ALCEU AMOROSO LIMA

Muitos dos presentes ignoram quem foi Alceu Amoroso Lima ou Tristão de Ataíde!

Pois eu vou lhes contar um pouco do que sei.

Conheci o velho Tristão de Ataíde em 1953, por ocasião da sua filha Lia entrar para o convento das freiras Beneditinas, na Abadia de Santa Maria, como noviça, com o nome de Maria Tereza.

Sua Mestra, Madre Madalena, era minha tia, irmã de meu pai, daí a minha ligação com Dr. Alceu Amoroso Lima.

Nesta época, ele como escritor não poderia colocar em evidencia o seu nome, por causa da sua ocupação no Rio de Janeiro como industrial, por herança de seu pai Manuel José Amoroso Lima, daí haver adotado o pseudônimo de Tristão de Ataíde.

Era também advogado atuante, mas abdicou em função da sua indústria. Porém, conciliava sua atividade como Professor Catedrático da UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito, bem como crítico desde 1919 do Jornal do Brasil e Folha de São Paulo.

Aderiu ao Movimento Modernista de 1922, escreveu inúmeros livros didáticos, acadêmicos e filosóficos. Converteu-se ao catolicismo em 1928, e, criou o Movimento Democrata-Cristão do Brasil; participou da fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; eleito membro da Academia Brasileira de Letras para a cadeira 40 em 1935; participou do Concilio Vaticano II, instalado em Outubro de 1962 a convite do Papa João XXIII, representando o Brasil, vindo a falecer em 1983 aos noventa anos incompletos.

Quando sua filha Lia demonstrou vocação religiosa, quis que ela conhecesse o mundo antes da sua derradeira opção. Foram para a França, Inglaterra, Itália e Estados Unidos, passando por diversos lugares por ele conhecido e vivenciado na década de 50, onde foi diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União.

Assim foi que Lia fez a sua opção consciente e determinada. Graças a sua vocação chegou a ser a terceira Abadessa no centenário da Abadia de Santa Maria, vindo a falecer aos 82 anos de idade no dia 1 de Julho de 2011. Foi enterrada no próprio Mosteiro, ao lado da sua Mestra Madre Madalena, minha tia de saudosa memória.

São Paulo, Novembro de 2012.

Chico Luz.´.