Aprendi a dizer “não” aos meus filhos
Autor: Profº Renato Augusto / Artigos Motivacionais
Você costuma a dizer só “não” ou mais “sim” aos seus filhos?
Você dá ao seu filho a oportunidade dele pensar por si mesmo, ou você fornece todas as respostas?
É muito difícil dizer “não” para nossos filhos e muito mais prático e cômodo dizer “sim”. Porque, não seremos tachados como “carrasco”. Como negar alguma coisa a essas criaturas encantadoras e de rostinhos doce que nos pedem com tanta doçura e amor? Então, negamos a nossa obrigação diante deles. Não é nada fácil dizer não aos filhos, principalmente quando temos os recursos para atendê-los. Afinal, nos perguntamos:
Por que não comprar mais um brinquedo novo, uma vez que já têm tantos?
Por que não sair de casa escondidos evitando que eles chorem?
Por que provocar lágrimas aos “bichinhos”?
Por que não deixá-los irem ao cinema à noite com os coleguinhas?
Por que não deixá-los comer todos os bombons da caixa?
Por que não satisfazê-los?
Você estabelece as regras de rotina e disciplina para os filhos e depois você volta atrás sempre que é conveniente? Você diz ao seu filho “nada de televisão nesta semana”, mas ao longo da semana permite que ele assista, quebrando assim a regra e confundindo o seu filho. As crianças precisam de consistência em suas vidas a fim de compreender os valores familiares e os limites dentro do lar. E, além do mais, é tão fácil e mais agradável sermos “generosos” e “bonzinhos” com eles.
Faz parte da nossa índole como adulto... ENGANO!!! O problema é que ser pai está muito mais além que apenas ser "bonzinho" com os filhos. Ser pai é ter uma função e responsabilidade social perante os filhos e perante a sociedade em que vivemos. Portanto, quando decidimos negar um carrinho a um filho, mesmo podendo comprar, ou sofrendo por lhe dizer "não", porque ele já tem outros dez ou vinte, estamos ensinando-o que existe um limite para tê-lo. Satisfazer as necessidades dos filhos é uma obrigação dos pais, mas é preciso distinguir claramente o que são necessidades do que é apenas consumismo caprichoso.
Estabelecer limites para os filhos é necessário e saudável. Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer. Mas já se teve notícias de pequenos delinqüentes que se tornaram agressivos quando ouviram o primeiro não, fora de casa. Por essa razão, se você ama seu filho, vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer “não”. Vale a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar tempos difíceis.
Quando os seus filhos estiverem para entrar na adolescência, você estará um passo à frente e por esta razão poderá aplicar estratégias eficientes para esta nova fase da vida. Saiba que as crianças precisam ser guiadas e ensinadas, por isso não espere que elas consigam fazer isso sozinha. E não são só fazendo a vontade delas que iremos ser bons pais. Por isso, enquanto os seus filhos ainda estão sob a sua responsabilidade há tempo para reverter qualquer situação indesejada. Lembre-se, quando se trata de educar os filhos, nenhum pai está totalmente preparado. E dizendo “não” na hora certa, estaremos ensinando nossos filhos a serem responsáveis pelos seus próprios atos.
Ajudar os filhos a tomar decisões não significa permitir que eles decidam tudo. Afinal existem situações que caberão somente aos pais decidirem, pois envolvem uma visão de futuro, ou ainda da segurança e integridade física dos filhos. Uma coisa é permitir que os filhos decidam se querem a sobremesa X ou Y, outra coisa é deixar que eles decidam se querem jantar ou comer salgadinhos. Em casa que tem comida, criança não morre de fome. Se ela quiser comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer. Quando os filhos estão doente você não pergunta se eles querem o remédio ou o tratamento que o médico prescreveu. Simplesmente você faz o que tem que fazer porque a saúde deles depende disso.
O filho não tem visão de futuro, pois não apresentam maturidade para pensar nisso. Cabe aos Pais planejar e decidir. Oriente todos os membros da família e os envolvidos diretamente na educação dos seus filhos, a compreender e respeitar as regras da casa, principalmente no que se refere a aplicação da disciplina. Deixe claro para os seus filhos quais são as regras, as conseqüências para o descumprimento delas e não se esqueça de informar quando haverá exceção a regra. Não importam quais sejam as regras, repita-as frequentemente aos seus filhos para que eles as compreendam e as internalizem. Mudar as regras constantemente faz com que as crianças sintam-se inseguras por não saberem quando e qual regra será aplicada à situação.
Seja consistente em seu comportamento e suas escolhas. Seja um exemplo para seus filhos, principalmente quando são mais novos, de modo que incorporem estes valores em suas vidas. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer, a mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente.
Eu e minha esposa nunca tiramos a autoridade um do outro. Sempre que a primeira resposta fosse “não” ou “sim”, prevalecia quem a respondeu primeiro. Assim os filhos saberão que não existe a idéia de receber um “não” do pai e um “sim” da mãe e vice-versa. É na cumplicidade que se criam regras em família, onde a solidez do respeito mútuo habita e abre espaço para que no futuro os filhos tenham a base necessária para se tornarem cidadãos honestos e dignos, e que também tenham valores enraizados a fim de criarem seus próprios filhos.
Esse é o ensinamento que deixo para pais, para que possam educar os filhos com disciplina, dentro dos valores familiares. Deus que abençoe a sua família sempre.
Renato Augusto
Coach de Pais