Lembranças de Um Dia da Mulher


Há exatos trinta e seis anos, recebi em meu ventre um ser, espiritual, para amar e cuidar.

Era uma reencarnação feminina. Seria uma menina. Em meu micro universo esse espírito se desenvolveu. Como um alevino viveu nas águas férteis do meu útero. Alimentou-se do meu alimento. Fortificou-se com meu sangue. Chorou minhas dúvidas, sentiu os meus medos.
Assustou-se com meus sustos. 

Nove meses no útero protetor, nadando, preparando-se fisicamente para os exercícios terrenos, da lida do dia a dia. Recebeu instruções e apoio do Mundo Maior. Recebeu bênçãos de seus e nossos antepassados que estão sempre nos protegendo , instruindo e intuindo.

Foi crescendo nesse universo pacífico e acolhedor. Tão acolhedor que parecia que vivia em eterno sono e, que quando acordava ainda dormente espreguiçava-se, esticando pernas e braços, bocejando...

Seus movimentos, assustavam e ao mesmo tempo me excitava, dando-me a sensação inusitada de poder. Que poder eu, mulher tinha nas mãos! Um ser humano vivo dentro de mim iria nascer para viver seu momento de reeducação. Esse poder também me apavorava. A cada movimento, uns lentos, outros rápidos, eu me lembrava da minha responsabilidade, que esse ser não permitia que me esquecesse.

A cada movimento eu ficava pasmada e pensava pedindo ajuda ao Mundo Maior, a Deus: Vai nascer. E como vou saber que está com fome? Como vou saber que tem dor? Como vou saber que algo a incomodo? Diziam para mim: 

Deus sabe o que te dizer. Escute a voz de Deus que tudo dará certo e você saberá o que fazer em todos os momentos da vida dessa criança.

E, foi... Deus não me abandonou. Deus me amparou como não desamparou a criança que nasceu linda, rosada de cabelos negros. Perfeita! Era o Dia Internacional da Mulher! Um precioso e valioso presente com que a espiritualidade me presenteou.Uma perfeita boneca que aprendeu a balbuciar mamãe, papai, vovó. Que aprendeu a andar e trilhar os caminhos da vida com dignidade e honra.

Agora cresceu e o ciclo já se repetiu. Agora essa mulher completa trinta e seis e já tem a sua boneca e está feliz! Cuida da sua linda criança a quem deu o nome de Maria Júlia Carolina. Este último nome é em homenagem à avó paterna. 

O dia da Mulher para mim tem um valor duplo. Orgulho-me muitíssimo de ser mulher de ter podido dar à luz uma outra mulher, que gerou outra mulher para enriquecimento do nosso planeta e universo.

Parabéns Edilene, Maria Júlia, Joyce. Parabéns duplo, beijos duplos, flores duplas. Que as bençãos do Alto cubram-nas com as luzes do Amor e da Felicidade Eterna.

Claro! Ser mulher é uma passagem, mas ser mãe é para a eternidade!