POETAS NÃO MORREM

Ao grande amigo e poeta Carlos Alberto Napoli - In Memoriam

“A arte é longa, a vida é breve.”Ars longa, vita brevis. HIPÒCRATES (460-378 AC)

Até o final da primeira metade do século XX a morte espreitava os poetas ainda jovens...

Notívagos, muitos deles trocavam as noites pelos dias em saraus, orgias, serestas...

Dormindo mal, mal alimentados e muito jovens, eram acometidos de fortes gripes virais, pneumonias e, por fim, a fatal tuberculose...

Salvo excessões, a causa das mortes destes jovens estetas era mesmo a tuberculose.

É bom lembrar que as doenças respiratórias eram tratadas com sulfa e as febres com aspirina, numa época em que não existiam os antibióticos, descobertos pelos cientistas durante a 2ª Grande Guerra Mundial...

Hoje os poetas chegam à meia-idade, entre os 50 e 65 anos, em sua maioria.

As doenças são outras. Hipertensão, cirrose hepática, neoplasia, insuficiência renal e o câncer, em suas mais diversas frentes.

Enfim, morrem os poetas hoje como qualquer mortal, sem mais aquela de não chegarem a ter netos e bisnetos...

Entretanto, a obra do artista em geral, passa de geração em geração, por séculos e até milênios.

Sócrates não deixou textos escritos. Seu discípulo Platão os catalogou e gravou em materiais variados, a exemplo de papiro e outros meios.

Quando Gutemberg inventou a imprensa convencional, através da formatação em chapa de ferro de mono-typos, foi impressa a primeira Bíblia Sagrada.

Daí por diante, os escritores, artistas plásticos, músicos e outros tantos passaram a ter sua obra preservada através dos anos.

Por isso, arriscamos engrossar a fileira dos que dizem que o POETA, o ESCRITOR e outros artistas NÃO MORREM, já que sua obra os torna vivos para sempre!