A MÚSICA DA ALMA
"Dia chegará em que compreenderemos que, em última instância, apenas emitimos e expressamos cor, luz e música." - Iohan
Por vezes, ouvindo ou executando música clássica, nos ocorre com nitidez a presença de diálogos não fraseados, não verbais. Captamos, vívidos, sentimentos, intenções, emoções quase definíveis por entre as fluentes névoas melódicas, que muito mais nos dizem do que quaisquer outras formas de interação entre os seres!
Do âmbito espiritual onde vivemos em maior plenitude, ao depararmos com a realidade das linguagens não verbais entre as almas afins, sintonizadas via amor e sentimentos, essas potencialidades do espírito se evidenciam com tanta força e consistência quanto as aparências ditas sólidas das coisas que nos impressionam os sentidos quando ainda nos demoramos nos estágios da matéria.
Contatamos corações distantes por meio de emoções e pensamentos, em velocidade inimaginável pelas elaborações de raciocínio restritos pelos limites rudes do cérebro material. Fazemo-nos presentes em atendimento aos apelos de um único pensamento ansioso de um ente muito amado. Respondemos e correspondemos a idéias compartilhadas entre grupos numerosos de espíritos amigos, adiantados de há muito naquilo que só neste momento se apresenta nos cenários físicos de ponta como as conquistas das teleconferências. Palavras a nós dirigidas são ouvidas instantaneamente, nada embora a aparente distância que, nas dimensões reais da existência, absolutamente nada representam. Imagens são contempladas, vívidas, animadas, em tempo real, ora com amor, ora com saudosismo, desta mesma suposta distância.
Seres que não se separam. Corações que permanecem unidos! Eis as realidades definitivas da Vida Maior!
Toda esta rede fenomenológica de amplitude incalculável acontece, ininterrupta, no universo espiritual humano sem que muitos sequer disso se dêem conta, durante longo tempo. São os movimentos energéticos universais impressionantes, ligando, a cada instante, seres e coisas, pelas frequências ressonantes das sintonias. Seres que emitem cor, forma e sons por intermédio de emoções, pensamentos e sentimentos. Entes de indescritível magnitude que conscientemente se fazem presentes, compondo miríades de luzes de formas policromas, irradiantes, espraiando musicalidade e estética sublimes em aromas inebriantes a extensões incalculáveis do espaço infinito!
Som; cor; luz e forma! Privilégio consciente, senão daqueles com maior estatura evolutiva, embora seja herança de todos nós, num futuro talvez distante, cujo desenlace obedece apenas aos desdobramentos de nossas escolhas! Mas é deste modo que se faz presente, em todos os estágios de nossa caminhada, a dedicação e o enlevo atemporais às expressões musicais das mais numerosas modalidades, atendendo ao correspondente exato de nossa compreensão para com as maravilhas manifestas da Criação, e em compatibilidade perfeita para com os impulsos dos infinitos níveis de consciência e de entendimento das Leis da Vida!
Na presente etapa, e por ora, em ouvindo-se ou executando-se música, aflora-nos, a partir do íntimo, as emoções mais diversas - ora cálidas, ora fortes, ora felizes da saudade, da angústia ou do enlevo. Escapa-nos a compreensão de que tais ou quais melodias não mais que entram em ressonância com a nossa capacidade, por enquanto ainda latente, quase adormecida, de interagirmos através das linguagens infinitamente mais compensadoras das dimensões onde repousam as nossas origens autênticas, e onde sempre nos aguardará o nosso porto seguro de reencontros e, nalgum momento do futuro, o destino final!
Christina Nunes & Iohan