Páginas da Vida

É inegável a influência da TV na vida brasileira. Novelas, programas de auditório, shows e filmes, documentários, esportes, entrevistas, telejornais, entre outros entretenimentos, inclusive infantis, fazem a semana na chamada telinha.

E não há como negar: é grande a influência de tais programas nos costumes e hábitos, ditando moda e comportamentos, decidindo direcionamentos até na vida pessoal. Isso sem falar nos abusos e prejuízos morais na vida infanto-juvenil e no consumismo que estimula.

Mas a TV é muito útil. Ela também ensina, educa e diverte. Carrega consigo os dois lados, o positivo e o negativo. Depende da escolha de quem sintoniza.

A audiência da Globo é incontestável. Temos muitas vezes que “tirar o chapéu” para o profissionalismo da emissora. Suas produções, que ganharam inclusive o mercado internacional, são mesmo de muita qualidade. Atores, diretores, autores e produção são mesmo de altíssimo nível.

Ponto negativo apenas para programas medíocres como o Big Brother Brasil, entre outros. Mas deixemos isso de lado, pois nosso foco de interesse é outro.

Referimo-nos à novela global Páginas da Vida. Foi genial a idéia dos valiosos depoimentos ao final de cada capítulo, que bem trazem a realidade da vida humana. O título da produção é bem apropriado, pois a trama da novela, marcada com conquistas, alegrias e tristezas, intrigas, desafios e dificuldades dizem bem como é a vida no planeta. Está bem caracterizada.

Mas a novela foi alvo de reportagem no Fantástico exibido no domingo, 25 de fevereiro. É que os fenômenos de paranormalidade, explorados até com exagero nos capítulos, chamaram mesmo a atenção.

É verdade que há exageros de toda ordem. A ocorrência de tais fenômenos não é algo tão simples assim, mas todos eles são possíveis. Embora não ocorram com tanta freqüência e tamanha facilidade, são passíveis de pesquisa e há registros de casos semelhantes na história da pesquisa científica nessa área específica.

Considere-se, todavia, que se tratando de uma novela, não haveria forma mais objetiva de tratar o assunto. Isso deve ser levado em conta.

Admirável, todavia, a clareza como o tema imortalidade da alma foi tratado pelo autor e pela produção. A naturalidade do assunto leva o brasileiro a pensar no assunto com a seriedade que ele merece. O que também ocorre com a presença, influência e interferência dos chamados espíritos na vida cotidiana.

O Fantástico, por sua vez, também se saiu bem. Respeitou as crenças e opiniões e deixou que o próprio telespectador decida pela própria opinião. Isso é muito salutar, merecedor de nossos cumprimentos. Nada melhor que deixar o povo pensar...

Interessante que tais temas tem ocupado a grade global em outras novelas, como Alma Gêmea, recentemente apresentada. Até no Vale a pena ver de novo, com a reapresentação da novela Chocolate com Pimenta a mesma temática foi explorada.

O tema está tão em moda que as revistas de grande circulação, como a Veja, a Isto É, a Super Interessante, entre outras, também têm dedicado páginas e páginas, inclusive com matérias de capa, para abordar a imortalidade, a reencarnação, a lembrança de vidas passadas ou a influência dos espíritos na vida humana, além dos vários questionamentos sobre Deus e a vida.

Nada mais natural que isso ocorra, afinal a boa lógica indica que a vida não pode mesmo estar resumida nessa correria de mediocridade que a vida moderna impôs a todos nós. Algo para pensar, não é mesmo, leitor?

Orson
Enviado por Orson em 26/02/2007
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