Lenda da Soledade (Lenda do Sul)

Essa lenda está relacionada à origem do que é hoje o município de Soledade do estado do Rio Grande do Sul.

Pequeno município ao norte do estado conhecido como “a capital das pedras preciosas”. Sua população não atinge os 40.000 habitantes e têm os seguintes outros municípios como limites: ao norte, Ibirapuitã e Victor Graeff; a leste, Arvorezinha; ao sul, Barros Cassal; e a oeste, Espumoso.

Segundo a lenda, há muitos e muitos anos, nos idos de 1820, grupo de mineiros vagava numa caravana de carroças puxadas a boi, entre o Planalto e a Serra do Rio Grande do Sul.

O grupo, do qual fazia parte famílias completas, vinha impelido pela coragem e pela fé em busca de novas terras e tinha a intenção de fundar uma vila. Entretanto, em todos havia o sentimento de que o local só poderia ser escolhido por Nossa Senhora. Além disso, como gratidão à indicação, ergueriam capela à Nossa Senhora no local escolhido.

Demonstravam sua fé com a entrega de seu destino a Nossa Senhora, cuja sagrada imagem traziam em uma das carroças, inclusive com um pequeno altar.

Assim, foram vários os locais que acamparam, armaram o altar, passaram alguns dias e partiram, após reconhecerem, que Nossa Senhora não lhes indicara aquele lugar, como sendo o de sua escolha.

Cheios de fé continuavam sua busca, até que um dia encontraram um local, onde o clima era seco e ameno, com água em abundância, colorido pelo verde de pastagens, pinheirais e matas. Encantados, decidiram acampar.

Passaram mais dias que de costume. Entretanto, como das outras vezes, não reconheceram nenhum sinal sobre a escolha de Nossa Senhora e, então, desarmaram o pequeno altar, recarregaram tudo para as carroças e partiram.

Mal haviam iniciado a caminhada o eixo da carroça, que transportava a imagem de Nossa Senhora quebrou. Retiraram o altar e a imagem da Santa, descarregaram tudo e, para facilitar o conserto, desatrelaram os bois que puxavam a carroça.

Consertaram o eixo, mas tiveram que esperar um bom tempo, antes de recarregar a carroça, pois os bois haviam se afastados do local.

Após encontrarem e atrelarem os bois, recarregaram a carroça e acomodaram a imagem da Santa e o pequeno altar.

Mal iniciaram a segunda tentativa de partir, o eixo da mesma carroça quebra outra vez. Compreenderam, que o sumiço dos bois e a quebra do eixo por duas vezes eram o sinal da vontade de Nossa Senhora, de que escolhera ali o local, onde deveriam viver.

Então, ali, naquele chão sagrado, ao mesmo tempo em que construíram os primeiros abrigos, para suas acomodações provisórias, ergueram a capelinha a Nossa Senhora.

Como o local era muito tranquilo e solitário, a capelinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Solidão.

Com esforço, trabalho, coragem e fé aquele grupo de mineiros ergueu ranchos, galpões e estâncias, tudo sob as bênçãos da Santa, tornando próspera Soledade, a terra escolhida por Ela própria.

Mais tarde o nome Solidão, foi substituído por Soledade, município que leva seu nome, e tem como padroeira Nossa Senhora da Soledade.

“Soledade” é registro em rimas desse misto de história e lenda, sobre a fé, a coragem e esperanças por um viver melhor. História e lenda sobre a origem do município de Soledade do estado do Rio Grande do Sul.

Soledade

Coragem e a fé de grupo de mineiros,

os levam à busca de nova terra,

onde a vida fosse melhor aos herdeiros.

Terras do sul, entre o planalto e a serra.

Antes da partida, um propósito decidido:

no local da futura vila, seria erguida capela,

a quem entregaram seus sonhos e destino,

pois o lugar, seria da escolha de Nossa Senhora.

Vagaram por muitos locais,

para nenhum, o sinal sagrado.

Colorido pelo verde de pinheirais,

surge o lugar, por Ela, indicado.

Deixar o lugar, quanta dificuldade!

Tanta, que indicou a escolha da Santa.

Ali, nascia mais uma feliz cidade,

na gratidão e fé que se levanta,

em capela à Nossa Senhora da Soledade,

erguida em tons, que só o coração canta.

Com união e trabalho ergueu-se a vila,

hoje, pequena, bela e gaúcha cidade,

de berço indicado por sua padroeira,

Nossa Senhora da Soledade.

FONTES:

SITES:

lendas-gauchas.radar-rs.com.br;

riogrande.com.br; e

wikipedia.org

J Coelho
Enviado por J Coelho em 31/08/2012
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