NORDESTE DE HOJE, REALIDADE PALPÁVEL
Durante muitos anos relegado a plano secundário, o nordeste de hoje é uma realidade inconteste no cenário sócio-econômico brasileiro.
Às margens de suas estradas asfaltadas, ligando o Recife aos principais centros do agreste pernambucano (Caruaru, Garanhuns, Pesqueira, Serra Talhada), as fábricas se erguem mostrando a presença marcante da industria na região. A fumaça das chaminés já começa a poluir a paisagem bucólica do ambiente:- é o preço do progresso, bastante caro por sinal.
Encontrando mão de obra farta, os projetos vão se implantando, gozando dos incentivos fiscais da SUDENE, no nordeste e da SUDAM na região amazônica. O homem do campo já tem opção de emprego, pode trocar o cavalo e seu instrumental agrícola pelo manejo dos teares e das máquinas que chegaram com a tecnologia avançada. É, afinal, o tristemente sonhado progresso.
Predominam, entretanto, as usinas de açúcar, as fazendas agropecuárias. O sertanejo tem tradição e é muito ligado à ela. Mas o modernismo, como fogo em capim seco, vai se alastrando rapidamente.
Olinda, tão poeticamente à beira mar, é um exemplo disso:- casas centenárias de um lado, ruelas estreitas e seculares, igrejas tombadas pelo Patrimônio Histórico e sítios históricos. Do outro lado, mansões residenciais arquitetadas dentro da técnica mais avançada e carrões último tipo circulando tranquilamente pelas ruelas onde antes passavam as carruagens.
Na página 46 do número de “VISÃO” de 27/08/1973, sob o título “O PAPEL DA IMAGINAÇÃO”, encontramos uma feliz reportagem, bem a propósito da nova mentalidade nordestina. É o relato breve do dinamismo de uma família de São Luiz do Maranhão, baluarte em prol do desenvolvimento da sua terra, responsável por uma surpresa tecnológica às margens do Parnaíba, a fábrica de papel da CEPALMA.
A reportagem por si justifica o título deste meu trabalho. É chegada a hora e a vez do nordeste! ...
-o-o-o-o-o-
Recife, outubro de 1973.