O carnaval, o artista e os aplausos

Já não é de hoje que o carnaval é simbolo de alegria e aplausos. Ovacionar um artista é colocá-lo no seu lugar de diferente, gênio, mágico, com voz da massa e por consequencia ser o povo e poder. Esse fenômeno não é lá coisa que acontece apenas nos dias atuais, na sequencia notamos as mesmas características que ultrapassam séculos.

O artista, - célebre pessoa que se esforça e se vale de regras, busca o limite nas honrarias. E para o todo, caminha com partidas, fins e o desejo das respostas. Mas isso já não parece novidade nos dias atuais, quiçá entre palcos, esquinas, bares, etc. Tudo na arte é diferença, e a maior de todas as diferenças ganha o troféu e funda um partido, - que deverá ser homenageado e ovacionado como tal, por se tratar de algo ilustre, puramente intelectivo ou iluminado. Pois bem, a pergunta que se segue no agora se descambam em duas, são elas: Será que tudo deriva no ser iluminado? - onde ser famoso é ser iluminado de um risco dado pela divindade ao todo, ou o todo é mera ilustração de que a humanidade dedica ao nariz vermelho, - no trabalho de extrair o belo, a felicidade suprema, a negação do tédio e o alcance transcendental metafísico, - que neste caso, não se trata de alcança-los sem o aprimoramento da técnica.

Dado isso, gostaria neste exato momento, - no exercício do risco que nos propusermos à investigar, analisar os caracteres modernos e pontuar, o que de alguma forma, significa essa Brasileirança que atinge 190 milhões de nacionalistas no séc. XX, como um costume que goza da diferença de alguns para a felicidade do todo.

Imagino que nos tempos atuais, seja numa questão dificil de enxergar, ou conclusiva, o tipo que vem, traz uns nomes: marketing, comércio, capitalismo, benefício de uns para desproveito de outros, etc, no entanto, é notável que caso seja um conceito justiça moderno ou antigo, noutros tempos ou nestes, sempre que se pensou na humanidade, coexistiram formas de artistas, que por si só, se destacavam pelo título de diferente. Destes nota-se duas formas de aparecer para o estrelato: Os que se dizem soberanos, com sua autenticidade única, provindas de grande talento, - seja intelectual, técnico, relativista em alguns contextos, - ainda que parta de uma definição do belo particular, tendencioso e universal (por conter elementos de percepções construída a partir da sua correlação com o mundo); Ou por conter de outro modo, um elemento além da física, (metafísico), destes que se dizem iluminado pelas graças divinas, coisa que sou obrigado a não opinar por não ter propriedade nem conhecimento suficiente para investigar as coisas desse modo.

Estas duas formas de artistas, enquadrados nos seus perímetros lógicos e sagrados, prestigiado pela técnica e em diferentes modos, vê a sociedade como partes desconexas destas do tipo que analisam magos, de uma humanidade pura e boa que enxerga nos verdadeiros artistas, sua identidade de uma estirpe valida e moral, em contrapartida, o operário com seu vício sistêmico e cansativo, da monotonia inculta ao fim sem honrarias, deve entender que os Deuses, para eles, nomeia uma função, onde sempre tem uma resposta para quem se encontra em desgraça, mesmo que isso custe a verdade única individual.

O que em suma parece importante ao leitor, além de enxergar o artista no outro, é sobretudo, analisar em si o que não é arte. E para isso, é necessário ir a fundo afim de identificar quem de nós caminha à ser grandes estrelas, ou quem sabe apenas marcas de repetidores de fábricas, alienados e brutos. À saber, na sociedade moderna, é importante validar o espírito iluminado e desqualificar o operador da técnica, afinal, o amor, coisa valiosa provinda de grande fruto do romantismo, só pode ser aquecida graças a frutos de conceitos que relativizados, escapam desde os olhares profundos da perícia racional até a liberdade na ilimitude conceitual, - por ora, particularizado no ser que é.

Comecemos agora pelo ato de representar, dado que, a pergunta que se segue agora é: - O que se precisa para tal? Poderíamos dizer que é algo que alguns chamam de dom e na sequência aprimoramento da técnica. Salvo isso, creio que podemos utilizar o mesmo conceito para música, pintura e demais denominações modernas de arte, mas não confundir com o que os gregos chamavam de poiem "arte de fazer", do fazer qualquer coisa, como arte do médico, do sapateiro ou qualquer outra arte, mas me refiro a modernidade com a arte dos doutos, que por se distanciarem da sociedade por serem poucos, tem seus reinados à gozar com diferentes missões diante de pedestais, como quem aprendeu a lição com a cadeira PAPAL da igreja com a hierarquia dos bispos.

continua......