Comparando Zé's e "Marcos".
Poucos Zé's e muitos marcos.
Dizem as más línguas que este é o país dos Zé's. Desde Alberto até Zenóbio (passando por Mané) temos milhões de José's como precedentes. A contagem de "marcos" será em menor número. No entanto, mais marcantes. Eis alguns "marcos" recentes que tendem ao esquecimento até mesmo pelos que sofreram diretamente com o evento que provocou seu "nascimento". Sugestão: José Marcos Nascimento.
1) Quando derrubaram Collor, afirmaram que ali estava o marco de uma nova era em nossa administração pública, com o fim da corrupção no governo federal.
2) Quando o plano Real foi lançado afirmaram que ali estava o marco de recuperação da economia de nossa pátria. Que finalmente o povo passaria a ter meios de viver de forma digna, com redução da miséria em função do aumento da produtividade.
3) Quando o Bateau Mouche afundou, afirmaram que ali estava o marco no tocante à segurança da navegação brasileira, nos rios e em nossas costas. Demos as costas ao assunto.
4) Quando um laboratório colocou comprimidos de farinha contra a gravidez afirmaram que ali estava o marco de uma nova era na fiscalização da saúde em geral. O laboratório nem foi processado.
5) Quando o Palace II de Sérgio Naya desabou na Barra da Tijuca matando 8 pessoas afirmaram que ali estava o marco da construção civil. Até hoje, diversas famílias moram em hotel.
6) Quando a P36 da Petrobras afundou matando 11 petroleiros afirmaram que ali estava o marco que determinaria uma nova conduta de qualidade dentro das empresas públicas. As terceirizações continuam liberadas.
7) Quando o índio Pataxó foi covardemente queimado em Brasília por filhotes da elite afirmaram que ali estava o marco da recuperação da Justiça desmantelada. Quantos culpados da “alta” estão presos?
8) Quando o Prefeito Daniel foi barbaramente executado afirmaram que ali estava o marco para impulsionar as forças da Lei no sentido de combater o crime que já havia esticado seus braços sobre os gabinetes das autoridades de nossa terra. Citem 3 legisladores presos por diversos crimes cometidos.
9) Quando ocorreu a primeira rebelião em Bangu I, afirmaram que ali estava o marco da recuperação do sistema carcerário do país. Que a partir daquele momento o sistema de segurança seria remodelado para servir de exemplo para o resto do país. Hoje, os “comandos” dominam as grandes capitais.
10) Em passado recente, o jornalista Tim Lopes foi executado cruelmente. E alguém já disse que este era o marco da liberdade não só da imprensa como de toda a nação, que está começando a considerar normal ser comandada pelos criminosos de armas de fogo.
11) Quando o buraco do metrô de São Paulo desabou matando 7, afirmaram que ali nasceria o marco da transparência das obras públicas. E o nome das construtoras? Ocultos num “consórcio” !
12) Quando o garoto de 6 anos foi morto arrastado por bandidos afirmaram que ali nascia o marco da responsabilidade penal e que as lei passariam a ser aplicadas. Mas o Carnaval chegou e nada aconteceu.
Quando um dia o painel do Senado foi manipulado por senadores venais, nenhum “marco” se levantou para promover uma faxina nas casas públicas nacionais. O povo aprecia estas “espertezas”?
De marco em marco, vamos afundando no charco.
Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta.
Autor do livro: BRINQUE E CRESÇA FELIZ!
Vila Isabel/RJ - fev/2007
Nós podemos fazer a diferença na verdade do futuro.
Referendo de sucesso será o que permitir expurgo no Congresso!
O futuro da nação escorre pelo ralo da corrupção.