PROSPERIDADE -Artigo 10
PROSPERIDADE – (Texto X da série)
CONSIDERAÇÕES À DOUTRINA DA PROSPERIDADE
Pastor Serafim Isidoro.
Pedro é o Apóstolo da circuncisão. A ele foram dadas as chaves do reino do céu. O entendimento de Pedro quanto a essa igreja judaico-cristã persistiu mesmo depois da intromissão de Paulo ao “colégio apostólico”. A doutrina de Paulo, esse apóstolo “especial” não foi de pronto absorvida por Pedro. Tal revelação de que judeus e gentios são passivos de uma mesma salvação (em o Cristo) não convenceu definitivamente a Pedro.
Continuou ministro à circuncisão, ministrante aos judeus e pondo em dúvida se realmente Deus, de maneira parcimoniosa, levantara um décimo-segundo apóstolo sem dar satisfação aos outros onze que, por sinal, já haviam feito uma eleição lançando sortes que recaíram sobre Matias.
Outrossim, Deus não dissera expressamente a eles o fato de que a Igreja, apesar de já estabelecida desde o Pentecoste, ainda estava sendo edificada; que esse edifício culminaria com a ingressão do personagem Paulo, o apóstolo décimo-segundo que traria poderosa declaração doutrinária e, mais tarde, com os escritos de João, o discípulo amado trazendo a luz as revelações finais, a escatologia, as últimas coisas, o Apocalípse.
A revelação de Deus é sempre progressiva:
“E no dia seguinte, indo eles o seu caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase a hora sexta. E, tendo fome, quis comer e enquanto lhe preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos e viu o céu aberto e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para a terra, no qual havia de todos os animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come. Mas Pedro disse: “De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. E, segunda vez, lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou”- At.10:9-15.
Desde o Pentecoste até a visita de Pedro à casa de Cornélio, passaram-se aproximadamente oito anos. O capítulo dez do livro Atos vem relatar a interferência divina na teologia doutrinária de Pedro. O Senhor veio trazer a Pedro a confirmação daquilo que Paulo estava ensinando: os gentios convertidos participam dos mesmos direitos que os judeus quanto salvação em o Cristo.
No Cristo, Ele Deus, dos dois povos fez um só. Uniu-os através do sacrifício realizado na cruz. O cordeiro de Deus não tira somente o pecado de Israel; o Cordeiro de Deus tira o pecado dos gentios, tira o pecado do mundo. Sua proposta de salvação não é apenas para uma nação; é para todos os povos que Nele crerem. - Esta é a boa nova anunciada por Paulo.
Reiteramos o fato de que em oito anos Pedro não entendeu essa nova revelação doutrinária e que a confirmação de Deus a essa teologia veio alterar a vida prática da Igreja. Mas por que demorou tanto?
- Repetimos a premissa:
As rédeas de controle do tempo (épocas) estão nas mãos de Deus. É Ele quem estabelece tempos e estações. Tudo o que Ele faz tem um tempo determinado, é planejado por Seu eterno propósito, pela Sua onisciência, e pela Sua presciência.
“Quão insondáveis são os Seus caminhos” - (Rm.11:33)
A Igreja é, pois, uma cruz em dois sentidos, tendo os seus braços UNIDOS pela estaca vertical que é o Cristo. Tal união dos referidos braços não se deu no Pentecoste. Ela, união, demorou algum tempo e isto não significa necessariamente que judaísmo e cristianismo sejam a mesma coisa, mas sim que o judaísmo perdeu a sua atuação e carece unir-se à Igreja, tornando-se NELA um só braço dessa mesma cruz.
Observe-se que não é a Igreja que deve unir-se ao judaísmo, mas sim (providência de Deus) é o judaísmo que necessita unir-se à Igreja. Da compreensão lógica dessa colocação depende o entendimento de toda a doutrina paulina quanto a posição da Igreja no plano de Deus.
Embora unidos em Cristo, judaísmo e cristianismo, em suas práticas, divergem. O judaísmo, nesta dispensação da graça que durará até ao rapto da Igreja, perdeu a sua identificação tornando-se (e porque não?) gentio - a Igreja é gentílica!...
A Igreja não precisa submeter-se aos ritos judaicos, mas o judaísmo precisa submeter-se aos ritos cristãos. O batismo e a Ceia do Senhor, cerimônias únicas da Igreja, são impostas a todo o judeu que se torne cristão. A guarda do sábado, os dias festivos, as comemorações do judaísmo: a Páscoa ou o Pentecoste não são necessários a serem comemorados, ou reverenciados, pela Igreja.
A Igreja não é obrigada a comemorar datas - nem mesmo o natal ou o domingo. A simplicidade do Evangelho isenta a Igreja de ritos, simbolismos e comemorações.
A festa da Igreja será no céu.
Só Jesus.