GRAÇAS AO JOELMIR.
Hoje pela manhã, ao saber do falecimento do jornalista Joelmir Beting, a primeira coisa que me veio á cabeça foi uma frase que eu ouvi em alguma dessas palestras sobre comunicação e relacionamento pessoal que eu assisti. A frase diz que o significado da comunicação é a resposta que você obtém do ouvinte, independente daquilo que o comunicador dizer. Não sei por que essa frase me veio à memória, mas depois, pensando bem no assunto, concluí que ela era o que melhor se aplicava ao comunicador Joelmir. Digo isso porque eu me formei em Economia, trabalhei alguns anos no setor fazendo pesquisas de mercado e levantando estatísticas, mas o único cara que em conseguia entender falando de economia era o Joelmir. O Joelmir era todo expressão. O que ele dizia não tinha como não entender. Ele criava metáforas e outras expressões lingüísticas para figurar os assuntos econômicos e eles ficavam tão simplificados quanto uma piada no bar.
Afora isso, se existe alguém com eu sempre tive um sentimento de dívida é com o Joelmir e com os seus parceiros da Rádio Bandeirantes, José Paulo de Andrade e Salomão Ésper. Nunca esquecerei que nos idos dos anos oitenta, o país recentemente saído de uma ditadura, mas ainda sofrendo a pressão de um patrulhamento ideológico que pela esquerda nos empurrava para um conflito com o governo e pela direita nos pintava como uma classe de reacionários que temiam perder “privilégios” que não existiam, foi o Joelmir, que com coragem e destemor, e o discernimento que fez dele um dos maiores ícones do jornalismo brasileiro, publicou na sua coluna no Estado de São Paulo um artigo que falava das reivindicações da nossa classe e das idéias que as justificavam. Eu sou Auditor da Receita Federal aposentado e estou falando do artigo que o Joelmir publicou e que fez o governo rever toda a posição que ele havia adotado em relação á nossa carreira e á própria filosofia que ele então adotara na relação que mantinha conosco. Lembro-me perfeitamente do destaque que ele deu á uma frase que constava de um manifesto que nós lançamos á nação naquela época: essa frase dizia: “somos servos da lei e não escravos do rei”. Queria isso dizer que nós estávamos lá para cumprir aquilo que o ordenamento jurídico do país nos exigia e não a vontade das autoridades de plantão, como até então era a prática do sistema. Isso foi em 1986 e hoje posso dizer que uma boa parte da importância, do respeito e dos benefícios que a nossa carreira conseguiu nos anos que se seguiram, foi graças á essa intervenção do Joelmir.
Pena que ele se foi. Ele era um comunicador que o povo realmente entendia. Quando as palavras utilizadas eram difíceis, a expressão facial dele nos explicava o que aquilo queria dizer. Se o Brasil ficou mais pobre de inteligência, como disse o Prof. Delfin Neto, nós, ouvintes cativos da Band, perdemos o professor. E como Auditores da Receita Federal, perdemos um grande amigo. Vá em paz, amigo, pois se alguém cumpriu integralmente a missão para a qual nasceu, esse alguém foi você.
Hoje pela manhã, ao saber do falecimento do jornalista Joelmir Beting, a primeira coisa que me veio á cabeça foi uma frase que eu ouvi em alguma dessas palestras sobre comunicação e relacionamento pessoal que eu assisti. A frase diz que o significado da comunicação é a resposta que você obtém do ouvinte, independente daquilo que o comunicador dizer. Não sei por que essa frase me veio à memória, mas depois, pensando bem no assunto, concluí que ela era o que melhor se aplicava ao comunicador Joelmir. Digo isso porque eu me formei em Economia, trabalhei alguns anos no setor fazendo pesquisas de mercado e levantando estatísticas, mas o único cara que em conseguia entender falando de economia era o Joelmir. O Joelmir era todo expressão. O que ele dizia não tinha como não entender. Ele criava metáforas e outras expressões lingüísticas para figurar os assuntos econômicos e eles ficavam tão simplificados quanto uma piada no bar.
Afora isso, se existe alguém com eu sempre tive um sentimento de dívida é com o Joelmir e com os seus parceiros da Rádio Bandeirantes, José Paulo de Andrade e Salomão Ésper. Nunca esquecerei que nos idos dos anos oitenta, o país recentemente saído de uma ditadura, mas ainda sofrendo a pressão de um patrulhamento ideológico que pela esquerda nos empurrava para um conflito com o governo e pela direita nos pintava como uma classe de reacionários que temiam perder “privilégios” que não existiam, foi o Joelmir, que com coragem e destemor, e o discernimento que fez dele um dos maiores ícones do jornalismo brasileiro, publicou na sua coluna no Estado de São Paulo um artigo que falava das reivindicações da nossa classe e das idéias que as justificavam. Eu sou Auditor da Receita Federal aposentado e estou falando do artigo que o Joelmir publicou e que fez o governo rever toda a posição que ele havia adotado em relação á nossa carreira e á própria filosofia que ele então adotara na relação que mantinha conosco. Lembro-me perfeitamente do destaque que ele deu á uma frase que constava de um manifesto que nós lançamos á nação naquela época: essa frase dizia: “somos servos da lei e não escravos do rei”. Queria isso dizer que nós estávamos lá para cumprir aquilo que o ordenamento jurídico do país nos exigia e não a vontade das autoridades de plantão, como até então era a prática do sistema. Isso foi em 1986 e hoje posso dizer que uma boa parte da importância, do respeito e dos benefícios que a nossa carreira conseguiu nos anos que se seguiram, foi graças á essa intervenção do Joelmir.
Pena que ele se foi. Ele era um comunicador que o povo realmente entendia. Quando as palavras utilizadas eram difíceis, a expressão facial dele nos explicava o que aquilo queria dizer. Se o Brasil ficou mais pobre de inteligência, como disse o Prof. Delfin Neto, nós, ouvintes cativos da Band, perdemos o professor. E como Auditores da Receita Federal, perdemos um grande amigo. Vá em paz, amigo, pois se alguém cumpriu integralmente a missão para a qual nasceu, esse alguém foi você.