MINISTROS-DIÁKONOS-DOULÓS
PALAVRAS DE VIDA
Pastor Serafim Isidoro.
MINISTRO / DIÁKONOS / DOULÓS
“Assim, nos considerem os homens como remadores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus” – I Co. 4.1.
Depois de alguns anos de ministério tornei-me biblista do Novo Testamento, da Nova Aliança. (No Google: serafim Isidoro textos). Nos escritos desta Nova Aliança encontramos duas palavras, dois termos entre outros, equivocadamente traduzidos: Diákonos / Doulós. A primeira, não é sequer traduzida senão quando se refere a Ministros, em treze textos que lhe dão a conotação de importância, de cargo, de autoridade eclesiástica conforme carteira que é vendida com a inscrição: “Autoridade Eclesiástica \ Ministro do Evangelho”.
Nossos tradutores primam em fazer entender simplesmente o texto bíblico, sem se importar com a doutrina, com os ensinadores ou com a fidelidade textual escriturística. – Rm. 13.4; Rm. 1.6; I Co. 3.5; II Co. 6.4; II Co. 11.15; II Co.11.23; Gl. 2.17; Gl. 3.7; Ef. 6.21; Cl. 1.7; I Ts. 3.2; I Tm. 4.6; Hb. 1.7; Hb. 8.2.
Em todas essas citações a palavra greco-koinê é Diákonos que traduzida literalmente significa: “servidor”. Paulo é servidor – Diákonos – de Jesus Cristo. O Cristo não é Diákonos – servidor – do pecado – Gl. 2.17. Entretanto, estão traduzidas “Ministros”.
Diakoneô é o verbo servir; Diakonía é o substantivo serviço; e Diákonos é o adjetivo de quem serve. Embora chamado e comissionado por Deus, o serviço cristão não significa no tempo presente honrarias, méritos ou posição elevada. Os chamados Ministros na Nova Aliança foram homens simples, pobres e não reconhecidos pela sociedade. Após o Imperador Constantino – segundo e terceiro séculos – é que a pompa clerical começou a tomar vulto.
Diákonos é o servidor, o serviçal, o remador – Yperetês – da Nova Aliança, muito embora sejam eles líderes de igrejas ou responsáveis pelo rebanho. O Diccionário Bíblico Ilustrado – Holman –B & H Espanhol –Nashville, Tenessee – assim define:
“El término diácono proviene del sustantantivo griego diákonos que aparece vinte e nove veces en el N. T. y se traduce comunmente “siervo” o “ministro”. Deriva do verbo “servir” e se usa para nombrar diferentes classes de servicios. Pablo no solamente se refiere a si mismo como um diákonos – I Co. 3.5; II Co. 3.6;6.4; Ef.3.7; Cl. 1.23, 25 sino que además aplica este término a sus colaboradores: Febe Rm. 16.1; Apolos I Co.3.5;Tíquico Ef. 6.21; Cl. 4.7;Epafras Cl. 1.7; y Timóteo I Tm. 4.6. Este vocablo también se usa para referirse a los gobiernos Rm. 13.4 y a Christo. Lo encontra como referencia a um ministro de la iglesia local Fp.1.1; I Tm. 3.8, 12 possiblemente Rm. 16.1. [...]
La primera mencion de los Diáconos como oficiales de La congregacion local aparece em Fp. 1.1 donde Pablo se dirige a La iglesia de Filipos “incluindo los bispos e diáconos”. Aunque los requisitos de los diákonos se detallan em I Tm. 3.8-13, no hai un texto explicito que especifique sus responsabilidades. [ ... ]
Em Rm. 16.1 no queda claro si el termino Diákonos deberia ser traducido “siervo” [servente] o la forma más oficial “Diácono”. Debido a que Diákonos no se usa comunmente em su significado técnico, algunos entienden que FEBE no desenpenava um servicio oficial em su iglesia. Sin embargo, hay diversos factores que podrían indicar lo contrario. Primero, Pablo usa la forma masculina de diákonos para referirse a uma mujer em vez de la forma feminina. Segundo, Pablo especificamente estabelece que FEBE es diákonos de la igesia de Cencrea. El único lugar donde Pablo se refiere a alguien como diákonos de uma iglesia local (comp. Ef. 6.21; Cl. 1.7; I Tm. 4.6). Tercero, Pablo exhorta a los romanos a ayudar a FEBE debido a que Ella es enviada para realizar uma tarea oficial em nombre del apóstol Pablo y su iglesia. Se sostiene que para cumplir com dicha tarea oficial era necessario tener um cargo oficial".
O segundo termo aqui em pauta é: doulós – “escravo” - Gl. 4.25. Em quarenta textos da Nova Aliança é traduzido como servo. O Dicionário de Aurélio define este vocábulo:
“Servo, s. m. Na época feudal era aquele cujo serviço estava restrito à gleba e com ela se transferia, embora ele não fosse escravo”.
Em todas estas escrituras a tradução literal seria escravo. O termo servo, como traduziram, ameniza a verdade crua da expressão. Ser um servo seria de mais liberdade e melhor do que ser um escravo.
Institucionou-se, não sabemos quando, que lideres evangélicos fossem considerados Ministros, cargo ou título que os elevaria a uma categoria destacada da sociedade. O mesmo acontece quando líderes cristãos resolvem entrar para a política, o que, sem dúvida, aumentará os seus rendimentos monetários e a sua notoriedade perante a tal estabelecida sociedade. - Já vimos isto na história do Imperador Constantino. - Em algumas denominações o líder é Reverendo.
A história se repete.
Os escravos de Deus serão moralmente honrados e reconhecidos sem deixarem de ser “escravos” – doulós. Em um seminário de três oportunidades de preleção tentamos colocar tais princípios de interpretação exegética. O resultado foi (era óbvio) que um jovem Presbítero (Se era jovem, não poderia ser Presítero – idoso) pediu publicamente licença para retirar-se da reunião. Era ele bacharel graduado em teologia, mas nunca lhe disseram o que estávamos ensinando. – Escandalizou-se.
Procura apresentar-te a Deus como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a palavra da verdade... Este deveria ser o lema da liderança. Para tal, o estudo acurado das sagradas escrituras seria indispensável já que examinamos as escrituras buscando ter nelas a vida eterna. Remindo o tempo, pois os dias são maus; e quem é o escravo fiel e prudente a quem o Senhor colocou sobre Sua casa a fim de dar-lhes a comida – trophên – a seu tempo? Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas sempre e eternamente.
Só Jesus.
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