Brasil, eterna nação das cores

Dizem que o Brasil é o país do futebol, carnaval e mulher pelada; mesmo sendo brasileira e como dizem, com muito orgulho, discordo totalmente disso. Nosso país é fantástico, posso dizer que é um dos únicos que conta com dezenas de culturas reunidas e espalhadas por todos os cantos. São japoneses e americanos, alemães e espanhois, portugueses e mexicanos... brancos e negros, amarelos e vermelhos... Judeus e muçulmanos, católicos e hindus... Arroz e feijão, hot dogs e esfirras, yakisoba e chucrute... Uma mistura de etnias, religiões, cores e sabores. O Brasil é um pouco de tudo de tudo um pouco. Um país divergente, diferente, excêntrico e raro. Sua natureza é encantadora, escondida, porém fascinante. Tanto nos grandes centros como nos pequenos municípios, o Brasil inibe a raridade que há entre cada folha e animal existente.

Muitos filmes trazem consigo uma visão diferente do que conhecemos sobre o “país do futebol”, não mostram a bela música que possui, a alegria do povo, a educação e a origem que carregamos. Os “gringos” conhecem o Brasil pelas favelas, os políticos ladrões, os indecentes bailes funks, os usuários de drogas, as armas, a corrupção... Mas nunca percebem que o nosso país é feito de colorido, que não sofremos com vulcões, raramente temos tremores de terra, tsunamis não nos atingem, não estamos sempre em guerra.

Nós brasileiros temos o hino mais bonito do mundo, a origem mais sensacional de todas, autores e cantores brilhantes. Quem nunca leu ou ouviu falar em Castro Alves, Machado de Assis, as esplendorosas obras da nossa digníssima Clarice Lispector (que mesmo nascida na Ucrania era verde e amarela no sangue), e o poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias? Seres eternos e esquecidos pelo tempo, tapados com o lixo que a televisão tem nos incutido. E as músicas? Tom Jobim, Vinícius de Moares, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Ana Carolina, Jorge Ben, Renato Russo, Cazuza, Raul Seixas, Chico Buarque, Milton Nascimento, Zeca Baleiro e tantos outros que nos trazem cultura e conhecimento, que além de divertir ensinam, carregam kilos e kilos de história e transcendem em suas palavras, exalam seus sentimentos nos atingem profundamente.

Precisamos rever nossos conceitos, dar mais valor àquilo que faz parte de nós desde o nascimento. Ser mais conscientes de que somos muito mais do que imaginamos, que o Brasil não é somente um país de diversão, mas sim de cultura, cultura histórica, auditiva, visual, teórica e prática. País carregado de receptividade simplicidade e satisfação, satisfação de ser brasileiro, de nascer nessa terra, “terra de palmeiras onde canta o sabiá”.

Originalmente postado no blog: www.universodaspalavras.blogspot.com