FÉ E RAZÃO

Fé e Razão

A Fé é uma crença religiosa, mas a religiosidade não é a confis-são numa determinada religião, mas sim no sincretismo de fé. Mas a crença é uma noção de credito em alguma coisa, porquanto a Fé é um compromisso com uma revelação Divina ou Testemunhada e passada com credibilidade incondicional.

A Fé não precisa de uma conclusão lógica da premissa. Ela sob existe pela revelação e não pelo raciocínio. São Paulo em sua carta aos Hebreus, Capítulo II, Versículo I, resumindo as características fundamentais da Fé religiosa assim pronunciou: -“Fé é a garantia das coisas esperadas e a prova das que não vêem”. S. Thomaz esclareceu da seguinte forma as palavras de S. Paulo: -“Quando se fala de prova, distingue-se a Fé da opinião, da suspeita e da duvida, coisas em que falta a firme adesão do intelecto ao seu objeto. Quando se fala de coisas que não se vêem, distingui-se a Fé da ciência e do intelecto, nos quais alguma coisa se faz aparente. E quando se diz garantia das coisas esperadas faz-se a distinção entre a virtude da Fé e a fé no significado comum (isto é, crença em geral) que a visa à bem-aventurança esperada” (S. Thomaz II, 2 q. 4, a. 1). A “filosofia do conhecimento imediato” Kant aceitava a doutrina dos limites da razão somente para afirmar a superioridade da Fé sobre a Razão. Considerava a Fé como uma relação imediata – portanto não sujeita as incertezas ou duvidas – com as realidades superiores e especialmente com Deus.

A Razão significa a orientação do homem em todos os campos em que seja possível a indagação ou a investigação. Daí a espécie humana ser um animal ra-cional, diferente da espécie animal, que não tem origem no húmus da terra. O animal foi cria-do como todas as coisas o forem do “verbo”, porquanto o homem fora criado através do barro à imagem e semelhança do Criador (Gen. I, 26). Esse Fundamento ou Razão de ser, é a essência necessária ou substancia expressa na definição, assume-se às vezes por Razão à própria substancia ou a sua definição.

Para Aristóteles, o dualismo platônico entre mundo sensível e mundo das idéias era um artifício dispensável para responder à pergunta sobre o conhecimento verdadeiro. Nossos pensamentos não surgem do contato de nossa alma com o mundo das idéias, mas da experiência sensível. “Nada este no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos”, dizia o filosofo.

Isso significa que não posso ter idéia de um teiú sem ter observado um diretamente ou por meio de uma pesquisa cientifica. Sem isso, “teiú” é apenas uma palavra vazia de significado. Igualmente vazio ficaria nosso intelecto se não fosse preenchido pelas informações que os sentidos nos trazem.

Mas nossa razão não é apenas receptora de informações. Aliás, o que nos distingue como seres racionais é a capacidade de conhecer. E conhecer esta ligada à capacidade de entender o que a coisa é no que ela tem de essencial. Por exemplo, se digo que “todos os cavalos são brancos”, vou deixar de fora um grande numero de animais que poderiam ser considerados cavalos, mas que não são brancos. Por isso, ser branco não é algo essencial em um cavalo, mas você nunca encontrará um cavalo que não seja mamífero, quadrúpede e herbívoro.

Com essas referencias filosóficas exponho as minhas conclu-sões da relação entre Fé e Razão, afirmando que a Fé é uma crença religiosa, e a Razão signifi-ca a orientação do homem em todos os campos em que seja possível a indagação ou a investigação. Mas nossa razão não é apenas receptora de informações. Aliás, o que nos distingue como seres racionais é a capacidade de conhecer.

São Paulo 10, de julho de 2012.

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 06/01/2013
Reeditado em 31/08/2013
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