O capeta está com inveja!

Os conflitos arquitetados em maio de 2006 em São Paulo e dezembro de 2006 no Rio de forma orquestrada, onde dezenas de rebeliões em presídios foram iniciadas em paralelo e dezenas de pessoas ligadas à segurança pública foram executadas, ônibus queimados e civis atingidos mortalmente a esmo, demonstra como os malfeitores planejam e executam seus projetos, sem reuniões de cúpula, sem memorandos, sem escritórios atapetados.

Mas as demagogias dos governantes visando perpetuação do poder nas mãos dos incompetentes abandonam as questões locais e se preocupam em perdoar as dívidas de Cuba, Nicarágua, Gabão, Moçambique, Haiti e Bolívia enquanto o BNDES se diz sem verbas para financiar os recursos para que nossos nativos sustentem o progresso desta terra de líderes podres.

A cada ano acontece um fato violento que oprime nossos corações: queima do índio Pataxó em Brasília.Morte do jornalista Tim Lopes no Rio. Morte de 8 pessoas nos ônibus queimados no Rio. Morte de 5 pessoas na queda do buraco do metrô em São Paulo. Trucidamento do menino de 6 anos arrastado no Rio. Morte de 4 operários na queda de ponte em construção em Campos (mesmas construtoras do metrô em São Paulo). Em todos estes momentos as “autoridades” dizem que agora tomarão medidas enérgicas para mudar o cenário de insegurança e impunidade. Só não dizem que o fundo do poço já ficou para cima há muito tempo e que toda esta fanfarra anunciada por suas goelas são engavetadas 15 dias depois que a imprensa “esfria” o assunto.

A causa da violência urbana não está NAS favelas. Estas já existiam antes de meu nascimento em 1945. Até meados de 1970, quase 99,9% de sua população era de honestos trabalhadores pobres sem condições financeiras para morar em local melhor. Os poucos pilantras que lá moravam limitavam-se a pequenos e esporádicos furtos em residências e lojas ou assaltos eventuais nas ruas da cidade.

O ambiente caótico e inadequado foi mantido desta forma por décadas para servir de trampolim eleitoral aos gatunos de terno que montam seus escritórios no coração do asfalto, dentro de suntuosos condomínios e salas confortáveis de prédios públicos. Quando as favelas possuíam 200 ou 300 pessoas e o uso de drogas não era moda, não chamavam atenção do poder público para suas necessidades básicas humanas pois não incomodavam os bairros ricos.

Hoje, os bandidos mal encarados (que não chegam a 0,5% da população residente das favelas) criaram micros empresas do crime (com aval das autoridades ao longo dos últimos 20 anos) e fazem do local sua trincheira privilegiada, usando os pobres inocentes locais como escudos e massa de manobra para balbúrdias sob a força do terror. Mas os escritórios de comando do crime de tráfico estão instalados em valiosos apartamentos na orla marítima ou em gabinetes dos palácios governamentais.

Em nome da liberdade e escondidos sob a bandeira do "direito de expressão e o direito de transitar", estes desajustados agitaram as massas populares reprimidas criando falsas expectativas de atendimento para os desprovidos de informação e cultura.

Inicialmente incutiram nos jovens que libertinagem é sinônimo de liberdade. Quem não respeita a autoridade em casa, dificilmente irá respeitar as regras sociais de preservação do direito alheio. Este cenário é o mais propício para os que pretendem disseminar suas palavras e condutas de falência da família.

Como é característica do ser humano, os moradores das comunidades procuram seguir os exemplos das personalidades (formadores de opinião) da sociedade onde vivem. Tentam imitar seus ídolos e usar objetos similares (mesmos falsos). E se observam que seus governantes enriquecem velozmente através de artimanhas ilegais e sem punição, são contaminados por estas atitudes e tentam fazer o mesmo dentro de suas áreas de atividade numa escala menor, tendo em vista que não possuem o poder de assinar contratos escusos.

Naquela época poética, os meios de informações eram menos aparelhados. Era mais fácil calar a boca de poucos jornalistas bisbilhoteiros que desvendavam alguns escândalos. Hoje preferem calar os donos dos jornais, rádios e tvs através da ameaça do corte de patrocínio.

Os integrantes da classe média agora reclamam que os serviços públicos estão falidos, as balas entram em suas janelas e os dirigentes são incompetentes (mas votam sempre nos "mesmos" há 30 anos). Reclamam que são sangrados pelos impostos e nada funciona. No entanto, jamais perceberam (ou fingiram não ouvir) os clamores dos abandonados (quando eram poucos, seria mais fácil acolhe-los e dar-lhes meios de viverem dignamente) que viviam em condições degradantes nas cercanias de seus condomínios.

Em paralelo, os abutres estrangeiros, que durante 450 anos levaram nossos insumos para o exterior através do uso da força, nos últimos 50 anos mudaram de técnica. Planejaram e desenvolveram um sistema forte de corrupção nos postos de comandos de nossas entidades. A manipulação do painel eletrônico no Senado deveria gerar uma passeata da população exigindo uma limpeza exemplar desta instituição – mas o povo foi doutrinado a se manifestar em grupo apenas para eventos esportivos (Alo, Rua Alzira). Degradaram com nossas entidades militares reduzindo suas verbas (soldados precisando levar lanche para o quartel) e deixando de ouvir as vozes patrióticas defensoras de nossos símbolos de orgulho.

Depois de tantos desvios de verbas acobertados por elementos que se escondem nos gabinetes dos suntuosos palácios dos governos, da justiça e dos legisladores, o caos chegou para nos envolver com brutalidade. A guerra civil que eu imaginei para daqui a 30 ou 50 anos só precisa de um decreto para ser reconhecida AGORA, pois a falência de comando já foi evidenciada há anos em todas as esferas de gerência pública.

Jamais passa pelas cabeças dos nossos dirigentes desengarrafar os tribunais e aplicar as Leis aos que merecem ser punidos: a maioria de seus pares! E o povo, anestesiado por novelas vazias, futebol de baixa qualidade, carnaval drogado e shows de bêbados, não percebe o buraco para o qual está sendo empurrado. Talvez porque a lama seja macia e não queime a pele. Apenas a alma. Chamam de “gênio” um inocente que pronuncia uma frase com 5 palavras no “Big Bobo Brasil”.

E nós, habitantes da terra sem lei (ou melhor: das leis que só são aplicadas contra pretos, pobres e putas) vagamos em busca de uma luz em algum túnel (a esta altura até formigueiro serve) que possa nos indicar uma forma de sobreviver em paz. No entanto, não escutamos nenhuma voz partindo das entidades que outrora nos davam esperanças (OAB, CNBB e outras tantas que acabam em B – ou acabam com o BRASIL) de encontrar o caminho que nos permita sobreviver com um mínimo de dignidade e a certeza (95% está ótimo) de que nossos herdeiros retornarão ao lar sem ferimentos para nos dar um beijo antes de dormir.

Sem uma ruptura (lenta demora 250 anos – veloz demora 10) com estas correntes que nos asfixiam e nos tolhem os movimentos na busca de nossa verdadeira independência, estamos condenados pelo menos a mais 500 anos de obediência colonial aos abutres que sugam nossas riquezas com o aval das nossas “autoridades”.

Enquanto não prenderem legisladores e juízes corruptos, empresários sonegadores, matadores bêbados usando veículos e reduzirem os lucros anuais de banqueiros de 250% para o dobro da inflação anunciada, não sobrarão verbas para serem aplicadas nos programas sociais que possam oferecer condições dignas para que os abandonados pela sociedade hipócrita deixem de produzir legiões de elementos para cometerem barbaridades urbanas com requintes de fazer inveja ao diabo.

Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta.

Autor do livro: BRINQUE E CRESÇA FELIZ!

Nós podemos fazer a diferença na verdade do futuro.

Referendo de sucesso será o que permitir expurgo no Congresso!

O futuro da nação escorre pelo ralo da corrupção.

Haroldo
Enviado por Haroldo em 12/02/2007
Código do texto: T378534