Efeito Santa Maria
A tragédia da Boate Kiss de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ceifando a vida de mais de duas centenas de pessoas, resultou na constatação de irregularidades não só onde ocorreu o lamentável fato, mas em todo o território nacional. O chamado “jeitinho brasileiro”, em que impera o descalabro da corrupção, leva o justo a pagar pelo pecador.
Até outros estabelecimentos, que nada têm a ver com o risco de incêndio, por serem totalmente abertos, também foram lacrados.
_ E os motivos do fechamento?
_ Falta de Alvará.
_ E por que falta o Alvará?
_ Entraves burocráticos ou corrupção.
Alguns até já pagaram propina e mesmo assim o alvará não saiu. O encadeamento de razões impeditivas leva o serviço público ao descrédito. Lamentavelmente, muitos servidores adotam a prática de “pra que facilitar o que se pode complicar?”.
Esquecem a sua verdadeira função, achando que estão prestando favor para fazer o que de fato é um dever. Falta pulso em quem os comanda. Em nome da estabilidade, obedecer ao superior hierárquico é algo insignificante. O chefe é sempre “um chato”
E aí a bagunça se generaliza, tornando um caos onde deveria ser o exemplo de boa administração, por ser ali o caudatário dos nossos impostos, cuja finalidade é prestar um serviço digno à sociedade em geral.
E as tragédias, resultantes de todas essas mazelas do serviço pública, mostram como o brasileiro não cuida da prevenção. O choro é sempre depois do leite derramado. Apontam-se este ou aquele culpado, sem ninguém querer assumir o “minha culpa, minha máxima culpa”, quando todos foram coniventes na cadeia de corrupção.