"A GARÇA EM ÁGUAS SUJAS" Artigo de: Flávio Cavalcante
A GARÇA EM ÁGUAS SUJAS
Artigo de:
Flávio Cavalcante
Em tempos de outrora, a fauna contemplava a beleza do seu habitat natural e tinha suas tarefas definidas pela própria natureza. Cada um respeitava seu ciclo diário em harmonia. A vida realmente tinha seu período natural. O homem vivia em seu lugar e respeitava o espaço de cada ser vivo, assim como todos da criação do universo. Os predadores existiam para saciar sua fome por causa de sua sobrevivência, coisa esta que fazia parte do ciclo da vida também. Era uma ordem determinada naturalmente.
O que vemos hoje em dia, lamentavelmente é uma concorrência entre o homem e a natureza. Ambos vivem numa batalha sangrenta onde o perdedor é sempre aquele que faz parte dela, inclusive o próprio ser humano destruidor. Por causa dessa guerra, encontramos um cenário de partir o coração. Peixes arfando em esgoto á céu aberto. Entre pedras, águas rasas e em estado de putrefação, exalando um odor nauseabundo, está parada e serena uma garça que presencia toda destruição. É fácil encontrar nessas águas paradas uma garça estática e pensativa.
Se tivéssemos a capacidade de ler o seu pensamento, certamente veríamos como ela está com o peito ferido de tanta revolta. Sua forma estática entrega a sua indignação. O pranto é claro em sua expressão. No hoje é comum encontrarmos, garças com os pés mergulhado em águas sujas em esgoto á céu aberto.
Até quando o homem vai ficar mergulhado em tanta ganância á ponto de destruir o foi lhe foi presenteado? Até quando vamos ver este cenário de garças passeando por dejetos em lagos sujos que um dia foi fonte de alimento e água potável?
Este cenário é um grito de socorro da flora e da fauna que age através de sua representante a Garsa inerte em meio aos dejetos a fim de mostrar ao homem o erro que ele está cometendo com as atrocidades em cima do berço que ele dorme.
A garça está esperando alguma atitude das autoridades, que parecem compartilhar com esses homens destruidores e sem coração. Gananciosos como urubus devorando a carniça sem a preocupação das consequências.
A tristeza da garça nas águas sujas nos dá uma lição nessa vida, estampando na cara do homem a sua insensibilidade e a falta de amor pelo seu semelhante ou pela vida existente no seu habitat, tudo por causa de um poder de invasão tecnológico e monetário.
A garça triste trás como mensagem, um apelo ao homem para não destruir aquilo que lhe foi dado com muito amor na intenção de cuidar e não ser destruído.
QUE SIRVA DE ALERTA!
Flávio Cavalcante