LEMBRANÇAS QUE NOS FAZEM CHORAR
LEMBRANÇAS QUE NOS FAZEM CHORAR
No livro das Lamentações de Jeremias, mais especificamente, no capítulo 3, se lê que o “profeta chorão” derrama lágrimas ao lembrar inúmeras situações vividas por Israel, no cativeiro babilônico.
Em Lucas 19.41, Jesus, ao contemplar a cidade de Jerusalém, lembrou seus pecados que o fizeram chorar de tristeza.
Em João 11.35, quando soube do falecimento de Lázaro, que Ele mesmo veio a ressuscitar, mas como prova evidente de sua humanidade e de emotividade, chorou a perda, ainda que temporária, de seu amigo.
Em diversas situações da vida, dependendo das caminhadas, entroncamentos e “curvas” da vida, as lágrimas se nos apresentam na face. Podem ser fatos ocorridos com a gente ou com pessoas achegadas ou estranhas, mas que nos comovem, a ponto de nos derretermos em favor daqueles que sofrem ao nosso lado.
Vejamos alguns casos da vida real.
A mãe querida, carinhosa e caridosa que já não existe mais neste mundo, nos leva ao pranto solitário e triste, nas madrugadas, ao vir em nossa memória a sua imagem tal como “anjo de amores e estrela brilhante que a vida nos guia”, personalidade indispensável que nos conduzia os passos, palavras e maneiras de viver e conviver com os demais seres humanos, desta existência efêmera, nos fazem chorar !
A infância sofrida, penosa e cheia de carências, vivida num rudimentar casebre, em lugar inóspito, sem a presença de amigos ou de parentes que nos acolhesse, mas que, com o passar dos anos, tudo aquilo foi vencido com lutas e foi sendo envolvido e substituído pelos estudos e trabalho, anos a fio, somados aos sucessos do presente e com os meios materiais adquiridos, com suor e lágrimas e que, no decorrer dos tempos, nos podem levam a recordar com mais tranquilidade, nos fazem chorar!
Os jovens nas drogas se perdendo, nos levam às lágrimas, porque a gente pensa logo na luta inglória dos pais que se batem e se esforçam sobre a vida do filho em quem eles têm investido com tremendo e sofrido esforço, para, num passe de mágica, verem seus lucros e dividendos se perderem, em favor do mundo do nada e sem passagem de volta, nos fazem chorar!
Os irmãos (alguns) quando pequenos, sendo ensinados no mesmo lar que os nossos, mas que não conseguiram galgar na vida o seu emprego, a sua casinha própria, o conforto dos seus filhos, a tranquilidade material de que usufrui a maioria dos seres humanos que eram seus contemporâneos, nos fazem chorar!
O conhecimento que se tem de um ente querido (filho, filha, irmão ou irmã) que está sofrendo, em lugar distante, nas mãos de um cônjuge ou patrão ou falsos amigos, por suas crueldades e incompreensões, nos fazem chorar!
A mãe que pena ao lado de um padrasto intolerante, grosseiro, cruel e sem amor para com os fracos e sem temor para com Deus, nos fazem chorar!
As injustiças sociais, campeando a cada ano, sem soluções governamentais, pois sabemos que em parte se deve às manobras políticas, em desconsideração aos pobres, como evidência do “contexto do fim dos tempos”, bem presente em nossos dias, nos fazem chorar!.
As violências, os massacres coletivos, o terrorismo, a criminalidade impune, que fazem vítimas, o vandalismo e a morte de milhares de seres humanos, a cada minuto, neste mundo cruel, nos fazem chorar!
É por isso mesmo que alguém chegou a dizer, com acerto e propriedade que “este mundo é um vale de lágrimas! ”
Muniz Freire, 02 de dezembro de 2.002
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