Afinal, o que é prosperidade?
Chico Xavier, sinônimo de caridade e amor ao próximo, costumava dizer que quando nos afligimos com a tristeza ou nos indignamos com alguma situação, quando estamos preocupados e aflitos com algo que poderá nos atingir. É porque estamos com muito tempo para pensar em nós mesmos e nos esquecemos de pensar no nosso próximo.
A nossa falta de generosidade para com nosso semelhante, está diretamente ligada à falta de desprendimento das coisas materiais, aquelas mesmas, que não nos acompanharão em nossa última viagem. Assim, confunde-se, a verdadeira essência do significado da prosperidade com a aquisição de coisas que se estragam, coisas que são absolutamente perecíveis. Infelizmente, a exemplo disso, basta ver algumas fontes ideológicas, que usam o poder televisivo durante as madrugadas e que pregam essa tal prosperidade, comparando-a única e exclusivamente aos bens materiais, como fonte de riqueza, luxo e conforto.
Assim, fica uma dúvida: como podemos ser prósperos em algo, se nos tornamos o seu escravo? Quando possuirmos algo e idolatramos o seu valor, automaticamente somos seus escravos. Por outro lado se abdicamos de “viver” em prol de um outro desejo, ainda que não o possuímos, mesmo assim nos tornamos escravos e dessa vez, escravos de algo que se quer podemos tocar.
Afinal, o que é prosperidade? Prosperidade é conforto da alma e não do corpo. Prosperidade é partilha, é consciência tranqüila, é saber que somos úteis para alguém, para alguma coisa ou causa. É incomodar-se com o seu conforto excessivo, enquanto seu semelhante não tem sequer o que comer.
A questão, não é simplesmente distribuir aos ventos tudo que possuímos ou desistir dos sonhos, abrir mão das conquistas. Mas sim, dividir o que não nos faz falta e sem nos agigantarmos por isso. Dar um pouco do que temos, a quem tem menos ainda. O desprendimento material, ajuda a quem precisa e faz bem a quem doa.
Entretanto, podemos doar muito mais que bens materiais, podemos doar o nosso intelecto e a força física em favor de algum necessitado. Podemos ser colaboradores, agir em comunidade, ter uma ação positiva e gerar a sinergia necessária para se encurtar as distâncias que as nossas condições sociais nos impõem.
A lei do criador é impecavelmente justa e correta. Pois, recebe-se, o que se dá e, colhe-se, o que se planta. Atingir a prosperidade como sentido de felicidade, esse é o grande prêmio que essa lei universal nos proporciona.
Amigo leitor, proponho o despertar para um novo senso de urgência, para uma reciclagem na forma de como vemos a prosperidade. O exercício da caridade é também um exercício de cidadania, proporciona sorrisos, e não devemos nunca nos esquecer, que um sorriso cabe em qualquer lugar.
Reginaldo Cordoa, administrador de empresas e apaixonado pela vida.
28/02/2007