NO FUNDO DO POÇO...
(Quando uma Barbárie Justifica Outra)
Então, eis aí o nosso mundo...
Quando o planeta quase se rachou em dois há cinco anos atrás, com a derrubada escatológica das duas torres gêmeas, em meio à avalanche massacrante de opiniões desencontradas que se despenca até hoje em todo o mundo - entre livros publicados, resenhas, debates, depoimentos, opiniões isoladas, protestos, desorientação - muitos acabaram aventando ser Osama Bin Laden cria do próprio governo americano, que outrora o treinara nas práticas de guerrilhas e sabe mais Deus em que! Diz-se com freqüência: "ora...claro que alguma culpa, ou toda a culpa, tem George Bush no cartório; claro que este povo arrogante, cego para a realidade circundante, no mundo que o rodeia, e para as dificuldades ríspidas de povos que chafurdam na miséria e na ignorância devido ao massacre econômico das economias de primeiro mundo - claro que este povo soberbo e imperialista merece o que aconteceu! É o fruto ácido do seu orgulho cego e desmedido!"
Mereceram, meus caros? Que se entende como povo americano? Uma entidade indistinta? Inumana? Confinada em padrões etéreos, subjetivos, impalpáveis, sem individualidades - quase que um espectro, como se não estivessemos aqui nos referindo a gente de carne e osso como eu e vocês?!
Não sei quantas mil pessoas, entre elas crianças; trabalhadores, pais e mães de filhos que, num átimo, se tornaram, às centenas, órfãos de pai e de mãe ao mesmo tempo, ou ao menos de um deles, num dos exemplos maiores e mais sangrentos de barbárie em toda a história humana...todos! Todos mereceram??! "Bem feito! Que sejam pulverizados barbaramente, já que Osama Bin Laden é cria do seu país, do imperialismo monstruoso da sua nação, da opressão econômica assacada pelos USA no terceiro mundo inteiro! O seu país criou o monstro...logo...bem feito"!
Bebês, crianças, trabalhadores como eu e vocês, meus caros leitores! Afinal...'tadinho do Osama, e dos terroristas tão empenhados no seu idealismo louco! São a cria monstruosa de um sistema fracassado, mas dominador em todo o globo, já que articula a linguagem desumana do dinheiro! "'Tadinhos! 'Tadinhos dos terroristas! A culpa é de vocês!"
Que tal?!
Agora a mesma coisa toma forma por aqui em diversos segmentos da sociedade brasileira, por conta do martírio inominável do anjo João Hélio. Incrível! Estarrecedor! Mas verídico!
Ah! Mas estes monstros sem qualificação são cria da sociedade! 'Tadinhos! 'Tadinhos!...Nem mesmo se fala em qual presídio ou delegacia estão trancafiados...afinal, merecem proteção da lei...estas "vítimas" do sistema que, mesmo ante o exemplo heróico e digno de tantas outras "vítimas" que ganham a vida honestamente, seja vendendo refrigerante em dia de jogo de futebol, seja fazendo acrobacias com bolinhas nos sinais de trânsito das grandes cidades, se recusando a usar a sua situação social como pretexto para trucidar viva uma criança de seis anos, reduzindo-a a pedaços ao arrastá-la por quatro bairros do Rio de Janeiro - mesmo ante estes exemplos, eles ainda são beneficiados por quem acha que um mal maior justifica um ainda pior!!
É o velho adágio de um erro clamoroso justificando outro. É a teoria educativa falha, que começa lá nos primórdios da infância, com crianças que, por não contarem com exemplo comportamental adequado no seu ambiente familiar, entendem que podem fazer o que querem com os coleguinhas no ambiente da escola, na prática torturante conhecida e já batizada por especialistas por "buyling" - ainda que debaixo de toda a advertência e punições cabíveis; após todas as reuniões promovidas pelos orientadores educacionais com a dita criança e com seus familiares em questão, na tentativa de acordá-los a tempo para a verdade básica, inarredável, que o seu direito termina onde começa o do outro! Não interessando aí que o outro em questão, seja por quais razões forem, não disponha desta compreensão! O erro, a falha, ou a ignorância alheia não conferem a ninguém o direito de pagar na mesma ou com pior moeda; de atormentar o seu próximo usando o seu modelo defeituoso de procedimento como desculpa! Isto é regra comezinha, princípio básico de qualquer processo educativo!
Ninguém tem o direito de torturar, nem de impor a ninguém agressão de qualquer ordem, ou morte desumana, sob quais forem os pretextos, os subterfúgios... ou então que se desista de vez de uma sociedade organizada por leis, e que se afunde de vez na anarquia e na barbárie, que a isso justifica, e a tudo mais!
Se é que já não a atingimos...porque quando um erro monstruoso é tido como justificável sob a beneplácito de erros outros de qualquer ordem, isto é sinal sombrio de que toda uma civilização afundou, perdeu seus rumos, e se acha metida até a medula no caos, já que principia mesmo a achar tal ordem de coisas boa, justificável, normal!
Bem nos alerta Alexandre Garcia sobre a nossa dura realidade: "Chegamos ao fundo do poço? Rá!!! De há muito o fundo do poço já se acha muito acima de nós!..."
(Quando uma Barbárie Justifica Outra)
Então, eis aí o nosso mundo...
Quando o planeta quase se rachou em dois há cinco anos atrás, com a derrubada escatológica das duas torres gêmeas, em meio à avalanche massacrante de opiniões desencontradas que se despenca até hoje em todo o mundo - entre livros publicados, resenhas, debates, depoimentos, opiniões isoladas, protestos, desorientação - muitos acabaram aventando ser Osama Bin Laden cria do próprio governo americano, que outrora o treinara nas práticas de guerrilhas e sabe mais Deus em que! Diz-se com freqüência: "ora...claro que alguma culpa, ou toda a culpa, tem George Bush no cartório; claro que este povo arrogante, cego para a realidade circundante, no mundo que o rodeia, e para as dificuldades ríspidas de povos que chafurdam na miséria e na ignorância devido ao massacre econômico das economias de primeiro mundo - claro que este povo soberbo e imperialista merece o que aconteceu! É o fruto ácido do seu orgulho cego e desmedido!"
Mereceram, meus caros? Que se entende como povo americano? Uma entidade indistinta? Inumana? Confinada em padrões etéreos, subjetivos, impalpáveis, sem individualidades - quase que um espectro, como se não estivessemos aqui nos referindo a gente de carne e osso como eu e vocês?!
Não sei quantas mil pessoas, entre elas crianças; trabalhadores, pais e mães de filhos que, num átimo, se tornaram, às centenas, órfãos de pai e de mãe ao mesmo tempo, ou ao menos de um deles, num dos exemplos maiores e mais sangrentos de barbárie em toda a história humana...todos! Todos mereceram??! "Bem feito! Que sejam pulverizados barbaramente, já que Osama Bin Laden é cria do seu país, do imperialismo monstruoso da sua nação, da opressão econômica assacada pelos USA no terceiro mundo inteiro! O seu país criou o monstro...logo...bem feito"!
Bebês, crianças, trabalhadores como eu e vocês, meus caros leitores! Afinal...'tadinho do Osama, e dos terroristas tão empenhados no seu idealismo louco! São a cria monstruosa de um sistema fracassado, mas dominador em todo o globo, já que articula a linguagem desumana do dinheiro! "'Tadinhos! 'Tadinhos dos terroristas! A culpa é de vocês!"
Que tal?!
Agora a mesma coisa toma forma por aqui em diversos segmentos da sociedade brasileira, por conta do martírio inominável do anjo João Hélio. Incrível! Estarrecedor! Mas verídico!
Ah! Mas estes monstros sem qualificação são cria da sociedade! 'Tadinhos! 'Tadinhos!...Nem mesmo se fala em qual presídio ou delegacia estão trancafiados...afinal, merecem proteção da lei...estas "vítimas" do sistema que, mesmo ante o exemplo heróico e digno de tantas outras "vítimas" que ganham a vida honestamente, seja vendendo refrigerante em dia de jogo de futebol, seja fazendo acrobacias com bolinhas nos sinais de trânsito das grandes cidades, se recusando a usar a sua situação social como pretexto para trucidar viva uma criança de seis anos, reduzindo-a a pedaços ao arrastá-la por quatro bairros do Rio de Janeiro - mesmo ante estes exemplos, eles ainda são beneficiados por quem acha que um mal maior justifica um ainda pior!!
É o velho adágio de um erro clamoroso justificando outro. É a teoria educativa falha, que começa lá nos primórdios da infância, com crianças que, por não contarem com exemplo comportamental adequado no seu ambiente familiar, entendem que podem fazer o que querem com os coleguinhas no ambiente da escola, na prática torturante conhecida e já batizada por especialistas por "buyling" - ainda que debaixo de toda a advertência e punições cabíveis; após todas as reuniões promovidas pelos orientadores educacionais com a dita criança e com seus familiares em questão, na tentativa de acordá-los a tempo para a verdade básica, inarredável, que o seu direito termina onde começa o do outro! Não interessando aí que o outro em questão, seja por quais razões forem, não disponha desta compreensão! O erro, a falha, ou a ignorância alheia não conferem a ninguém o direito de pagar na mesma ou com pior moeda; de atormentar o seu próximo usando o seu modelo defeituoso de procedimento como desculpa! Isto é regra comezinha, princípio básico de qualquer processo educativo!
Ninguém tem o direito de torturar, nem de impor a ninguém agressão de qualquer ordem, ou morte desumana, sob quais forem os pretextos, os subterfúgios... ou então que se desista de vez de uma sociedade organizada por leis, e que se afunde de vez na anarquia e na barbárie, que a isso justifica, e a tudo mais!
Se é que já não a atingimos...porque quando um erro monstruoso é tido como justificável sob a beneplácito de erros outros de qualquer ordem, isto é sinal sombrio de que toda uma civilização afundou, perdeu seus rumos, e se acha metida até a medula no caos, já que principia mesmo a achar tal ordem de coisas boa, justificável, normal!
Bem nos alerta Alexandre Garcia sobre a nossa dura realidade: "Chegamos ao fundo do poço? Rá!!! De há muito o fundo do poço já se acha muito acima de nós!..."