Conferência exalta Rui Barbosa
A penúltima palestra do 2º Ciclo de Conferências realizada em 02 de maio de 2006, no Teatro R. Magalhães Jr. da Academia Brasileira de Letras, foi ministrada pelo Acadêmico Murilo Melo Filho, exaltando o "Águia de Haia", Rui Barbosa, extraordinário escritor, jornalista e jurisconsulto.
Em sua inteligente e versátil explanação, Murilo Melo Filho transmitiu fatos que marcaram e evidenciaram, junto à opinião pública, a imagem do digno patriota Rui Barbosa, considerado por muitos como gênio polivalente e poeta extraordinário.
Rui Barbosa nasceu em Salvador, Bahia, no dia 5 de novembro de 1849. Aos 10 anos declamou poemas de Camões, aos 12 falava fluentemente inglês e aos 14 ensaiava frases em alemão. Completou o curso jurídico no ano de 1870 em São Paulo, onde teve a oportunidade de conviver com alguns companheiros que viriam desempenhar papéis de relevo para o progresso do país, como Joaquim Nabuco e Castro Alves, quando revelou desde logo suas idéias abolicionistas. A imprensa foi a primeira atividade profissional, pois retornando a Bahia, ingressou no jornalismo, ao mesmo tempo em que começava na Tribuna Forense. Através do jornal, Rui Barbosa desenvolveu tenaz propaganda política, que o aproximou do grupo republicano. Proclamada a República ocupou a pasta da Fazenda do Governo Provisório.
Machado de Assis e Rui Barbosa viviam da palavra para a palavra e os dois, juntamente com Joaquim Nabuco, formavam a santíssima trindade, segundo a opinião de Graça Aranha.
Como Chefe da Delegação Brasileira a Conferência de Haia, em 1907, Rui de Oliveira Barbosa (nome completo) revelou-se uma das principais figuras da assembléia, elevando notavelmente o nome do Brasil, sendo recebido, ao regressar, com calorosas manifestações. Exerceu a função de presidente da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número 10. Seu falecimento, ocorrido a 1º de março de 1923, na cidade de Petrópolis, consternou todo Brasil.
Considerando-se que na semana passada completaram 84 anos do falecimento desse inesquecível gigante da literatura nacional, resolvi homenageá-lo e brindar aos escritores do Recanto, publicando a matéria editada, em maio de 2006, no jornal Folha Democrática, do município de Paty do Alferes, onde sou ainda um dos fundadores da Academia de Letras Joaquim Osório Duque Estrada.