GUDA

“Guda” era apelido caseiro, adquirido com os manos de seu saudoso lar. Hoje, quase esquecido, porque não é mais falado!

Era o quinto (5º) em meio a uma prole numerosa de oito (8) filhos ao todo.

Jogava bola na rua e nos “campinhos” formados pela turminha de seu tempo, como também fazia rolar “bolas de gude” em seus dedos, “tecando” com maestria as bolebas dos outros meninos, que se viam “perdidos” pela sua perícia, pois ele alvejava todas com sua maestria, destreza e pontaria quase que perfeitas! Mesmo com sua forma grotesca de segurar a bolinha de vidro!

Quando criança, com, mais ou menos cinco (05) anos de idade, levou uma queda de cima da varanda de sua casa (localizada, à época, na Rua “Coronel Francisco Rocha”, 75 - endereço antigo), pois tencionava se segurar num fio de barbante amarrado no alto da malfadada varanda, ocasião em que, passado o susto, fora levado às pressas para Castelo por seus pais, mantendo-o no hospital de lá por vários dias.

Mesmo com os seus insistentes clamores: “Tila! Tila!” - pedidos para retirarem os aparelhos e agulhas que lhe cravavam o corpinho fino e inocente de menino padecente, não lhe foram arrancados os curativos e aparelhos, pois estes é que lhe davam condições de recuperação da grave infecção que inchavam os músculos de seu bracinho, onde se focalizava grande fluxo de pus.

Os dias se passaram, o “Guda” voltou, para o seio familiar (uma surpresa e uma festa, no colo de mamãe, que vejo como se fosse hoje, na calçada, do lado de fora, da mencionada residência!), tornando em passado, o susto que todos tiveram, pois a providência de Deus que a tudo sempre acompanhou esta família, não se fez ausente.

Formou-se em Direito. Advogou seis anos e meses, mas como nem tudo “sai como a gente quer”, hoje está à frente de um Escrivanato Forense, bem perto de “seu ninho”, depois de “virar meio mundo”, em outras plagas.

Hoje, o “Guda”, não é mais o “Guda” do tratamento afetivo e íntimo dos demais irmãos! Trata-se hoje de um dos tios de minhas filhas. É o pai da “lelê”, que há anos eu o denominei de “Benignedo Doutor Robledo”. O “Guda”, para seu governo e a título de conhecimento correiqueiro é o Benigno Ricardo Lúcio, irmão deste articulista.

Muniz Freire, 07 de março de 2.004

Fernandinho do forum