"SERÁ QUE AS FIGURAS CARIMBADAS DO MENSALÃO FICARÃO IMPUNES?"

Será que as figuras carimbadas do mensalão ficarão impunes?

O ministro revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski, que em sessões anteriores divergira publicamente do ministro relator, em questões conceituais na forma do julgamento, no seu primeiro dia de voto, foi uma gratíssima e favorável surpresa. Aparentemente, tinha deixado claro para todos que enfim cairia por terra à tese sustentada por Lula, Dirceu e seus asseclas que o mensalão nunca existiu. Sustentou com muito brilho a tese acusatória do relator e acabou condenando os primeiros réus (não políticos) por lavagem de dinheiro, peculato e corrupção ativa e passiva. Demonstrou que houve desvios de dinheiro público, que irrigou por muito tempo um dos maiores escândalos de corrupção deste país.

Entretanto, neste segundo dia, como que numa recaída, este mesmo ministro (Lewandowski), resolve absolver, e porque não dizer, até com certa eloquência, o ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, de todas as acusações que lhe foram impostas pelo MP e pelo ministro relator do processo do mensalão. Em se tratando de “políticos”, as chamadas figurinhas carimbadas do grande esquema, a coisa muda de figura. Tratamento privilegiado? Dever de lealdade? Ou pressões políticas comprometedoras? Se dentro do processo o agente corruptor é o mesmo, Marcos Valério; o esquema de saque na boca do caixa (Banco Rural) idem; e o intermediário, o velho e conhecido Delúbio; por que essa mudança radical de votos do revisor? Acredito que o sr. Lewandowski, considerado por muitos amigão de Lula, será o grande divisor de águas deste processo. A sociedade deverá ficar atenta ao votos deste senhor. Vamos aos próximos capítulos.