Com os olhos da cara ou da mente?
Com os olhos da cara vemos o que é real; com os da mente o que imaginamos. Se somos o que pensamos, na ótica da filosofia oriental, vemos o que queremos ver.
É comum haver certa rivalidade entre cidades ou países vizinhos, em razão da cultura, fator social ou econômico. Para nós, brasileiros, o mais evidente é com nossos "hermanos" argentinos. E isto não ocorre apenas no futebol, mas também noutras áreas. Eles sempre se apresentaram como os “europeus” da América do Sul, os mais civilizados do continente.
Agora, por uma questão econômica, até nos batem continência, pelo fato de nossa moeda, o real, ter maior valor do que o peso argentino. Mas, fica apenas nisso mesmo. O mau humor ainda é visível pela maneira que nos atende.
Sabendo que eles ainda endeusam muito a Evita Perón, resolvi desfazer a cara feia que uma atendente de loja nos parecia mostrar. Com meu peculiar sorriso, entoei o início da canção “DON’T CRY FOR ME ARGENTINA” e logo percebi a mudança de seu olhar. Também com um sorriso, respondeu que Evita foi a maior mulher que a Argentina já teve. E, ao finalizar o atendimento, por ocasião da conversão do peso argentino em real, fez a melhor cotação que eu podia esperar.
Nem "tarjeta" de crédito nem dólar ganhou para o nosso real em espécie.
Os olhos da mente a transformaram numa doçura, diferentemente dos olhos da cara que poderiam ter reagindo de igual modo, vendo pelo mesmo ângulo.