MESTRE DE HARMONIA
Mestre de Harmonia
O Mestre de harmonia que hoje não passa de um Disc Jockey, ou dee jay, no passado era um instrumentista do harmônio, instrumento musical de teclas, cujo funcionamento é muito similar ao de um órgão, mas sem os tubos que o caracterizaria, bombeado com os pés no par de pedaleiras que assopra o fole que aciona as palhetas sonoras, semelhante ao som de um acordeom.
Neste instrumento se tocado Musica Sacra ou erudita, hoje em desuso com o surgimento do teclado eletrônico que produz quase todos os sons dos instrumentos musicais, substituído bandas, conjuntos, câmara, etc.
Eram adotadas para a harmonia das Sessões das Lojas, principalmente nas Sessões de Iniciação, Elevação e Exaltação. Cabendo ao Mestre o conhecimento da música para execução e seleção das mesmas nas solenidades.
Deve-se, preferencialmente, a escolha de musicas do maçom compositor Wolfgang Amadeus Mozart, (batizado Joannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart; *Salzburgo, 27 de janeiro de 1756 – +Viena, 5 de dezembro de 1791), foi um prolífico e influente compositor austríaco do período clássico. E na sua falta, musicas de câmara ou barroca, jamais musicas profana.
Devemos os nomes das notas musicais ao Monge Beneditino Guido D'Arezzo, celebre músico do século XI, nascido na Itália, que aproveitou a primeira sílaba de cada verso de um Hino Litúrgico a S. João Batista composto no século VIII por Paul Wahnefried (720/799), mais conhecido por Paulus Diaconus, que dizia:
Ut queant laxis Para que nós, servos, com nitidez
Resonare fibris e língua desimpedida,
Mira gestorum o milagre e a força dos teus feitos elogiemos,
Famuli tuorum tira-nos a grave culpa
Solve polluti da língua manchada
Labii reatum ó São João.
Sancte Joannes
Espírito do Hino
Purificai bem aventurado João, os nossos lábios polutos, para podermos cantar dignamente as maravilhas que o Senhor realizou em ti.
Dos altos céus vem um mensageiro a anunciar a teu Pai, que serias um varão insigne e a glória que terias.
Usando como nota básica a silaba Ut e para as outras, Re, Mi, Fá, etc... Em 1640, o maestro italiano Giovanni Battista Donni, percebendo que (ut) não era fácil de ser cantado (por terminar em consoante), mudou-o provavelmente no século XVII para (Dó), utilizando a primeira sílaba de seu próprio sobrenome (Doni), ocasião em que foi acrescentada a nota si na escala, em virtude das iniciais de Sancte Iohannes.
Não é à-toa que nosso padroeiro seja São João, muito embora não se diga qual Deles seja, sê Evangelista, Batista, Dominici e muitos outros, pois a história por si só nos revela quem seja, senão vejamos.
João era um judeu de educação. Toda a filosofia judaica foi-lhe incutida desde criança. No tempo de João Baptista o povo vivia subjugado à soberania dos chamados gentios por quase cem anos. A desilusão nacional levantava inúmeras insatisfações questionadas a respeito dos ensinamentos de Moisés, do desocupado trono de David e dos pecados da nação.
Era difícil de explicar na religião daquele povo a razão pela qual o trono de David se encontrava vazio. A tendência do povo era justificar os acontecimentos adversos com um provável “pecado nacional”, tal como tinha acontecido anteriormente no cativeiro da Babilônia, e outros mais.
Os judeus acreditavam na previsão de Daniel a respeito do Messias, e consideravam que a chegada desse prometido iniciaria uma nova época – a do Reino do céu. A pregação de João é fortemente influenciada pela antevisão do "Reino dos Céus". E os ouvintes acreditavam que o esperado Messias estaria para chegar e restaurar a soberania do povo que eles definiam como escolhido, e iniciar uma nova época na Terra: a época de justiça.
A pergunta era quando. A fé de todos defendia que seria ainda naquela geração, e João vinha confirmar o credo. A fama da sua pregação era o fato deste pregador ser tão convicto ao anunciar o Messias para breve. Milhares de pessoas, na sua ânsia pela liberdade acreditavam devotamente em João e nas suas admoestações.
Muitos judeus acreditavam que o Reino dos Céus iria ser governado na terra por Deus em via direta. Outros acreditavam que Deus teria um representante – o Messias, que serviria de intermediário entre Deus e os Homens. Os judeus acreditavam que esse reino seria um reino real, e não um reino espiritual como os cristãos mais tarde doutrinaram. Foi esse o motivo da negação de Jesus como o Messias, por parte da maioria do povo Judeu.
João pregava que o "Reino de Deus" estaria "ao alcance das mãos" e essa pregação reunia em sua volta centenas de pessoas sedentos de palavras que lhes prometessem que o seu jugo estava próximo do fim.
João escolheu o raso do rio de Betânia para pregar. Este local de passagem era frequentada por inúmeros viajantes que levavam a mensagem de João a lugares distantes. Isto favoreceu grandemente o espalhar das suas palavras. Quando ele disse "até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão" ele referia-se a 12 pedras que Josué (Jos. IV, 3) tinha mandado colocar na passagem do rio, simbolizando as doze tribos, na primeira entrada do povo na Terra Prometida.
João era um pregador heróico. Ele falava ao povo expondo os líderes iníquos e as suas transgressões. Quando o assemelhavam a Elias, era porque este tinha o mesmo aspecto rude e admoestador do seu antecessor. João não queria simpatia. Ele pregava a mudança, chamava "raça de víboras" e com o indicador apontado, tal como Elias o tinha feito anteriormente, e isto o categorizou como profeta.
João tinha discípulos. Isto significa que ele ensinava. Ele tinha aprendizes com quem dispensava algum tempo em ensinar. Havia interesse nas suas palavras e filosofia nos seus ensinamentos.
Com isso, incomodava aqueles que estavam em desacordo com a sua pregação, como foi o caso da Herodíades, mulher de Felipe, irmão de Herodes, pois João lhe dizia; Não é licito tê-la como mulher. Em razão disso, queriam matá-lo, porem tinham medo da sua profetização, mas a filha dela conspirou persuadindo-o na sua Festa natalícia, dançando seu ventre no meio dos convidados, no que agradou Herodes a ponto de prometer sob juramento tudo o que ela quisesse, e prevenida por sua mãe, pediu a cabeça de João Batista num prato naquela festa. Aborrecido com o pedido, porem não podendo recusar ao pedido pelo juramento feito, mandou degolar João no cárcere e trazido sua cabeça no prado foi dado à donzela que o pedira, a qual levou a sua mãe.
Daí o sinal de perjúrio que utilizamos a Ordem!
Assim, devemos adotar, quer seja pela conduta Joanina quer seja pela pena capital (caput = cabeça), um comportamento Justo e Perfeito.
Por isso a harmonia de uma Loja deve passar não só pela história de São João como também pelo Espírito do Hino à São João e solfejado pelas notas, para à G D S A D U!
São Paulo, 18 de Maio de 2011.
José Francisco Ferraz Luz