Eu, Eliakim Araujo e o Direto da Redação
Romeu Prisco
Após publicar textos avulsos de minha autoria, no "Espaço Livre", que é a coluna do leitor, e embora eu nunca tenha demonstrado ser politicamente simpatizante da esquerda, em 17.11.2010, Eliakim Araujo, editor do "Direto da Redação" (DR), convidou-me para integrar o time de colunistas daquele informativo, de orientação petista-fidelcastrista. O convite, que veio em forma de desafio, por mim aceito, implicava redação semanal de artigo, ou crônica.
Abaixo da coluna de cada colaborador do DR, há outro espaço, dedicado a comentários dos leitores, sobre o artigo, ou crônica, do colunista. Nos meus primeiros textos, os leitores, a maioria identificada com a ideologia adotada pelo DR, mantiveram-se comportados nos seus comentários. Abro aqui um parêntese, para esclarecer que os leitores do DR são alertados para a proibição de comentários ofensivos, sujeitos, previamente, à moderação (corte) do editor.
Decorrido algum tempo, comecei a notar que os comentários sobre meus textos, a cada publicação, tornavam-se mais ofensivos, mormente à minha pessoa, algo inadmissível num ambiente que se propõe a ser civilizado. Até que, no auge dessas ofensas, um leitor, certamente de baixíssimo nível, chamou-me de "canalha". Só depois deste fato dei-me conta de que o incorreto não era apenas dos leitores, como igual e principalmente, da moderação.
Não no mesmo nível, tentei publicar uma dura resposta àquele leitor, esta sim "moderada" (não aceita) pelo editor do DR, sob o argumento de que o espaço não se prestava a um "bate-boca" entre colunista e leitor. Depois de insistir no meu inconformismo, o moderador concordou em deletar o "comentário" (?!) daquele malsinado leitor.
Seguindo-se a esse desagradável episódio, quando pensei que o meu relacionamento com o DR iria mudar de postura, eis que comentários desairosos, sempre à minha pessoa e não somente aos meus textos, voltaram a ser publicados.
Ora, além de não receber nenhuma remuneração, tal como os demais colunistas do DR, inconcebível que eu ainda pagasse esse preço pela oportunidade a mim "concedida" por Eliakim Araujo. O meu passado, os meus antecedentes, a minha formação cultural e o meu currículo podiam e podem, perfeitamente, dispensar semelhantes "favores".
Com um texto extremamente "light", sem lavagem de roupa suja, em 02.08.2012, pretendi desligar-me do DR, porém, Eliakim Araujo negou-se a publicá-lo, assim restando-me poucas alternativas.
Diante da negativa do editor do DR, levei o assunto ao conhecimento dos demais colunistas, antecipando-lhes as minhas intenções a partir de então. Foi o quanto bastou para Eliakim Araujo atirar-me todas as pedras, com adjetivos tipo "grosseiro", "deselegante" e "indigno", como se tais colunistas fossem estranhos ao nosso desentendimento.
Meu depoimento, como aqui o faço, jamais seria redigido e publicado, se Eliakim Araujo não tivesse ultrapassado, comigo, todos os limites de ingratidão e deslealdade, nisto equiparando-se ao caráter duvidoso dos leitores-comentaristas, que deixou de "moderar", como era da sua obrigação.
Portanto, eventuais acompanhantes do "Direto da Redação", que tomarem ciência deste texto, saibam que o meu desligamento daquele informativo deve-se exclusivamente à minha inarredável recusa de servir de depósito de dejetos vernaculares, expelidos pela boca de desclassificados.
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P.S.: (1) Eliakim Araujo apagou meu arquivo do "Direto da Redação", contendo mais de 80 (oitenta) textos, publicados no curso de 20 (vinte) meses, equivalendo a 50 (cinqüenta) semanas de colaboração, 1 (um) a cada semana, sem contar os artigos avulsos. (2) Este texto também foi publicado no "blog" Líterolegal: www.romeu.prisco.zip.net
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