Até tu, Brucutu?

Certa vez, um dos mais respeitados juristas brasileiros, o imortal Afonso Arinos, que também foi membro da Academia Brasileira de Letras, citou três instituições sérias do Brasil, entre as quais o Exército. Tive o privilégio de trabalhar numa das outras duas citadas e posso dizer que passei no teste de fidelidade aos seus princípios, rezando pela sua cartilha, pautando-me sempre pela ética, sem trair a nobre missão a que fui incumbido.

Pela minha origem simples e humilde, estar ali já era um grande privilégio, uma vitória profissional. O exercício de cargo comissionado já significa confiança. Não iria jamais trair os meus princípios nem os da empresa. Diante de qualquer insinuação para sair dos trilhos, já me sentia no dever de dizer que a minha função era exatamente a de coibir esse tipo de coisas. Teria de dar a entender que o candidato a infrator bateu na porta errada.

Fico entristecido quando vejo na mídia alguma manchete enlameando algumas dessas instituições. Esta semana, com letras garrafais, saiu numa revista de circulação nacional: “ATÉ NO QUARTEL, GENERAL?

E enumera uma série de ocorrências em que oficiais estão envolvidos em corrupção. Felizmente, o alto-comando já começa a fazer uma operação “pente-fino” para detectar possíveis irregularidades, objetivando provar que, se ocorreram, são fatos isolados, não atingindo a instituição como um todo.

Que assim seja, evitando que uma ovelha negra possa manchar a brancura e a pureza de todo o rebanho.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 13/02/2013
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