HONRARIAS LITERÁRIAS E NOBILIARQUIAS

Como se não bastasse a concessão de prêmios literários à conta de pagamento em dinheiro pela louvação pública, alguns pseudo-ativistas culturais agora estão vendendo títulos honoríficos monárquicos (barão, conde, visconde e duque) através de entidades associativas – academias pseudo-literárias. Acresça-se: tudo num país republicano, que optou pela República há 123 anos, que não tem representação monárquica ou Casa Real, cujos “príncipes” são meramente dignificados por presunção... E não vejo nenhum dos membros da dinastia dos Bragança outorgando veneras ou titulações. Tudo nulo, nas concessões nobiliárquicas, portanto, eis que não endossadas ou ratificadas pela monarquia (presumida) do país. E mais: os agraciados colocam sobre a honrada pelerine acadêmica uma penca de medalhas (adquiridas por mérito pecuniário), como se isso pudesse referenciar patamar intelectual e cultural. Só mesmo para os vaidosos e crédulos em nome da vaidade egocêntrica. Tenho uma pena desses espíritos iluminados de boa-fé...

– Do livro QUINTAIS DO MISTÉRIO, 2012.

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3890316