O ESTRUTURAL E O PÓS-ESTRUTURAL E UMA DESORDEM CONCEITUAL E DOGMÁTICA
O ESTRUTURAL E O PÓS-ESTRUTURAL E UMA DESORDEM CONCEITUAL E DOGMÁTICA.
Mário Sílvio Paternostro Menezes
Palavras-chave: Estrutura. Pós-estruturais.
Resumo: Este trabalho tem como objetivo esclarecer o que é ordem e desordem. A confusão conceitual e a propagação de idéias errôneas faz com que se torne imprescindível esclarecer o estrutural e o pós-estrutural, fazendo assim as colocações pertinentes e provando que a contribuição de uma estrutura, não diminui a outra. O completo se dá quando se consegue entender que as amarrações é que subsidiam o avanço e promovem o total entendimento. Não há mais espaço apenas para a estrutura e nem se pode viver com conceitos pós-estruturais, por isso, entender e pôr em prática cada uma fará com que a ordem seja estabelecida. O trabalho está dividido nas partes, a saber: Introdução, Definição, Algumas considerações, Análise dos Resultados e Considerações Finais.
Palavras-chave: Ordem/Desordem. Estruturalismo. Pós-estruturalismo. Desconstrução. Pluralidade/Individualidade.
Puisque je doute, je pense; puisque je pense, j'existe
Descartes
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E-mail: paternostrom@hotmail.com
Graduando em Letras Vernáculas, na Faculdade Nossa Senhora de Lourdes; Colunista de Jornal, Poeta.
INTRODUÇÃO
É necessário entender que o estruturalismo procura explorar as estruturas, mas, objetivando sempre o significado que é produzido e reproduzido. Busca fundamentar toda a atividade humana, dando formas a culturas e criações aparentemente díspares. Augusto Comte e seu Positivismo contribuiu com a forma de olhar o mundo e até hoje seus métodos são utilizados -Não se pode aproximar do objeto, para que o mesmo não influencie no resultado final - , pois a estrutura ajuda a manter a ordem e a estabelecer limites para o campo a ser analisado. A ciência é falível, é sabido, mas, não há nada ainda que substitua o seu cientificismo. O método é prova existencial de que a estrutura é necessária, que Descartes, com o Cartesianismo, ensinou que se deve duvidar de tudo e é na dúvida que vai se buscando explicações com mais certezas. Quando Aristóteles bradava que o “homem é um ser racional”, ele estruturou, normatizou e conceituou. No momento em que o discurso começa a ser propagado e passa a se tornar uma corrente, o estrutural se firma. Tudo então cai na forma, em um conceito e em paradigmas.
O pós-estruturalismo rompe com o estrutural, busca dissolver conceitos, desconstruindo uma análise única, para buscar sempre uma visão plural. Dessa forma, Michel Foucault, na Ordem do discurso, falou que nada é original, que tudo está atravessado, indo de encontro ao individualismo de Descartes. O pós-estruturalismo fala da pluralidade, do sujeito clivado, de vozes atravessadas e a quebra das convenções. Busca o que está além do objeto e o que levou até a ele. Promove a quebra de dogmas e tenta sepultar a estrutura com uma visão mais ampla e sem as amarras estruturais, O pós-estrutural procura desconstruir o que eles chamam de determinismo e dessa maneira não comunga com o Positivismo. Há uma crítica acentuada no discurso pós-estrutural, quando o mesmo condena os conceitos que são exigidos por uma sociedade submissa ao poder dominador. O pós-estruturalismo tem a consciência que a estrutura foi que deformou e criou regras que colocaram em retrocesso o avanço do ser.
É possível entender cada uma das “correntes”, seus propósitos e seus discursos. Enquanto o estrutural caminha sempre na voz única, o pós-estrutural fala em heterogeneidade. O problema é a individualidade e a ditadura que ambos, para se fazer ouvir, vão desconstruindo e construindo, uma desordem na ordem.
O discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo porque, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos apoderar. Michel Foucault
DEFINIÇÃO
Estruturalismo é um modo de pensar e analisar praticado nas ciências no século XX, especialmente nas áreas das humanas. Segundo Roland Barthes, trata-se de uma “actividade” que tem um fim específico.
“O fim de toda a atividade estruturalista, seja ela reflexiva ou poética, é de reconstituir um ‘objeto’, de maneira a manifestar nesta reconstituição as regras do funcionamento (as ‘funções’) deste objeto.” (“A Atividade Estruturalista”, in O Método Estruturalista, de Luc de Heush et al., Rio de Janeiro, 1967, p.58).
Estruturalismo foi um movimento filosófico francês e contribuiu em demasia para a revolução metodológica.
O estruturalismo representou a maior revolução metodológica nas ciências humanas nos últimos cinqüenta anos, sendo certo que hoje se encontra em relativo descrédito, embora algumas de suas postulações se tenham incorporado definitivamente ao próprio modo de ser do pensamento contemporâneo. (TEIXEIRA, Ivan. Fortuna crítica 4, 1998, p. 1).
Pós-estruturalismo busca a pluralidade, um discurso que procure a heterogeneidade e a desconstrução de dogmas já estabelecidos. Discute a relação de poder na educação, do sujeito e da artificialidade dos conceitos postulados pela educação.
Desse modo há uma desconstrução das verdades absolutas, dos sujeitos marginalizados (como o nativo ressignificado muitas vezes como imbecil, pacífico, passível de ser domado,
preguiçoso). Ou as religiões africanas como o candomblé. Mostrar como os indivíduos foram ressignificados (na maioria das vezes por europeus) e estudá‐los de acordo com suas práticas culturais tem sido importantes pontos das análises pós‐estruturalistas. (COSTA, Leandro Santos; SILVA, Kamylla Um abismo na educação: uma ponte entre Nietzsche e pós-estruturalismo, Anais Eletrônicos, Paraíba, 31/07 a 03/08/2012, p. 13)
ANÁLISE DE RESULTADOS
Antes de começar a proceder a análise se faz importante saber que, o tal artigo foi feito em cima de leituras e discussões pertinentes e que tudo foi pautado na ética de se fazer ciência.
É de suma-importância entender as “correntes”, saber os pós e contras e buscar o pleno entendimento. Não há ordem na desordem. Só o estruturalismo não supre as necessidades do mundo moderno, mas o pós-estrutural não completará sozinho as lacunas que ficarão. A pluralidade é a resposta, mas a individualidade deve ser respeitada. Um ser que pensa é um ser único, mas aquele que diz algo, tem sempre ao seu lado rastros. O esqueleto é que mantém em pé a ordem, mas, só se evolui na anomia, na qual a rebeldia brada e mostra novos rumos. O que se precisa saber é que cada um fala na luz de seu tempo e que sempre restos de palavras e conceitos ficarão. Não se pode derrubar a base apenas por capricho, logo,nova estrutura será erguida no local. É preciso buscar a convivência harmoniosa, onde uma supra a necessidade da outra e caminhem assim para o preenchimento total das lacunas, que sempre ficam. Pensadores pensaram em sua época e novos pensarão, discursos e vozes se atravessarão, mas há verdade nisso? Não há verdade, mas sim, verdades. Tudo é falível, nada é perene. O novo não existe, pois para vir é preciso que seja gerado em algo imaculado. Por isso, o novo é o velho e o seu segmento. A estrutura nos trouxe até aqui, errada ou certa, ela evoluiu junto com a humanidade, o pós-estrutural pede sua existência, quer mostrar que o horizonte não é tão perto. O que está por trás do quadro é o que importa e não a figura estática na tela. A complexidade do ser/mundo jamais será explicada por um discurso único. Quando a moeda foi dada e o homem (Jesus) perguntou de quem era o rosto nela esculpido, percebe-se o estrutural, mas ao final da resposta temos o pós estruturalismo. É, então, conveniente que ambas não se ataquem e que procurem se adequar para que venham a se completar e não criar uma desordem na ordem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou esclarecer a significação do estruturalismo e pós-estruturalismo, tal estudo foi feito em torno de problemas decorrentes da falta de comunicação e de conceitos preconceituosos provenientes de um radicalismo provocado pela vontade da afirmação e reafirmação.
Buscou-se entender o que é estruturalismo e pós-estruturalismo, seus objetivos e significados , numa análise que procurou aportar virtudes e defeitos de ambas, mostrando de uma maneira clara que nada é completo e que tudo tem um tempo e que lacunas serão sempre deixadas.
Percebe-se que há um desentendimento no que tange a práxis e o conceito e, assim, discursos são propagados e perenizados, apenas para manter ou romper os dogmas que cada uma tem. A verdade, se há verdade, é que, não é possível haver entendimento quando um tenta extinguir contribuições que são pertinentes e profícuas. Na verdade, tal trabalho, serve para reflexão e entendimento no que diz respeito a estruturalismo e pós-estruturalismo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. São Paulo: Loyola, 6a edição, Tradução de Laura de Almeida Sampaio.
TEIXEIRA, Ivan. Fortuna crítica 4, 1998, p. 1
ACZEL, Amir D. O caderno secreto de Descartes, 2007.
COSTA, Leandro Santos; SILVA, Kamylla Um abismo na educação: uma ponte entre Nietzsche e pós-estruturalismo, Anais Eletrônicos, Paraíba, 31/07 a 03/08/2012, p. 13