NA VOLTA, SEMPRE MELHOR

Em certos casos, a distância do ambiente de rotina é capaz de operar mudanças comportamentais positivas em um indivíduo, sobretudo em se tratando de suas relações com os demais, estes a quem chamamos de "semelhantes".
O distanciamento físico das pessoas com quem se se convive na rotina diária, bem como do ambiente de trabalho e do lazer habitual possibilita uma análise reflexiva crítica sobre valores e costumes. Longe do contato quase permanente - e nas mais das vezes obrigatório - costuma-se visualizar "o outro" de forma isenta (ou quase), portanto mais adequada e precisa, separando virtudes de defeitos, alcançando então a medida exata do que cada um representa em nossa vida e atribuindo-lhe o devido valor pessoal e para a coletividade.
Nesses casos de afastamento, aquele que sai sempre volta mais tolerante, complacente, respeitoso e valorizando os seus conviventes. Foi o que aconteceu com uma pessoa minha conhecida, cujo nome faço questão de manter em absoluto e intransigente segredo, até porque vocês não saberiam de quem se trata se eu revelasse a identidade. A criatura intransigente e provocadora de antes retornou envolvida por uma tolerância e afabilidade pouco vistas em outros seres humanos. Passou por uma verdadeira metamorfose, principalmente de humor, já que de caráter não tinha motivos para restrições. Foi um santo remédio o longo período durante o qual se manteve em distanciamento
voluntário. O lado negativo foi a saudade quase insuportável durante tanto tempo. Para nós que tínhamos com ela uma convivência mais próxima, a saudade quase interminável foi mais que doída. Por muito pouco não matou. Mas finalmente, depois de uma quase eternidade, ei-la de volta. E para grande e impagável alegria. Minha e nossa,
A D S.
Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 06/11/2012
Reeditado em 01/03/2014
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