Problemas cruciais da ciência: a atual questão da objetividade e da metodologia
Concebidos como dogmas intocáveis no bojo do positivismo científico, a objetividade e o método constituem elementos bastante questionados atualmente. Desse modo, há os cientistas mais ortodoxos que defendem a necessidade de uma metodologia rigorosa para o implemento de suas atividades. Todavia, existem também os estudiosos mais heterodoxos, para quem os métodos e os critérios demasiadamente objetivos podem ser prejudiciais no desenvolvimento de pesquisas e de teorizações científicas. A fim de que se tornem explícitos os principais problemas inerentes à objetividade e ao método, é oportuno que se faça uma sucinta abordagem em relação aos aspectos científicos preponderantes que têm sido criticados na atualidade.
Essa questão da objetividade científica, tal como explanada por pensadores como Popper e Kant, proporciona muitas críticas no tocante à sua ocorrência prática. Será realmente possível que um cientista, ao implementar suas teorias e pesquisas, seja objetivo por completo ? Até que ponto os elementos subjetivos do pesquisador não influenciam de modo significativo o resultado final de seus estudos ?
Tal objetividade, de fato, comporta inúmeras restrições concretas. Em primeiro lugar, é praticamente impossível que elementos subjetivos do cientista não exerçam influência em suas análises e abordagens. As próprias características fisiológicas do pesquisador interferem perceptivelmente em seus estudos. Por exemplo, os sentidos de um cientista vão influenciar de forma inevitável as suas constatações sobre o universo. A própria visão desse cientista não permite que ele analise de modo neutro e sem subjetividade os vários fenômenos que o circundam.Como realizar uma atividade científica neutra e isenta de elementos subjetivos, se os próprios elementos orgânico-sensoriais do cientista interferem em sua análise ?
Após essa abordagem concernente à objetividade científica, cumpre perquirir os problemas fundamentais inerentes à questão da metodologia. Segundo autores mais heterodoxos como Paul Feyerabend, o método científico não deve restringir a atividade investigadora do cientista, impondo-lhe procedimentos rigorosos e inflexíveis de pesquisa. Contudo, a posição ainda preponderante no meio científico é a de que a metodologia bem delineada é algo imprescindível ao desenvolvimento de pesquisas e teorias.
Opondo-se à idéia do vale-tudo de Feyerabend no âmbito metodológico, Chalmers explicita a idéia de que há métodos não-cartesianos de análise científica. Dessa forma, os padrões a serem observados pelos cientistas no implemento de seus estudos não necessariamente devem tolher qualquer elemento criativo, mesmo porque isso seria impossível. Apesar de que os métodos científicos tenham mudado bastante até a atualidade, há certas regras positivistas de procedimento que ainda continuam em voga. E, nesse sentido, é necessário ter cautela quanto à adoção de padrões metodológicos, sem qualquer análise prévia de sua eficácia diante das mudanças tecnológicas que se verificam atualmente. Ressalte-se ainda a influência inequívoca de fatores políticos e culturais na escolha de metodologias científicas. No mundo hodierno, em meio às constantes exigências da tecnologia, a utilização de métodos científicos obsoletos é fatal.
Após essas considerações sobre interferências de cunho político na ciência, cabem alusões ao fato de que o método científico ortodoxo está intrinsecamente vinculado a encadeamentos lógicos de idéias. Nesse sentido, o método científico mais tradicional procura estabelecer uma forma universalmente válida de pensamento, que não encontra respaldo na realidade prática. Saliente-se que o entendimento humano sobre o universo não pode estar adstrito a um método universal, simplesmente porque as pessoas são diferentes e, assim, entendem o mundo de modos distintos. A pretensão de se submeter todo e qualquer tipo de entendimento humano a padrões fixos e imutáveis de pensamento é por si só despótica e infundada.
Se o pensamento humano é livre, em essência, será efetivamente possível limitar os pensadores científicos por meio de regras rígidas e inflexíveis? Essa indagação possibilita uma série de reflexões sobre os próprios limites da metodologia no âmbito científico contemporâneo. Até onde poderá um método científico regular consistentemente as atividades de um teórico ou de um pesquisador ? As limitações da metodologia científica, como é de se supor, consistem tanto em questões técnicas quanto em aspectos epistemológicos. Quanto às questões técnicas, verifica-se com facilidade que um método terá de ser inevitavelmente substituído por outro à medida em que são implementadas novas tecnologias. Já no que concerne aos limites epistemológicos, qualquer metodologia é por si só restrita e incompleta, pois está vinculada às limitações de quem a formulou. Além disso, se a própria ciência é limitada, os métodos que lhe são correlatos não poderiam deixar de sê-lo.
Concebidos como dogmas intocáveis no bojo do positivismo científico, a objetividade e o método constituem elementos bastante questionados atualmente. Desse modo, há os cientistas mais ortodoxos que defendem a necessidade de uma metodologia rigorosa para o implemento de suas atividades. Todavia, existem também os estudiosos mais heterodoxos, para quem os métodos e os critérios demasiadamente objetivos podem ser prejudiciais no desenvolvimento de pesquisas e de teorizações científicas. A fim de que se tornem explícitos os principais problemas inerentes à objetividade e ao método, é oportuno que se faça uma sucinta abordagem em relação aos aspectos científicos preponderantes que têm sido criticados na atualidade.
Essa questão da objetividade científica, tal como explanada por pensadores como Popper e Kant, proporciona muitas críticas no tocante à sua ocorrência prática. Será realmente possível que um cientista, ao implementar suas teorias e pesquisas, seja objetivo por completo ? Até que ponto os elementos subjetivos do pesquisador não influenciam de modo significativo o resultado final de seus estudos ?
Tal objetividade, de fato, comporta inúmeras restrições concretas. Em primeiro lugar, é praticamente impossível que elementos subjetivos do cientista não exerçam influência em suas análises e abordagens. As próprias características fisiológicas do pesquisador interferem perceptivelmente em seus estudos. Por exemplo, os sentidos de um cientista vão influenciar de forma inevitável as suas constatações sobre o universo. A própria visão desse cientista não permite que ele analise de modo neutro e sem subjetividade os vários fenômenos que o circundam.Como realizar uma atividade científica neutra e isenta de elementos subjetivos, se os próprios elementos orgânico-sensoriais do cientista interferem em sua análise ?
Após essa abordagem concernente à objetividade científica, cumpre perquirir os problemas fundamentais inerentes à questão da metodologia. Segundo autores mais heterodoxos como Paul Feyerabend, o método científico não deve restringir a atividade investigadora do cientista, impondo-lhe procedimentos rigorosos e inflexíveis de pesquisa. Contudo, a posição ainda preponderante no meio científico é a de que a metodologia bem delineada é algo imprescindível ao desenvolvimento de pesquisas e teorias.
Opondo-se à idéia do vale-tudo de Feyerabend no âmbito metodológico, Chalmers explicita a idéia de que há métodos não-cartesianos de análise científica. Dessa forma, os padrões a serem observados pelos cientistas no implemento de seus estudos não necessariamente devem tolher qualquer elemento criativo, mesmo porque isso seria impossível. Apesar de que os métodos científicos tenham mudado bastante até a atualidade, há certas regras positivistas de procedimento que ainda continuam em voga. E, nesse sentido, é necessário ter cautela quanto à adoção de padrões metodológicos, sem qualquer análise prévia de sua eficácia diante das mudanças tecnológicas que se verificam atualmente. Ressalte-se ainda a influência inequívoca de fatores políticos e culturais na escolha de metodologias científicas. No mundo hodierno, em meio às constantes exigências da tecnologia, a utilização de métodos científicos obsoletos é fatal.
Após essas considerações sobre interferências de cunho político na ciência, cabem alusões ao fato de que o método científico ortodoxo está intrinsecamente vinculado a encadeamentos lógicos de idéias. Nesse sentido, o método científico mais tradicional procura estabelecer uma forma universalmente válida de pensamento, que não encontra respaldo na realidade prática. Saliente-se que o entendimento humano sobre o universo não pode estar adstrito a um método universal, simplesmente porque as pessoas são diferentes e, assim, entendem o mundo de modos distintos. A pretensão de se submeter todo e qualquer tipo de entendimento humano a padrões fixos e imutáveis de pensamento é por si só despótica e infundada.
Se o pensamento humano é livre, em essência, será efetivamente possível limitar os pensadores científicos por meio de regras rígidas e inflexíveis? Essa indagação possibilita uma série de reflexões sobre os próprios limites da metodologia no âmbito científico contemporâneo. Até onde poderá um método científico regular consistentemente as atividades de um teórico ou de um pesquisador ? As limitações da metodologia científica, como é de se supor, consistem tanto em questões técnicas quanto em aspectos epistemológicos. Quanto às questões técnicas, verifica-se com facilidade que um método terá de ser inevitavelmente substituído por outro à medida em que são implementadas novas tecnologias. Já no que concerne aos limites epistemológicos, qualquer metodologia é por si só restrita e incompleta, pois está vinculada às limitações de quem a formulou. Além disso, se a própria ciência é limitada, os métodos que lhe são correlatos não poderiam deixar de sê-lo.