Ensino da Língua Portuguesa, pontos para reflexão...
Nosso dia-a-dia como educador nos traz alegrias, amizades, satisfações, mas traz também muitas dúvidas, contradições, medos, incertezas... Sabemos que isso para a vida é muito bom, porque nos faz estar constantemente em crescimento como pessoa, como ser humano, dando-nos a oportunidade de sermos cada dia melhores. Dessa forma, estamos sempre em busca de respostas aos nossos anseios.
Quero deixar aqui registrados alguns pontos que, muitas vezes, tornam-se conflitos aos educadores da nossa área de conhecimento. Como e por que ensinar gramática?
A partir das importantes considerações de Sírio Possenti, no IX ENCONTRO SUL-BRASILEIRO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA, em outubro de 2000, podemos refletir um pouco sobre esses pontos.
Concordo com Sírio quando afirma que “Estudar a língua é uma coisa, estudar gramática é outra” porque acredito que saber todas as regras e as exceções da língua não garante o saber escrever textos coerentes e coesos, compreender, interpretar e criar. E ele complementa questionando: “Meu aluno estuda para ser um gramático ou para escrever e gostar de ler?, queremos um aluno que saiba identificar um radical ou um aluno que leia e escreva adequadamente?”,e reafirma: “Aprender gramática não é um pré-requisito para aprender a língua.”
Diz que “é escrevendo e lendo que se aprende gramática e ortografia.”
Quanto ao educador, Sírio diz: “O professor precisa diminuir o furor corretivo e sensibilizar para o sentido das coisas. O aluno não pode ser lido apenas para ser corrigido.O trabalho descontextualizado e com questões irrelevantes faz com o professor fique secando gelo.”
Sobre a questão do certo e errado, diz que, “muitas vezes, o considerado certo, não passa de ranço lingüístico.” Aqui não posso deixar de lembrar algumas aulas em que os alunos perguntavam “pra que conjugar a 2ª pessoa do plural dos verbos, se nunca iremos utilizá-la?”
Sírio também questiona sobre o que nós, professores, ensinamos a nossos alunos perguntando: “O que é a língua que ensinamos? O objetivo do ensino da língua não pode se limitar a um determinado nível de linguagem.” Diz que “é necessário aprender a norma culta, mas o que precisa realmente é entender o funcionamento da língua.”
Alerta os professores para a necessidade de “mergulharem seus alunos no domínio da linguagem.
E finaliza propondo que “a Aula de Português só tem uma finalidade: ler e escrever muito e de tudo. O resto é para ajudar (ou prejudicar) a chegar a isso.”
Sendo assim, caros colegas, penso que somos os principais responsáveis pela formação de futuros leitores e escritores! Está em nossas mãos despertar nessa "gurizada” o gosto pela literatura, pela leitura e pela escrita, artes insubstituíveis...E insuperáveis!
Professora Jussára C Godinho
Bibliografia
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Mercado da Letras, Campinas, São Paulo: 2002.
IX ENCONTRO SUL-BRASILEIRO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA, outubro/2000. Unisinos-RS.
Nosso dia-a-dia como educador nos traz alegrias, amizades, satisfações, mas traz também muitas dúvidas, contradições, medos, incertezas... Sabemos que isso para a vida é muito bom, porque nos faz estar constantemente em crescimento como pessoa, como ser humano, dando-nos a oportunidade de sermos cada dia melhores. Dessa forma, estamos sempre em busca de respostas aos nossos anseios.
Quero deixar aqui registrados alguns pontos que, muitas vezes, tornam-se conflitos aos educadores da nossa área de conhecimento. Como e por que ensinar gramática?
A partir das importantes considerações de Sírio Possenti, no IX ENCONTRO SUL-BRASILEIRO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA, em outubro de 2000, podemos refletir um pouco sobre esses pontos.
Concordo com Sírio quando afirma que “Estudar a língua é uma coisa, estudar gramática é outra” porque acredito que saber todas as regras e as exceções da língua não garante o saber escrever textos coerentes e coesos, compreender, interpretar e criar. E ele complementa questionando: “Meu aluno estuda para ser um gramático ou para escrever e gostar de ler?, queremos um aluno que saiba identificar um radical ou um aluno que leia e escreva adequadamente?”,e reafirma: “Aprender gramática não é um pré-requisito para aprender a língua.”
Diz que “é escrevendo e lendo que se aprende gramática e ortografia.”
Quanto ao educador, Sírio diz: “O professor precisa diminuir o furor corretivo e sensibilizar para o sentido das coisas. O aluno não pode ser lido apenas para ser corrigido.O trabalho descontextualizado e com questões irrelevantes faz com o professor fique secando gelo.”
Sobre a questão do certo e errado, diz que, “muitas vezes, o considerado certo, não passa de ranço lingüístico.” Aqui não posso deixar de lembrar algumas aulas em que os alunos perguntavam “pra que conjugar a 2ª pessoa do plural dos verbos, se nunca iremos utilizá-la?”
Sírio também questiona sobre o que nós, professores, ensinamos a nossos alunos perguntando: “O que é a língua que ensinamos? O objetivo do ensino da língua não pode se limitar a um determinado nível de linguagem.” Diz que “é necessário aprender a norma culta, mas o que precisa realmente é entender o funcionamento da língua.”
Alerta os professores para a necessidade de “mergulharem seus alunos no domínio da linguagem.
E finaliza propondo que “a Aula de Português só tem uma finalidade: ler e escrever muito e de tudo. O resto é para ajudar (ou prejudicar) a chegar a isso.”
Sendo assim, caros colegas, penso que somos os principais responsáveis pela formação de futuros leitores e escritores! Está em nossas mãos despertar nessa "gurizada” o gosto pela literatura, pela leitura e pela escrita, artes insubstituíveis...E insuperáveis!
Professora Jussára C Godinho
Bibliografia
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Mercado da Letras, Campinas, São Paulo: 2002.
IX ENCONTRO SUL-BRASILEIRO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA, outubro/2000. Unisinos-RS.