder entre os habitantes da terra.
Chegando aos dias de hoje, na segunda década do século vinte e um, podemos dizer que os caminhos trilhados pela humanidade nos deixam poucas duvidas quanto ao destino da raça humana na Terra. Digo poucas duvidas, pois elas ainda restam talvez mais como esperança na reversão do quadro atual de destruição desmedida do meio ambiente em todos os continentes e de uma paz tão esperada por aqueles que ainda teimam em acreditar na possibilidade do entendimento entre os povos do mundo.
Hoje o ocidente, ou o mundo judaico cristão, se apresenta como os arautos da democracia e seus legítimos representantes; talvez o sejam realmente, pois herdeiros das civilizações Grega e Romana, a primeira a criadora da democracia inspiradora dos tempos atuais, talvez lhes de legitimidade para aplica-la a sua maneira para os outros povos.
Mas o que vem a ser a verdadeira democracia? Um regime de liberdades plenas ou um regime calcado em Leis previamente estipuladas por maiorias com direito a voto, ou apenas regras impostas por doutores em Leis e respaldadas em alguns casos por parlamentos ou assembleias sejam estas populares ou elitistas como na maioria dos casos históricos onde a democracia foi implantada.
Após a revolução Francesa, que trouxe a esperança de relações fraternas, igualitárias, libertarias e humanisticamente corretas entre os homens e que perdurou por tão pouco tempo, pois logo vem à ditadura Napoleônica que tanto mal causou a Europa e a própria França e se voltou para o militarismo e suas consequências com as guerras desencadeadas por um aventureiro pungido de imperador.
Mas sem me alongar em reminiscências tão antigas vamos dar um salto para os nossos dias, que não diferem na forma histórica do passado seja ele de séculos atrás ou mais recente em suas manifestações bélicas. O mundo como quase um todo em suas fronteiras nacionais sofreu ao longo destes séculos modificações imensas, dezenas de novos, países surgiram outros simplesmente deixaram de existir como entidades nacionais; tudo isso se deu na maioria dos casos com grandes traumas humanos causados principalmente por guerras entre nações e por revoluções que transformaram as estruturas geopolíticas das sociedades estabelecidas em todos os continentes do nosso planeta.
Não é possível no meu entender que todos estes acontecimentos tenham tido um ordenamento racional, um direcionamento organizado por um ser maior ou quem sabe um conselho de Deuses sádicos sentado em tronos de ouro ao redor de mesas de mármores ou outros materiais inimagináveis a tramar contra as criaturas desta humanidade perdida em uma galáxia tão distante das maiores e mais importantes do universo.
A nossa pequenez Cósmica, só é comparável a nossa grandiosa vaidade que nos leva a acreditar que somos o centro do Universo, a ponto de termos um Deus ou Deuses preocupados initerruptamente com nossas mazelas do dia a dia dirigindo nosso destino.
Sem querer parecer pernóstico, dono de verdades ou de uma sapiência que não tenho nem pretendo ter, quero apenas deixar claro que por ser um poço de duvidas e incertezas quanto ao conhecimento do verdadeiro sentido da vida e sua existência, me arvorar o direito de ser pensante que sou, em questionar em primeiro lugar a mim mesmo e em segundo as contradições que surgem em todas as filosofias e ideologias sejam elas religiosas ou não.
Se existe um pré-determinismo nos acontecimentos humanos como muitos creem é evidente que deve existir uma entidade superior que regula todos os acontecimentos.
Por tudo que presenciamos no nosso planeta sejam acontecimentos físicos da natureza ou em relação aos seres vivos de todas as espécies, a vida nos parece uma sucessiva luta pela sobrevivência em todos os sentidos, um autodevorar-se constante e cruel, com os mais fortes e astutos ou inteligentes, podemos classificar assim, vencendo na batalha da vida.
A partir dessas premissas, de um Deus que regula e toma conta de todos os acontecimentos da existência e de um acaso que transforma a mesma existência num caos permanente no que acreditar. A resposta é muito difícil para a minha capacidade de raciocínio. Por isso procuro viver de acordo com os ditames da minha consciência sem queimar muito os poucos neurônios que ainda disponho em meu cérebro limitado. Mas racionalizando diante daquilo que somos capazes em termos de raciocínio, será que é possível estabelecer uma relação entre criação e criador através de determinismos históricos e temporais ou apenas crermos em casualidades factuais em constante transformação, sem nenhum ordenamento racional, o que nos leva ao caos permanente em todas as manifestações da criação e seu desenvolvimento.
Esta é a pergunta que faço e me faço a todo instante sem encontrar uma resposta plausível e definitiva.
O mundo como o veem hoje, é uma multiplicidade de povos e nações ditas livres e independentes em sua maioria, visto que a época das colonizações e descobertas territoriais se esgotaram com o desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicações, que transformaram o planeta numa aldeia global, onde em poucas horas atingimos todos os quadrantes da terra e através dos satélites a comunicação é instantânea.
A partir dai certo ordenamento foi estabelecido entre as nações, todas quase que de maneira geral buscam os mesmos objetivos de progresso material e intelectual, pois sabem que o saber é o principio básico para o desenvolvimento e a libertação dos seus povos. E mesmo as mais frágeis das nações conseguem um grau de poder de influencia no mundo proporcional a sua capacidade de assimilar e aplicar conhecimentos. Mas isto parece que não basta ao ser humano, não o completa por que sempre fica faltando algo mais; as conquistas pessoais e coletivas da humanidade perdem o sentido quando o Ser depara-se com a finitude, sua fragilidade é toda exposta, suas pseudos certezas se diluem num turbilhão de duvidas e acontecimentos aparentemente ilógicos que nos dão a impressão do caos em todos os sentidos sejam eles manifestações da natureza ou do próprio homem como ser pensante e autor e ator de sua existência. Porque Autor? Não que ele tenha se autocriado, mas sim por deter de certa forma o direcionamento de sua existência num universo limitado por fatores naturais dos quais ele não pode modificar totalmente em seu beneficio completo, mas intervém sucessivamente tanto para o bem ou para o mal nos destinos dos povos e até mesmo da natureza.
Em busca de conhecimentos, o ser humano avança initerruptamente em direção a conquistas espaciais, após o desembarque na Lua o homem desenvolveu meios mais avançados de viajar no espaço Sideral e embora aparentemente as conquistas pareçam demoradas em termos de colocar o homem noutros planetas, já se conhece grande parte do universo próximo e contiguou através de naves que viajam milhões de quilômetros vasculhando uma imensa área do Cosmo e trazendo com isso conhecimentos inestimáveis para o avanço da ciência.
Apesar disso o homem engatinha em termos cósmicos perdido entre tantas perguntas ainda sem respostas diante da incomensurável grandeza do universo. O tempo como o formalizamos em nosso mundo, mal da para comparar com átimos de segundos diante das imensidões a serem exploradas.
Mas continuar é preciso, a caminhada em busca do conhecimento, tem que ser constante, talvez esteja ai o sentido da vida; busca constante, gerações e gerações a se sucederem num eterno ir em frente sem se importar com as elucubrações, sejam elas filosóficas, ideológicas, de caráter religioso ou ate mesmo politico.
Se formos obra do caos, da casualidade dos acontecimentos ou obra de um Deus com propósitos insondáveis em relação a suas criaturas, acredito que isso não importa muito, pois em algum tempo conheceremos a verdadeira razão da existência, em nossa, ou melhor, dizendo em minha ínfima condição de ser limitado me arvoro o direito de ter duvida quanto a todas estas questões e caso nada do que aqui refleti tenha sentido e tudo termine como num passe de magica no ultimo suspiro, e eu seja engalfinhado pelo esquecimento eterno e desconhecimento do amanhã, pelo menos enquanto ser vivente quero continuar exercendo minha humanidade e continuar vivendo dentro dos ditames da minha consciência, sem alimentar preconceitos ou buscar o poder a qualquer preço como muitos o fazem até no âmbito doméstico e por isso agradeço a vida por existir mesmo sem compreender o porque.