MEDIUNIDADE E FORTALEZA INTERIOR
Há pouco, em episódio nem incomum, meus amigos e amparadores amáveis da Espiritualidade me cercaram, e deitaram sobre mim o lenitivo, num daqueles momentos de amargura. Um refrigério celestial foi sentido sobre as minhas costas durante um momento de preces, e a voz se fez nítida em minha audição interna: "Escute, você não está sozinha conforme se julga em mais de um momento! Há, ao seu redor, muitos de quem nem suspeita, em condições de lhe entender perfeitamente as intenções nos instantes dos ataques da injustiça alheia! Quem lhe conhece a fundo o coração, como poucos, e com base naquela sua essência mais próxima do que é acessado somente pela divindade! Esteja, portanto, convicta disso, minha irmã! A consciência tranquila é tudo! E, muito mais do que você suspeita, é rodeada de quem conhece esta sua condição"!...
Amigos: quem vem a este mundo empenhado em missão mediúnica, de parceria consciente com as dimensões invisíveis em favor de um mundo melhor, sofre ataques! Diretos ou indiretos. Por tabela, quando representantes das esferas mais infelizes da vida se utilizam de quem se acha de guarda espiritual aberta, e acessível para ser usado muitas vezes sem ter disso a menor noção, contra os que se mantém firmes na sua intenção de contribuir de alguma forma para uma conscientização maior do que seja a vida, não somente durante a passagem rápida pela Terra, mas também depois.
Os grandes da missão espírita conheceram de perto este lado árduo do se ser médium ativo e consciente. Mesmo o querido e saudoso Chico Xavier! Porque os ataques são incessantes, e implacáveis, da parte dos que, sem poder encontrar brechas na atividade bem intencionada do indivíduo em si, apelam para detalhes circunstanciais que, em verdade, nunca têm nada a ver com o que de fato importa!
Assim, implica-se com uma peruca! Indício de suposta vaidade - sem se atentar para o fator importante de que a conduta daquele ser assim pejorativamente adjetivado, em absoluto, denuncia traço algum de vaidade! Cisma-se com o vocabulário dito difícil - e esquece-se de se avaliar o que de fato interessa: o conteúdo do que é falado ou escrito, com qualidade suficiente para sugerir ao ser humano uma auto-reformulação oportuna, positiva! Aliás - como ouvi em palestra recente inspirada de um confrade nordestino, ao relatar episódio pitoresco de Joanna de Ângelis - anotou muito bem certa vez, este espírito de luz, que um palavreado apenas bem elaborado não permite que se admita, com justiça, problema do espírito comunicante, ou culpa do médium! Antes, propicia um hábito saudável a qualquer tempo, a quem lê ou ouve, qual o do estudo, para que se adquira um domínio ou conhecimento maior da língua!
Repara-se nas roupas; nos temas porventura inovadores - já que as realidades espíritas não são engessadas, mas dinâmicas, e certamente pouco ou quase nada acessamos, ainda, da imensidão incalculável dos segredos da vida infinita! Ataca-se impiedosamente o formato, este ou aquele, com que se expressam ou se apresentam médiuns de todas as décadas, esquecendo-se de que estes funcionam, antes, como intermediários de boa vontade de autores e trabalhadores em situação mais privilegiada das dimensões invisíveis, que muito certamente dirigem seus propósitos bem intencionados a que a essência das notícias que trazem, seja por mediadores palestrantes, psicógrafos ou incorporadores, se faça devidamente aproveitada por reencarnados, em seu próprio benefício, para que mais rapidamente se desfaçam dos enganos milenares que os escravizam à repetição já enfadonha das mesmas lições no chão árido do mundo! E não ao modo como esses intermediários se apresentam, em seus personalismos, utilizados sempre de modo oportuno em favor da economia evolutiva de agrupamentos ou de indivíduos! Assim, conhecem perfeitamente que aos milhares que acessaram as obras de valor transmitidas por Chico, em nada - absolutamente nada! - importou o fato de que usasse peruca! Assim como a maneira como ele ou Divaldo se vestiam, ou como Joanna de Ângelis optou por se expressar, utilizando do médium os seus recursos de vocabulário!
Sabedores de que há legiões de reencarnados atraídos a este ou aquele trabalhador em função de oportunidades ou de sintonia, portanto, acercam-se destes obreiros do Movimento, quanto da eloquência vibrante de um José Medrado, da mediação dos romances graciosos de Vera Lúcia Marinzek, ou ricos de conteúdo de Zíbia Gasparetto. Não faz diferença à ótica de cima dos trabalhadores da invisibilidade! Importa-lhes, sim, que a mensagem está sendo transmitida! O serviço não para! O recado, aos poucos, quando bom e bem intencionado, gradativamente vai tomando forma e consistência no íntimo de cada ser que o acessa nesta ou naquela modalidade, através deste ou daquele médium sincero, com esta ou aquela roupa, postura ou vocabulário!
Oh, mas críticas devem ser aceitas sem murmúrios, quando se expõe a público! - Argumentam alguns, no esforço da justificativa para a palavra mal pensada ou julgamento precipitado. Há que se guardar cautela diante deste pensamento! Porque, para a mentalidade e as conveniências de alguns, o se aceitar críticas representa, na verdade, a exigência sem cabimento de que o alvo das mesmas vá se dobrando ao gosto de quem critica! Sob o pensamento destes, portanto, Chico Xavier, para se aceito, deveria se desfazer de sua peruca - não importanto aí o que de fato é mais importante no trabalho de valor inestimável que nos legou, na sua mediação da Espiritualidade superior! Não! O que importa, para os inquisidores de plantão, são estas referências mesquinhas! Divaldo, por sua vez, deveria exigir que Joanna de Ângelis, talvez, passasse a se expressar na versão moderna e pobre de internetês: "vc, kd, kkkkk"! De nada valeria, então, a obra caritativa monumental de Divaldo, e o conteúdo luminoso de suas obras! Vera Lúcia Marinzeck deveria exigir que Patrícia retirasse de seu singelo e belo Violetas na Janela a menção a um guarda roupas no mundo espiritual, no qual pode escolher dentre peças de sua preferência, porque o entendimento tacanho do que seja a vida nas dimensões invisíveis não admite manifestação dita material nas mesmas, ainda que em versão mais depurada; e mesmo André Luiz deveria se redimir de nos contar sobre a cidade Nosso Lar, com seus maravilhosos aerobus!
Aonde, portanto, e numa análise fria, caro leitor, se situa a origem das limitações de vistas nestes casos - em termos de um julgamento de valor isento em torno da essência deste trabalho de vulto, e não da interpretação subjetiva, parcial, que se tece a respeito do mesmo? Nos trabalhadores da seara espírita dotados de sinceridade e da consciência limpa na sua parceria com a invisibilidade, ou em quem os acessa com uma visão prejudicada daquilo que ainda não compreendem, julgando-os com base nos seus preconceitos ou sentimentos equivocados a respeito dos mesmos?
Fica a reflexão, também para que médiuns porventura vivenciando estes dilemas, como é comum, não esmoreçam na sua firmeza interior! E mantenham a certeza de que da sua persistência na seara depende também a constância da confiança em nós depositada por nossos guias e mentores do invisível, para que a sua missão de Luz floresça ainda e sempre!